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terça-feira, 18 de junho de 2019
sexta-feira, 12 de abril de 2019
Claudio Ptolomeu - Período Helenístico
Claudio Ptolomeu foi
um importante cientista greco-egípcio do século II. Nasceu por volta do ano 90
em Ptolemaida (Alto Egito, província do Império Romano) e faleceu por volta de
168 na cidade de Canopo (Norte do Egito). Fez importantes estudos nas áreas de
Matemática, Geografia, Física, Geometria, Astronomia e Química.
Biografia resumida
Infelizmente, por falta de fontes históricas, sabemos pouco sobre a
vida de Claudio Ptolomeu. Em função de suas anotações astronômicas, podemos
concluir que trabalhou na cidade de Alexandria. Foi nesta cidade que fez grande
parte dos seus estudos entre os anos de 127 e 152.
Principais estudos e teorias
- Defendeu o geocentrismo, no qual o planeta Terra encontra-se no
centro do Universo, sendo que os planetas e a Lua giram em torno dele.
- Sistema de Epiciclos – o epiciclo é a órbita feita por um
planeta. O centro desta órbita descreve outra que também faz um
movimento circular, porém, ao redor da Terra.
- Propôs nova demonstração para o postulado das paralelas de
Euclídes.
- Defendeu a forma esférica da Terra, provando ser impossível o
formato plano.
- A luz das estrelas sofre um desvio quando passa pela camada de ar
terrestre.
- Os planetas, o Sol e Lua possuíam movimentos naturais. Porém, o
planeta Terra ficava em repouso no centro do Universo. Desta forma, Ptolomeu
confirmava o sistema astronômico de Aristóteles.
Principais obras:
- Almagesto (também conhecido como Grande Síntese)
- treze livros sobre Astronomia, Geometria e Trigonometria. Nesta grande obra,
Ptolomeu fez estudos sobre o movimento do Sol e da Lua, Trigonometria Esférica,
descrição do Astrolábio, eclipses da Lua e do Sol, conjunções de planetas e
catalogação de estrelas.
- Hipóteses Planetárias – apresenta um calendário
com as horas em que várias estrelas aparecem e desaparecem no céu.
- Geografia – fez a descrição e medicação do
planeta Terra.
- Harmônica – estudos de acústica e a matemática
dos sons da música grega de sua época.
- Sobre a dimensão – estudos sobre a
tridimensionalidade do espaço.
- Óptica – estudos dos raios luminosos e
refracção.
Você sabia?
- Os estudos geocêntricos de Ptolomeu foram tomados como base por
pesquisadores católicos na Idade Média. Estes estudos eram usados para
comprovar a teoria geocêntrica defendida pela Igreja Católica no período.
- Foi somente no século XVI, com Copérnico, que o sistema
ptolomaico geocêntrico começou a ser abandonado. A partir de então, o
Heliocentrismo foi comprovado cientificamente e aceito, embora a Igreja
Católica ainda persistisse na teoria geocêntrica, inclusive perseguindo os que
eram contrários.
Marco Aurélio
Lista dos Filósofos do período Helenístico:
Helênicos
Romanos
Epiteto - Período Helenístico
Epicteto (55 - 135)
Musónio Epicteto busca em seus pensamentos destacar o lado prático da
filosofia para desenvolver a moral. O filósofo é que vai educar e tratar os
homens que sofrem com as paixões e ele busca fazer isso através da virtude.
Para
Epicteto Deus está dentro de nós através da alma, Deus é a alma que está em nós
e portanto nunca estamos sós, pois Deus está conosco. Deus é nosso pai e como
tal devemos obediência a Ele. Foi Ele que nos deu a dádiva de existirmos e
devemos a ele o reconhecimento dessa dádiva. Mas não precisamos para isso da
religião, pois dependemos de Deus e não de outros homens. Podemos e devemos
atingir a moral e a virtude através da razão em uma busca independente, pois
podemos nos governar por nossas próprias leis.
Deus
é sabedoria, inteligência e como tal segue a razão, a razão é um bem. Deus
cuida de todas as coisas e de cada pessoa em particular. Obedecer Deus
significa obedecer a sabedoria pois nela está o bem. Fazer a vontade de Deus é
seguir a razão. Quando nos submetermos à vontade de Deus, ou seja, à razão,
encontraremos a liberdade.
A
virtude que alcançarmos através da razão vai nos dar liberdade, mas para isso
precisamos também nos tornar independentes das coisas que estão no exterior de
nós mesmos. Somente podemos confiar nas coisas que estão sob nosso poder, sobre
as quais temos controle. Os bens materiais, a posição social e até mesmo nosso
corpo são coisas externas, pois não podemos controlá-los. Não podemos deixar
que essas coisas dominem nosso espírito porque se isso acontecer vamos também
perder o controle sobre ele.
Uma
liberdade garantida deve ter por fundamento coisas sobre as quais temos o
domínio, coisas como desejo, opiniões e sentimentos. Devemos suportar o que não
podemos modificar e tentar modificar o que precisa ser modificado das coisas
que dominamos como desejos ou ideias irracionais.
Epicteto
define assim o seu princípio filosófico definindo as coisas em dois conjuntos.
O conjunto das coisas sobre as quais podemos exercer nosso poder e o conjunto
das coisas sobre as quais não temos nenhum poder. As coisas boas e as coisas
más estão incluídas no conjunto que está sobre nosso poder, pois elas são o
resultado da nossa capacidade de fazer ou de não fazer algo. O que não está
sobre nosso poder, além de não ser da nossa responsabilidade, não pode ser
atingido pela nossa vontade.
Os
dois conjuntos de coisas não podem estar juntos, pois são excludentes e um vai
destruir o outro. Não levar em conta essa divisão é seguir o caminho que vai
nos levar ao erro. Quem escolhe viver para e seguindo as normas do conjunto de
coisas que não domina vai acabar se tornando escravo dessas coisas. Mas quem
rejeitar ao que não está sob nossa dependência e se dedicar ao conjunto que
dominamos, vai se tornar livre e encontrar paz espiritual.
Sentenças:
- Acusar os outros pelas nossas infelicidades é uma falta de educação.
- O que evitamos sofrer, fazemos sofrer os outros.
- Se você quer algo na vida, lute para conseguir.
- Ninguém é livre se não for dono de si mesmo.
- Não é o fato que desorienta as pessoas, mas os juízos que fazem dos
fatos.
- O desejo e a felicidade não podem viver juntos.
- O erro dos velhos é julgar o hoje com os critérios do ontem.
- Na desgraça descobrimos os inimigos e colocamos a prova os amigos.
- Quem tem sorte ganha no genro um filho, quem não tem, perde uma filha.
- A verdade vence por si mesma, a mentira precisa de cúmplices.
- As grandes coisas precisam de tempo para serem criadas.
- Sábio é quem se alegra com o que tem e não fica triste pelo que não
tem.
- É impossível aprender o que pensamos que já sabemos.
Lista dos Filósofos dos Filósofos do período Helenístico:
Helênicos
Romanos
Plotino - Período Helenístico
Plotino (Πλωτῖνος, 205
Licopólis, Egito - 270 D.C.), foi um discípulo de Amônio Sacas por 11 anos e
mestre de Porfírio. Plotino nos legou ensinamentos em seis livros, de nove
capítulos cada, chamados de As Enéadas. Nasceu em Licópolis,
no Egito.
Biografia
Acompanhou uma expedição à Pérsia, liderada pelo imperador
Gordiano, onde tomou contato com a filosofia persa e indiana. Regressou à
Alexandria e, aos 40 anos, estabeleceu-se em Roma. Desenvolveu as doutrinas
aprendidas de Amônio Saccas numa escola de filosofia junto a seleto grupo de
alunos. Pretendia fundar uma cidade chamada Platonópolis, baseada nos
ensinamentos de A República de Platão.
Porfírio, seu
discípulo,[1] trinta anos após a morte de Plotino, publicou os
tratados, em uma edição completa. No trabalho editorial, Porfírio subdividiu
alguns escritos de forma a atingir o número de 54 tratados. Seguindo a
tradição pitagórica, tem-se que 54 = 6 (número da perfeição) x 9 (número da
totalidade). Assim, ele obteve 6 grupos temáticos, contendo 9 tratados cada
qual (donde Enéadas; “enea” = “nove”).
Conta Eunápio que
Porfírio, após haver estudado com Plotino, tomou horror ao próprio corpo e
velejou para a Sicília, seguindo a rota de Odisseu, e ficou em um promontório
da ilha, sem se alimentar e evitando o caminho do homem; Plotino, que ou o
estava seguindo ou recebeu informações sobre o jovem discípulo, foi até ele e o
convenceu com suas palavras, de modo que Porfírio voltou a reforçar seu corpo
para sustentar sua alma.[1]
Os critérios
editoriais de Porfírio, possivelmente, tinham por objetivo formar uma série que
mostrasse o caminho para a sabedoria. Nas palavras de O'Meara: "Com isso
Porfírio quis oferecer ao leitor uma passagem pelos escritos de Plotino que
lhe traria uma formação filosófica, uma condução até o bem absoluto. O alvo
geral da leitura e interpretação dos textos nas escolas do Império era, em
primeira linha, a transformação da vida, a cura da alma, a condução para uma
vida boa resultante disso”.
A influência de
Plotino e dos neoplatônicos sobre o pensamento cristão, islâmico e judaico, bem
como sobre os pensadores do Renascimento, foi enorme. Foram direta ou
indiretamente influenciados por ele, Gregório de Nazianzo, Gregório de Nissa,
Santo Agostinho, Pseudo-Dionísio, o Areopagita, Boécio, João Escoto Erígena,
Alberto Magno, Santo Tomás de Aquino, Dante Alighieri, Mestre Eckhart, Johannes
Tauler, Nicolau de Cusa, São João da Cruz, Marsílio Ficino, Pico de la
Mirandola, Giordano Bruno, Avicena, Ibn Gabirol,Espinosa, Leibniz, Coleridge, Henri
Bergson e Máximo, o Confessor.
Teoria
Plotino dividia o
universo em três hipóstases: O Uno, o Nous (ou
mente) e a Alma.
Uno
Segundo Plotino, o
Uno refere-se a Deus, dado que sua principal característica é a
indivisibilidade. "É em virtude do Uno [unidade] que todas as coisas são
coisas." (Plotino, Enéada VI, 9º tratado)
Nous
Nous, termo
filosófico grego que não possui uma transcrição direta para a língua
portuguesa, e que significa atividade do intelecto ou da razão em oposição aos
sentidos materiais. Muitos autores atribuem como sinônimo a Nous os termos
"Inteligência" ou "Pensamento".
O significado
ambíguo do termo é resultado de sua constante apropriação por diversos
filósofos, para denominar diferentes conceitos e idéias. Nous refere-se,
dependendo do filósofo e do contexto, vezes a uma faculdade mental ou
característica, outras vezes a uma correspondente qualidade do universo ou de
Deus.
§ Homero usou o
termo nous significando atividade mental em termos gerais, mas no período
pré-Socrático o termo foi gradualmente atribuído ao saber e a razão, em
contraste aos sentidos sensoriais.
§ Anaxágoras
descreveu nous como a força motriz que formou o mundo a partir do caos
original, iniciando o desenvolvimento do cosmo.
§ Platão definiu
nous como a parte racional e imortal da alma. É o divino e atemporal pensamento
no qual as grandes verdades e conclusões emergem imediatamente, sem necessidade
de linguagem ou premissas preliminares.
§ Aristóteles
associou nous ao intelecto, distinto de nossa percepção sensorial. Ele ainda
dividiu-o entre nous ativo e passivo. O passivo é afetado pelo conhecimento. O
ativo é a eterna primeira causa de todas as subsequentes causas no mundo.
§ Plotino descreveu
nous como sendo umas das emanações do ser divino.
Alma
Na Teosofia, a alma
é associada ao 5º princípio do Homem, Manas, a Alma Humana ou Mente Divina.
Manas é o elo entre o espírito (a díade Atman-Budhi) e a matéria (os princípios
inferiores do Homem).
Assim, a
constituição sétupla do Homem, aceita na Teosofia, adapta-se facilmente a um
sistema com três elementos: Espírito, alma e corpo. Sendo a alma o elo entre o
Espírito e o corpo do homem.
Lista dos Filósofos dos Filósofos do período Helenístico:
Helênicos
Romanos
Eratóstenes - Período Helenístico
Eratóstenes (em grego: Ἐρατοσθένης, transl.:
Eratosthéni̱s; Cirene, 276 a.C. — Alexandria, 194 a.C.) foi um matemático,
gramático, poeta, geógrafo, bibliotecário e astrônomo da Grécia Antiga. Nasceu em Cirene, Grécia, e morreu em
Alexandria. Estudou em Cirene, em Atenas e em Alexandria. Os contemporâneos
chamavam-no de "Beta" porque o consideravam o segundo melhor do mundo
em vários aspectos. Eratóstenes é descrito pelo Suda (localização: Épsilon
2898, segundo Ada Adler) como tendo sido aluno do filósofo Aríston de Quios, do
gramático Lisânias de Cirene e do poeta Calímaco. O Suda esclarece que Ptolomeu
III Evérgeta o trouxe de Atenas para Alexandria, local em que permaneceu até o
reinado de Ptolomeu V Epifânio. Afirma-se que Ptolomeu III o trouxe
inicialmente de Atenas para ensinar o seu filho Filopator (Ptolomeu IV
Filopator). Diz-se que ele foi chamado "pentatleta" ou
"plataformas", por estar sempre em segundo lugar em várias áreas do
conhecimento. No Suda é dito que ele nasceu no período da 126a. Olimpíada e
faleceu com a idade de 82 anos. Um dos seus discípulos foi Aristófanes de
Bizâncio. Eratóstenes escreveu obras filosóficas, poemas, histórias, muitos
diálogos e trabalhos sobre gramática . Entre suas obras, merecem destaque
Astronomia ou Catasterismos (em em grego: Ἀστρονομίαν ἢ Καταστηριγμούς,
transl.: Astronomían í̱ Katasti̱rigmoús), Sobre as seitas filosóficas (em
grego: Περὶ τῶν κατὰ φιλοσοφίαν αἱρέσεων, transl.: Perí tó̱n katá filosofían
airéseo̱n), Sobre o libertar-se da dor (em grego: Περὶ ἀλυπίας, transl.: Perí
alypías) . Um de seu poemas chamava-se Hermes. Além disso, ele escreveu uma
obra chamada Platonicus, que tratava da matemática que fundamenta a filosofia
de Platão. Essa obra foi muito utilizada por Téon de Esmirna, que no livro
Expositio rerum mathematicarum afirma que Eratóstenes tratou do problema da
duplicação do cubo. Isso também foi afirmado por Eutócio de Ascalon no livro II
de Esfera e Cilindro, em que comenta a proposição 1 de Arquimedes, onde ele
reproduz uma carta de Eratóstenes a Ptolomeu III Evérgeta. Essa carta descreve
a história do problema da duplicação do cubo e, especialmente, descreve um
aparelho mecânico inventado por Eratóstenes que serviria para encontrar a linha
de segmentos x e y, para um dado segmento a e b (a:x = x:y = y:b). Hoje sabe-se
que algumas partes desta carta não foram escritas por Eratóstenes. Eratóstenes
trabalhou também com números primos e é lembrado por seu Crivo de Eratóstenes,
que é ainda uma importante ferramenta na teoria dos números. O crivo é citado
na obra Introdução à aritmética de Nicomedes. Ele também escreveu um livro
chamado Sobre os significados que, apesar de perdido, é mencionado por Pappus
de Alexandria como sendo um importante livro de geometria. Eratóstenes ainda
escreveu um livro denominado Sobre a medição da Terra, também perdido, em que de
maneira surpreendente procedeu com a exata medição da circunferência da Terra.
Alguns detalhes desta medição estão nos trabalhos escritos por Cleomedes, Téon
de Esmirna e Estrabão.
Lista dos Filósofos dos Filósofos do período Helenístico:
Helênicos
Romanos
Aristarco de Samos - Período helenístico
Aristarco de Samos
Aristarco nasceu em 310 a.C. em Samos, na Grécia. Tendo sido aluno
de Strato de Lampsacus, que encabeçava o Liceu Aristotélico.
Considerado por muitos o Copérnico da Época Clássica, este astrônomo
revolucionou de tal modo a astronomia que seu nome foi atribuído a uma cratera
lunar.
As conclusões de Aristarco sobre a organização do Sistema Solar, embora
simples, causam admiração até hoje por sua coerência. Até então, as concepções
mais avançadas eram as de Pitágoras e de Heráclides. Segundo eles, as
estrelas seriam imóveis; a Terra estaria localizada no centro do universo, mas
apresentaria rotação; quanto aos demais planetas, pelo menos Mercúrio e Vênus
girariam em torno do Sol.
Aristarco foi além, afirmando que os movimentos de todos esses
corpos poderiam ser mais facilmente descritos, caso se admitisse que todos os
planetas, incluindo a Terra, giravam em torno do Sol. Esse modelo heliocêntrico
do universo foi, no entanto, considerado ousado demais e seu autor chegou a ser
acusado de insulto religioso. Mesmo assim, a reação contra ele não chegou a ser
tão agressiva quanto a que atemorizaria, quase 2000 anos mais tarde, Copérnico,
Kepler e Galileu.
Os escritos de Aristarco sobre esse tema se perderam e só pudemos
conhecer suas idéias porque foram mencionadas por Arquimedes. Outros trabalhos
de sua autoria, porém, chegaram até nós. Em sua obra "Sobre os tamanhos
e as distâncias do Sol e da Lua" Aristarco procurou determinar a
distância Terra-Lua em relação à Distância Terra-Sol, considerando o triângulo
formado por esses três astros no início do quarto crescente.
Aristarco concluiu que o Sol estaria 20 vezes mais distante da Terra que
da lua. (A proporção verdadeira é de cerca de 400 vezes, mas o procedimento
estava correto. Os instrumentos de medição de ângulos então disponíveis é que
não permitiam obter valores mais precisos.)
Aristarco também
procurou calcular o diâmetro da Lua em relação ao da Terra, baseando-se na
sombra projetada pelo nosso planeta durante um eclipse lunar. Concluiu que a
Lua tinha um diâmetro três vezes menor que o da Terra (o valor correto é 3,7).
Com esse dado, deduziu que o diâmetro solar era 20 vezes maior que o da Lua e
cerca de 7 vezes maior que o da Terra.
Aperfeiçoando as medições ao longo dos últimos séculos, sabemos
hoje que o diâmetro terrestre não alcança um centésimo do solar. Embora os seus
resultados tivessem erros de uma ordem de grandeza, o problema residia mais na
falta de precisão dos seus instrumentos do que no seu método de trabalho, que
era adequado. Além disso Aristarco também calculou, com mais precisão do que a
dos antigos sábios, a duração de um ano solar.
As imprecisões de Aristarco assumem pouca importância frente a seu
bom senso: para ele, seria mais natural supor que o astro menor girasse em
torno do maior, e não o contrário.
sábado, 6 de abril de 2019
Lucrécio
Lucrécio (94-50 a.C.) foi um poeta e filósofo latino,
autor do poema didático em seis volumes, "De Rerum Natura" (Da
Natureza das Coisas), uma rigorosa exposição dos princípios filosóficos que ele
foi buscar na obra do grego Epicuro.
Lucrécio (Tito Lucrécio Caro) nasceu provavelmente em Roma,
Itália, no ano 94 a.C. É o autor do poema “De Rerum Natura” (Da Natureza
das Coisas), uma das mais importantes obras da Antiguidade Clássica, onde
demonstra ser igualmente filósofo observador da natureza e um excelente
escritor da língua latina, comparável a Virgílio. Lucrécio defendia algumas
teses, que foram reafirmadas na ciência moderna. Lucrécio se antecipou a Darwin
e Lamarck com uma teoria da evolução biológica, e a Lavoisier com o conceito da
indestrutibilidade da matéria.
Como discípulo do grego Epícuro (341-270), Lucrécio reteve do
mestre a noção do valor da realidade objetiva. Na poesia, Lucrécio faz
uma detalhada exposição de princípios filosóficos que ele foi buscar na obra do
mestre. Na visionária concepção epicurista, o mundo – coisas, plantas, animais
e até o homem – era constituído por pequenas partículas indestrutíveis que ele
chamou de átomos.
Segundo Lucrécio, longe de ser o centro do universo, o homem
seria apenas mais uma entre várias configurações da matéria possibilitadas pela
reunião desses átomos. A alma, tal como o corpo, é feita de átomos e logo, se
desfaz como a morte. Única vida que é dada ao homem é esta, e ele deve
aproveitá-la retirando-se da vaidosa agitação da vida pública para se dedicar à
serena busca do prazer.
Com seu pensamento epicurista, a obra de Lucrécio era um corpo
estranho para o pensamento que a Igreja professava na época em que o poema foi
encontrado. Poggio Bracciolini, humanista do Renascimento italiano, ao visitar
mosteiros alemães, em 1417, encontrou pergaminhos com textos latinos esquecidos
havia séculos. Foi lá que descobriu diligentemente copiado, mas ao que tudo
indica negligenciado pelos pios monges, “De Rerum Natura” (Da Natureza das
Coisas), um poema latino cujo conteúdo prefigurava um novo arranjo de ideias
que mal começava a se desenhar na Renascença.
O principal objetivo do poema era o de livrar os homens da
superstição, de acostumá-los à ideia de completa aniquilação com a morte, e de
tirar-lhes a ideia de uma interferência divina nas coisas humanas. Para ele, no
mundo todo, apenas os átomos são eternos. Suas posições são defendidas com
eloquência e força de raciocínio, únicas na literatura latina. Lucrécio sempre
se manteve crítico quanto às ideias e formas de viver de sua sociedade. Com
suas ideias, embora preservado por copistas, o poema de Lucrécio foi
virtualmente esquecido por milênios de hegemonia cristã.
Além de ser uma rigorosa exposição filosófica, com uma visão
desencantada da forma de viver da sociedade, sua obra está muito mais próxima
do materialismo pragmático e científico da modernidade. De Rerum Natura (Da
Natureza das Coisas) é também uma obra-prima erótica, devotada em grande parte
aos mitos sensuais da deusa Vênus, que segundo os especialistas da Renascença
serviu de inspiração para o pintor Botticelli (1445-1510) na composição da
obra “A Primavera”.
Lucrécio faleceu em Roma, na Itália, no ano 50 a.C.