Paulo escrevendo aos colossenses entra em combate (2.1), com dos oponentes mais tremendo de sua carreira.
Este inimigo da Igreja é uma combinação de práticas religiosas judaicas e orientais com cristianismo.
Escritores que vieram em período posteriores ao do apóstolo denominaram essa combinação de gnosticismo.
Esta heresia sutil, revelada no capítulo 2 da epístola, não é necessariamente tentativa de eliminar o Cristo da religião, mas de mostrar que ele é inadequado como salvador dos homens.
Gnosticismo É uma concepção filosófico-religiosa surgida no oriente, antes de Cristo que se infiltrou na Igreja gerando uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos Paulo, Pedro e João em suas cartas, bem como por seus sucessores como Irineu (130-200) no seu famoso livro "Contra os Hereges".
O gnosticismo ensina que existem dois deuses, um deus bom e outro mau. O mundo teria sido criado
pelo deus mau, um deus menor, que eles chamam de "demiurgo".
Esse seria o nosso Deus da Bíblia, o que
explica todas as tragédias contadas nela. Para esta crença, as almas dos homens já existiam em um
universo de luz e paz (Pleroma); mas houve uma "tragédia" – algo como uma revolta – e assim esses
espíritos foram castigados sendo aprisionados em corpos humanos, como em uma cadeia, pelo deus
demiurgo, e que os impede de voltar ao estado inicial.
A salvação dessas almas só seria possível mediante a libertação dessa cadeia que é o corpo, que é mau, e
isto só seria possível através de um conhecimento ("gnose" em grego) secreto, junto com práticas mágicas
(esotéricas) sobre Deus e a vida, revelados aos "iniciados", e que dariam condições a eles de se salvarem.
Por isso os gnósticos não acreditam na salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não
acreditam no pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Para eles o mal vem da matéria e
do corpo humano, que são maus.
Para o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser desprezado; assim, por exemplo,
o casamento e tido como mau porque através dele o homem (corpo) se multiplica. Paulo combateu esses
ensinos em 1Tm 4,1ss.
E por outro lado, tudo o que é espiritual teria sido criado pelo deus bom.
Segundo ainda o gnosticismo, o Deus Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo,
como redentor (um eon), um “Avatar”, portador da “gnósis” - a palavra revelada - a alguns escolhidos que os
levaria à salvação (libertação do corpo).
Jesus não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo
aparente (docetismo). Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado. S. João combateu
isto em suas cartas (cf.1Jo 18.23).
Embora tendo sido banido pela igreja nos primeiros séculos o gnosticismo tem vivido um reavivamento dado
à descoberta recente nos manuscritos de Nag Hamadi, no Egito, do "Evangelho de Judas", que é de fundo
gnóstico.
Também por causa do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown (Editora Sextante, 2004), onde o
autor diz que se baseou nos evangelhos apócrifos e gnósticos de Maria Madalena, Filipe e Tomé, para fazer
as suas afirmação contra a Igreja católica. O gnosticismo está também na base filosófica e religiosa de
muitos movimentos e seitas como o espiritismo, hinduísmo e a Nova Era.
0 comentários:
Postar um comentário