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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020
terça-feira, 21 de janeiro de 2020
Corrente Filosófica Fenomenologia
Corrente Filosófica Fenomenologia
O conhecimento da realidade essencial dos fenômenos e a
possibilidade
desse conhecimento foi preocupação constante da filosofia até princípios do
século XX, quando a fenomenologia deixou de olhar para os elementos exteriores
que cercam os fenômenos e passou a considerá-los em si mesmos, por seu reflexo
na consciência, como única maneira de apreendê-los.
Fenomenologia é o estudo dos fenômenos em si mesmos,
independentemente dos condicionamentos exteriores a eles, cuja finalidade é
apreender sua essência, estrutura de sua significação. É também um método de
redução, pelo qual o conhecimento factual e as suposições racionais sobre os
fenômenos como objeto, e a experiência do eu, são postas de lado, para que a
intuição pura da essência do fenômeno possa ser rigorosamente analisada. É o
estudo dos fenômenos, distinto do estudo do ser, ou ontologia.
Na história da filosofia, a fenomenologia tem três significados
especiais. Na segunda metade do século XVIII, era sinônimo de "teoria das
aparências", expressão cunhada pelo filósofo Jean-Henri Lambert para
distinguir a aparência das coisas do que elas são em si mesmas. Com Hegel, em
Phänomenologie des Geistes (1807; Fenomenologia do espírito), é uma espécie de
lógica do conteúdo e uma introdução à filosofia, história das fases sucessivas,
das aproximações e das oposições pelas quais o espírito se eleva da sensação
individual à razão universal, ou, para usar sua fórmula: "é a ciência da
experiência que faz a consciência". Foi com Husserl que a palavra ganhou, nas
primeiras décadas do século XX, o significado de que hoje se reveste, de estudo
dos fenômenos em si mesmos, que visa à evidência primordial, e de denominação
de um movimento que influiu de modo significativo no pensamento filosófico
dessa época.
A fenomenologia husserliana é uma meditação sobre o conhecimento.
Considera que aquilo que é dado à consciência é o fenômeno (objeto do
conhecimento imediato). Esse fenômeno só aparece numa consciência; portanto, é
a essa consciência que é preciso interrogar, deixando de lado tudo o que lhe é
exterior. A consciência, para Husserl, só pode ser entendida como intencional,
isto é, não está fechada em si mesma, mas define-se como uma certa maneira de
perceber o mundo e seus objetos. Mostrar os diversos aspectos pelos quais a consciência
percebe esses objetos e sob os quais eles lhe aparecem, o que a sua presença
supõe, constitui o estudo e o objetivo essencial da fenomenologia.
Para Husserl, portanto, a tarefa da filosofia é a pesquisa, exame
e descrição do fenômeno, como conteúdo da consciência. Trata-se de uma mudança
radical de sentido na orientação filosófica, antes voltada para as coisas, para
o mundo exterior, e que com ele passou a interessar-se pela consciência, pelo
mundo interior. Assim, por exemplo, se alguém vê as folhas de uma palmeira
serem agitadas pelo vento, essa experiência é, toda ela, um fenômeno interior,
que se passa essencialmente dentro da consciência. Os objetos exteriores são
apenas condições para que se crie a percepção, a vivência desse fenômeno interior.
A fenomenologia se prende, por meio da atitude reflexiva, nesses fenômenos ou
estados da consciência e prescinde da realidade exterior das coisas, ou como
diz Husserl, coloca-se entre parênteses. É o que ele chama de epokhé, ou seja,
o ato de liberar a atenção do exterior para que ela se detenha na análise da
vivência ou experiência pura.
A fenomenologia é, portanto, uma descrição daquilo que se mostra
por si mesmo, de acordo com o "princípio dos princípios": toda
intuição primordial é fonte legítima de conhecimento. Situa-se como anterior a
toda crença e juízo e despreza todo e qualquer pressuposto: mundo natural,
senso comum, proposição científica ou experiência psicológica.
Essa mudança de orientação teve grande importância para a
filosofia, pois a eximiu de cuidar da explicação do mundo e das coisas. A
ciência é que explica o mundo e seus aspectos acessíveis à nossa experiência.
Ao voltar-se para o conteúdo ou para o fenômeno existente na consciência, a
fenomenologia encontrou um objeto que a capacita a transformar-se em ciência
autêntica, como pretendia seu fundador. Esse conteúdo é antes suscetível de
descrição do que de medida. Fazer tal descrição é a tarefa dessa filosofia.
Os críticos da obra de Husserl dividem-se em dois grupos
principais. De um lado estão os que, como os neokantianos, concordam em que a
fenomenologia se realizou como perspectiva ontológica; do outro, os que
sustentam que ela significou apenas uma tomada de posição epistemológica, como
Nicolaio Hartman. Em outras palavras, os que admitem ser ela uma perspectiva do
ser, e os que a consideram apenas como uma investigação do conhecer.
Em seus primeiros escritos, Husserl não põe em dúvida a existência
dos objetos independentemente dos atos mentais. Mais tarde, introduz a noção
problemática de uma redução transcendental fenomênica, mediante a qual se
descobre o ego (o eu) transcendental, diferente do ego fenomênico da
consciência ordinária. Em conseqüência, Husserl passa de um realismo primitivo
a uma modalidade de idealismo kantiano. Sua influência foi muito profunda, em
especial entre os existencialistas (Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Maurice
Merleau-Ponty) que, apesar de se considerarem fenomenologistas, preocupavam-se
mais com a ação do que com o conhecimento.
Em psicologia, fenomenologia é um método de descrição e análise
desenvolvido a partir da fenomenologia filosófica, aplicado à percepção
subjetiva dos fenômenos e à consciência, em especial nos campos da psicologia
da Gestalt, análise existencial e psiquiátrica.
CORRENTE FILOSÓFICA EXISTENCIALISMO
O existencialismo, uma corrente filosófica difusa, que abrange de pensadores ateus a
religiosos, resume-se ao reconhecimento de que a existência precede a essência.
Foi uma
doutrina filosófica e um movimento intelectual surgido na Europa em meados do
século XX, mais precisamente na França.
Está pautada na existência
metafísica, donde a liberdade é seu maior mote, refletida nas condições de
existência do ser.
Surgindo num contexto em que refletiam os esforços filosóficos e
sociológicos para compreender e reordenar a sociedade decorrente da expansão do
capitalismo, da formação dos estados republicanos, da revolução tecnológica e
industrial.
Características
O existencialismo sofreu influência
da fenomenologia (fenômenos do mundo e da
mente), cuja existência precede a essência, sendo dividido em duas vertentes:
·
existencialismo ateu:negam a natureza humana.
·
existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.
Para os filósofos adeptos dessa corrente,
a essência humana é construída durante sua vivência, a partir de suas escolhas,
uma vez que possui liberdade incondicional.
Em outras palavras, a corrente
existencialista prega que o homem é um ser que possui toda a responsabilidade
por meio de suas ações. Assim, ele granjeia durante sua vida um significado
para sua existência.
Para os existencialistas, a
existência humana é baseada nas angústias e no desespero. A partir da autonomia
moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos.
Nesse caso, toda escolha implicará numa perda ou em várias, dentre muitas
possibilidades que nos são postas.
Assim,
para os existencialistas, a liberdade de escolha é
o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada pode ser responsável pelo seu
fracasso, a não ser, você mesmo.
Principais Filósofos Existencialistas
Considerado
o “Pai do Existencialismo”, Sören Kierkegaard (1813-1855)
foi um filósofo dinamarquês. Fez parte da linha do existencialismo cristão, no
qual defende, sobretudo, o livre-arbítrio e a irredutibilidade da existência
humana.
Da mesma maneira que outros
existencialistas, Kierkegaard focou na preocupação pelo indivíduo e pela
responsabilidade pessoal. Segundo ele: “Ousar é perder o equilíbrio
momentaneamente. Não ousar é perder-se.”
A partir da obra de Kierkegaard e da
crítica à história da filosofia, Heidegger (1889-1976) vai desenvolver a ideia
de que o ser humano pode experimentar uma existência autêntica ou inautêntica.
O que determinará esta existência
será sua atitude face à morte e as escolhas que tomará diante a finitude de sua
vida.
Um dos maiores representantes do
existencialismo, Sartre (1905-1980) foi filósofo, escritor e crítico francês.
Para ele, estamos condenados a ser livres: “Condenado porque não se criou a
si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável
por tudo quanto fizer.”
Simone de Beauvoir
Companheira de Sartre, Simone de
Beauvoir (1908-1986) foi filósofa, escritora, professora e feminista francesa
nascida em Paris.
Personalidade ousada e libertária
para sua época, Simone cursou filosofia e enveredou pelos caminhos do
existencialismo e da defesa da liberdade feminina. Segundo ela: “Não se
nasce mulher: torna-se”.
Essa frase corrobora sua tendência
existencialista, cuja existência precede a essência, essa última sendo algo que
se constrói durante a vida.
Albert Camus
Filósofo e romancista argelino, Camus
(1913-1960) foi um dos principais pensadores do “absurdismo”, uma das
ramificações teóricas do existencialismo. Foi amigo de Sartre com quem discutiu
muito sobre os aspectos e a essência do ser.
Em seu ensaio filosófico “Mito de
Sísifo” (1941) aborda sobre os diversos absurdos da vida, segundo ele:
“Como deve viver o homem absurdo?
Claramente, não se aplicam regras éticas, como todas elas são baseadas em
poderes sobre justificação. “Integridade não tem necessidade de regras”. “Tudo
é permitido” não é uma explosão de alívio ou de alegria, mas sim, um amargo
reconhecimento de um fato.”
Albert Camus ganhou o Prêmio Nobel de
Literatura, em 1957.
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi
filósofo e professor francês. Fenomenólogo existencialista, junto a Sartre,
fundou a revista filosófica e política “Os Tempos Modernos”.
Centrou sua filosofia na existência
humana e no conhecimento. Para ele, “A Filosofia é um despertar para ver e
mudar o nosso mundo.”
Karl Jaspers
Filósofo existencialista, professor e
psiquiatra alemão, Karl Theodor Jaspers (1883-1969), acreditava na fusão entre
a fé filosófica e a crença religiosa.
De acordo com ele, a fé é a expressão
máxima da liberdade humana, sendo o único caminho que leva à certeza
existencial e à transcendência do ser.
Suas principais obras são: A Fé
Filosófica, Razão e Existência, Orientação Filosófica do Mundo, Filosofia, Explicação
da Existência e Metafísica.
domingo, 28 de julho de 2019
POSITIVISMO - CORRENTE FILOSÓFICA
Positivismo é uma corrente
de pensamento filosófico, sociológico e político que
surgiu em meados do século XIX na França. A principal ideia do positivismo era
a de que o conhecimento científico devia
ser reconhecido como o único
conhecimento verdadeiro.
O principal idealizador do movimento positivista foi o pensador
francês Auguste Comte (1798-1857), ganhando destaque
internacional entre metade do século XIX e começo do XX.
Segundo o positivismo, as
superstições, religiões e demais ensinos teológicos devem ser ignorados, pois
não colaboram para o desenvolvimento da humanidade.
De acordo com os princípios de Comte, as primeiras ideias do que viria a ser o Positivismo surgiram como uma ramificação o Iluminismo. Isso ocorreu a partir das crises sociais que explodiram na Europa no fim da Idade Média e com a chamada "sociedade industrial", marcada pela Revolução Francesa.
O termo "positivo" surgiu pela
primeira vez na obra "Apelo aos Conservadores", de 1855. Comte
descreve a Lei dos Três Estados, ou seja, as etapas pelas quais o
ser humano passou e passa em relação às suas concepções e valorizações da vida, é considerada como a lei fundamental de sua
teoria e rege o modo de pensar da humanidade. Ela caracteriza-se por concepções
da história humana e indica que elas passam por três fases: teológica, metafísica e positiva:
Teológico: Nele, as sociedades ainda se encontrariam devidamente influenciadas pelos valores espirituais e dominadas pelos dogmas que mascaram a realidade social em nome do mistério divino.
Nesse estado as sociedades ainda não valorizam os homens e as mulheres ou a natureza ao seu redor, de modo que esta é compreendida como atributo divino ao qual a humanidade deve ser fiel, sem jamais questionar.
Metafísico: é um estágio de desenvolvimento em que se pode perceber a centralidade dos mitos e/ou da religião, o que inviabiliza a investigação científica da natureza em função exatamente de sua relação dogmática com o conhecimento.
É um momento de transição. Nesse caso, abandonam-se os valores espirituais, mas não plenamente, de modo que as primeiras investigações sobre a natureza começam a ser feitas, limitando-se exclusivamente a questionamentos intelectuais e abstratos, desprovidos de qualquer comprovação prática.
Nesse aspecto, o metafísico corresponderia ao momento em que a filosofia substitui o dogma e a teologia como formas de concepção do mundo e passa a investigá-lo, ainda que de forma especulativa, contemplativa.
Esse estado seria a condição para o surgimento do terceiro e último, o positivo.
Positivo: Esse último seria o estado cientificista, que buscava explicações científicas para os fatos que ocorriam. Seria definido como a busca pela explicação de tudo que ocorre na natureza, o uso da razão, a desmistificação de todos os fenômenos. A natureza passaria a ser estudada e explicada com um enfoque científico, e não mais com enfoque religioso ou místico. Esse terceiro estado seria a soma dos dois anteriores adaptados. Foi a partir da criação desse terceiro estado, que surgira a corrente Positivista de Pensamento, também fundada por Auguste Comte. (Auguste Comte e o Positivismo). Poderíamos comparar os estados com períodos da história da humanidade: O primeiro, teológico, poderíamos ligar ao período pré - renascimento, antes da reforma religiosa, onde todos os fatos eram atribuídos a Deus e a Igreja detinha o controle social. O segundo, metafísico, poderia ser comparado ao período das Grandes Navegações, quando os mares, natureza e floresta eram tratados com misticismo e receio por parte dos europeus. Ao fim, o estado Positivo seria o que estamos vivendo desde o Iluminismo até os dias atuais, onde se crê na ciência como forma de explicação da totalidade dos fenômenos, seja naturais, sociais, etc.
Essa corrente visa o progresso moral e científico da sociedade por meio da ordem social e do desenvolvimento das ciências. O pensador estabeleceu uma espécie de hierarquia das sete grandes ciências: Matemática, Astronomia, Física, Química, Moral, Biologia e Sociologia, sendo essas duas últimas superiores.
O filósofo acreditava que a Sociologia deveria basear-se nas ciências da natureza, sobretudo na Biologia e na Física, que tentam descobrir e decodificar as leis naturais. O sociólogo deveria fazer um trabalho análogo na sociedade: descobrir e decodificar as leis sociais. O sociólogo deveria ser um cientista observador, apoiando-se no conteúdo de sua análise e nos fatos.
Segundo a historiografia positivista, o progresso histórico deveria ser constantemente aferido, tomando por base apenas os fatos que são constantemente registrados.
Essa corrente exerceu enorme influência no Brasil os militares e políticos ligados ao marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que em 1889 depôs o imperador Dom Pedro II, e tornou-se o primeiro presidente do Brasil, implantando uma tentativa de se fazer uma política baseada no positivismo, com o cultivo e a imposição da ordem social para se chegar ao progresso. Muita gente não sabe, mas o texto que aparece no centro da bandeira do Brasil - "Ordem e Progresso" - foi baseado em ideais positivistas. Em sua frase original, Comte dizia: "amor como princípio, ordem como base, progresso como objetivo". A partir deste pensamento, surgiu a famosa expressão que está estampada no centro da bandeira brasileira.
De acordo com os princípios de Comte, as primeiras ideias do que viria a ser o Positivismo surgiram como uma ramificação o Iluminismo. Isso ocorreu a partir das crises sociais que explodiram na Europa no fim da Idade Média e com a chamada "sociedade industrial", marcada pela Revolução Francesa.
Teológico: Nele, as sociedades ainda se encontrariam devidamente influenciadas pelos valores espirituais e dominadas pelos dogmas que mascaram a realidade social em nome do mistério divino.
Nesse estado as sociedades ainda não valorizam os homens e as mulheres ou a natureza ao seu redor, de modo que esta é compreendida como atributo divino ao qual a humanidade deve ser fiel, sem jamais questionar.
Metafísico: é um estágio de desenvolvimento em que se pode perceber a centralidade dos mitos e/ou da religião, o que inviabiliza a investigação científica da natureza em função exatamente de sua relação dogmática com o conhecimento.
É um momento de transição. Nesse caso, abandonam-se os valores espirituais, mas não plenamente, de modo que as primeiras investigações sobre a natureza começam a ser feitas, limitando-se exclusivamente a questionamentos intelectuais e abstratos, desprovidos de qualquer comprovação prática.
Nesse aspecto, o metafísico corresponderia ao momento em que a filosofia substitui o dogma e a teologia como formas de concepção do mundo e passa a investigá-lo, ainda que de forma especulativa, contemplativa.
Esse estado seria a condição para o surgimento do terceiro e último, o positivo.
Positivo: Esse último seria o estado cientificista, que buscava explicações científicas para os fatos que ocorriam. Seria definido como a busca pela explicação de tudo que ocorre na natureza, o uso da razão, a desmistificação de todos os fenômenos. A natureza passaria a ser estudada e explicada com um enfoque científico, e não mais com enfoque religioso ou místico. Esse terceiro estado seria a soma dos dois anteriores adaptados. Foi a partir da criação desse terceiro estado, que surgira a corrente Positivista de Pensamento, também fundada por Auguste Comte. (Auguste Comte e o Positivismo). Poderíamos comparar os estados com períodos da história da humanidade: O primeiro, teológico, poderíamos ligar ao período pré - renascimento, antes da reforma religiosa, onde todos os fatos eram atribuídos a Deus e a Igreja detinha o controle social. O segundo, metafísico, poderia ser comparado ao período das Grandes Navegações, quando os mares, natureza e floresta eram tratados com misticismo e receio por parte dos europeus. Ao fim, o estado Positivo seria o que estamos vivendo desde o Iluminismo até os dias atuais, onde se crê na ciência como forma de explicação da totalidade dos fenômenos, seja naturais, sociais, etc.
Essa corrente visa o progresso moral e científico da sociedade por meio da ordem social e do desenvolvimento das ciências. O pensador estabeleceu uma espécie de hierarquia das sete grandes ciências: Matemática, Astronomia, Física, Química, Moral, Biologia e Sociologia, sendo essas duas últimas superiores.
O filósofo acreditava que a Sociologia deveria basear-se nas ciências da natureza, sobretudo na Biologia e na Física, que tentam descobrir e decodificar as leis naturais. O sociólogo deveria fazer um trabalho análogo na sociedade: descobrir e decodificar as leis sociais. O sociólogo deveria ser um cientista observador, apoiando-se no conteúdo de sua análise e nos fatos.
Segundo a historiografia positivista, o progresso histórico deveria ser constantemente aferido, tomando por base apenas os fatos que são constantemente registrados.
Essa corrente exerceu enorme influência no Brasil os militares e políticos ligados ao marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que em 1889 depôs o imperador Dom Pedro II, e tornou-se o primeiro presidente do Brasil, implantando uma tentativa de se fazer uma política baseada no positivismo, com o cultivo e a imposição da ordem social para se chegar ao progresso. Muita gente não sabe, mas o texto que aparece no centro da bandeira do Brasil - "Ordem e Progresso" - foi baseado em ideais positivistas. Em sua frase original, Comte dizia: "amor como princípio, ordem como base, progresso como objetivo". A partir deste pensamento, surgiu a famosa expressão que está estampada no centro da bandeira brasileira.
ARTIGO SOBRE POSITIVISMO |
sexta-feira, 19 de julho de 2019
Contratualismo - Corrente Filosófica
O contratualismo é uma abordagem da
ética e filosofia política com base na teoria dos contratos sociais. Assim
sendo, são chamados de “contratualistas” os filósofos que buscaram explicar a
origem da sociedade e o fundamento do poder político em um contrato social entre
os indivíduos (seja ele implícito ou explícito), marcando o fim do estado
natural e o início da vida social e política.
Os contratualistas: Hobbes, Locke e
Rousseau
Os principais nomes dessa forma de
filosofia política são os ingleses Thomas Hobbes e John Locke e
o francês Jean Jacques Rousseau, que viveram entre os séculos XVI
e XVIII. Chegando a diferentes conclusões, os três contratualistas afirmavam
que a origem do Estado e da sociedade está num contrato social: anteriormente,
as pessoas teriam vivido em um estado de natureza, mas através de um pacto
firmado entre a maioria dos indivíduos de uma comunidade foram estabelecidas as
regras de convívio social e instauradas as instituições do poder político.
Para Hobbes, o estado de natureza era um
estado de igualdade natural entre os seres humanos, onde, para se impor ou se
defender, e na ausência de um Estado ou normas reguladoras, os indivíduos
entrariam em um estado generalizado de guerra. Nota-se que essa ideia se opõe à
concepção aristotélica de que os seres humanos seriam seres políticos por
natureza, predispostos à convivência harmônica em sociedade. Hobbes destaca o
conflito inerente à natureza humana e explica que essa tensão seria apenas
controlada por meio de um contrato entre as pessoas, permitindo assim o
surgimento do Estado e a convivência em sociedade.
Já para Locke e
Rousseau, o estado de natureza se diferenciava do estado de guerra hobbesiano.
Locke acreditava que esse estágio pré-social era uma situação real e pacífica,
caraterizada pela mais perfeita liberdade e igualdade entre os indivíduos, que
já seriam dotados de razão e desfrutavam da propriedade privada, considerada
por Locke um dos direitos naturais do ser humano. Porém, os inconvenientes do
estado de natureza fizeram com que os indivíduos livremente estabelecessem
entre si um contrato social que garantisse seus direitos fundamentais,
especialmente o da propriedade privada e a proteção da comunidade frente aos
perigos internos e externos. Para Rousseau, o ser humano nasceu livre, porém
teria encontrado uma série de obstáculos ao exercício de sua liberdade natural.
Ao contrário de Locke, Rousseau acreditava que a propriedade privada teria sido
um dos principais motivos de degradação daquela situação inicial de liberdade
rumo à desigualdade e desarmonia, motivando assim os indivíduos à realização de
um pacto social com o objetivo de estabelecer a liberdade civil.
Neo contratualistas
A ideia de um
contrato que funda a sociedade manteve sua importância na filosofia política.
John Rawls é um exemplo de um influente pensador político do século XX
considerado um “neo contratualista”. Na sua teoria da justiça, John Rawls
resgata a importância moral conferida por Immanuel Kant para
a explicação das motivações dos indivíduos em sociedade e questiona as
circunstâncias de desigualdade em que se encontram as diferentes partes do
contrato social.
quinta-feira, 18 de julho de 2019
Racionalismo - Corrente Filosófica
O racionalismo é
uma teoria filosófica que dá a
prioridade à razão,
como faculdade de conhecimento relativamente
aos sentidos.
O racionalismo pode ser dividido em diferentes
vertentes: a vertente metafísica,
que encontra um caráter racional na realidade e indica que o mundo está
ordenado de forma lógica e sujeito a leis; a vertente epistemológica ou gnosiológica, que contempla a
razão como fonte de todo o conhecimento verdadeiro, sendo independente da
experiência; e a vertente ética,
que acentua a relevância da racionalidade, respetivamente, à ação moral.
Os princípios da razão que tornam possível o
conhecimento e o juízo moral são inatos e convergem na capacidade do
conhecimento humano ("lumen
naturale").
A defesa da razão e a preponderância desta corrente
filosófica se transformou na ideologia do iluminismo francês e, no contexto
religioso, criou uma atitude crítica em relação à revelação, que culminou na
defesa de uma religião natural.
Racionalismo Cristão
O racionalismo cristão consiste em uma filosofia
espiritualista sistematizada por Luís de Matos e que surgiu graças a uma
separação do movimento espírita brasileiro. Seguidores dessa doutrina afirmam
que o racionalismo cristão é uma ciência e não uma religião, e tem como
objetivo abordar a evolução do espírito humano, chegando a conclusões sobre fenômenos
e matérias como razão e raciocínio.
Racionalismo e Empirismo
Diferentemente do empirismo, o racionalismo aceita a
existência das verdades inatas e as verdades "a priori". I. Kant realizou uma síntese de
racionalismo e empirismo, ao manter como referência de todo o conhecimento o
dado na experiência e afirmar ao mesmo tempo a existência de formas "a priori" no
sujeito.
Racionalismo de Descartes
Como corrente filosófica, o racionalismo nasce com
Descartes, e atinge o seu auge em B. Espinoza, G. W. Leibniz e Ch. Wolff. O
racionalismo cartesiano indica que só é possível chegar ao conhecimento da
Verdade através da razão do ser humano.
Para Descartes, existiam três categorias de ideias: as adventícias, as factícias e as inatas. As adventícias
representam as ideias que surgem através de dados obtidos pelos nossos
sentidos; factícias são as ideias que têm origem na nossa imaginação; e as
ideias inatas, que não dependem da experiência e estão dentro de nós desde que
nascemos. Segundo Descartes, conceitos matemáticos e a noção da existência de
Deus eram exemplos de ideias inatas.
Basicamente à diferença entre o racionalismo e o empirismo é que para o Racionalismo todo o conhecimento verdadeiro deriva da pura razão. Assim essa corrente privilegia o "método dedutivo", pelo qual, com base em enunciados gerais, chega-se a conclusões de caráter particular sem auxílio de experiências. Para o Empirismo, ao contrário, tudo o que há de verdadeiro na mente humana deve ter passado primeiramente pela experiência. Desse modo, essa perspectiva filosófica privilegia o "método indutivo", pelo qual, por meio de experiência, alcança-se um conhecimento mais amplo.
Saiba mais sobre Empirismo.
Basicamente à diferença entre o racionalismo e o empirismo é que para o Racionalismo todo o conhecimento verdadeiro deriva da pura razão. Assim essa corrente privilegia o "método dedutivo", pelo qual, com base em enunciados gerais, chega-se a conclusões de caráter particular sem auxílio de experiências. Para o Empirismo, ao contrário, tudo o que há de verdadeiro na mente humana deve ter passado primeiramente pela experiência. Desse modo, essa perspectiva filosófica privilegia o "método indutivo", pelo qual, por meio de experiência, alcança-se um conhecimento mais amplo.
Saiba mais sobre Empirismo.
Empirismo - Corrente Filosófica
Empirismo é um movimento filosófico que acredita nas experiências
humanas como únicas responsáveis pela formação das ideias e conceitos
existentes no mundo.
O empirismo é caracterizado pelo
conhecimento científico, quando a sabedoria é adquirida por percepções; pela
origem das ideias, por onde se percebem as coisas, independente de seus
objetivos ou significados.
O empirismo consiste em uma teoria
epistemológica que indica que todo o conhecimento é um fruto da experiência, e
por isso, uma consequência dos sentidos. A experiência estabelece o valor, a
origem e os limites do conhecimento.
O
principal teórico do empirismo foi o filósofo inglês John Locke (1632
– 1704), que defendeu a ideia de que a mente humana é uma "folha em
branco" ou uma "tabula rasa", onde são gravadas impressões
externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias natas, nem do
conhecimento universal.
Sendo uma teoria que se opõe ao Racionalismo,
o empirismo critica a metafísica e conceitos como os de causa e substância. Ou
seja, todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela
experiência, pela tentativa e erro.
Etimologicamente, este termo possui
uma dupla origem. A palavra pode ter surgido a partir do latim e também de uma
expressão grega, derivando de um uso mais específico, utilizado para nomear
médicos que possuem habilidades e conhecimentos de experiências práticas e não
da instrução da teoria.
Além de John Locke, existiram outros
diversos autores de destaque na formação do conceito do empirismo, como Francis
Bacon, David Hume e John Stuart Mill.
Atualmente,
o empirismo lógico é conhecido como neopositivismo, criado pelo
círculo de Viena. Dentro do empirismo, existem três linhas empíricas: a
integral, a moderada e a científica.
Na ciência, o empirismo é utilizado
quando falamos no método científico tradicional, que é originário do empirismo
filosófico, que defende que as teorias científicas devem ser baseadas na
observação do mundo, em vez da intuição ou da fé, como lhe foi passado.
Empirismo e Racionalismo
O Empirismo e o Racionalismo são duas
correntes filosóficas opostas.
O
Racionalismo aborda o tema do conhecimento a partir das ciências exatas,
enquanto o Empirismo dá mais importância às ciências experimentais.
Segundo o Racionalismo, o
conhecimento é alcançado fazendo um bom uso da razão, e não dos sentidos,
porque a informação obtida através dos sentidos pode estar errada, porque é
possível haver engano naquilo que se ouve ou vê.
Saiba
mais sobre o significado do Racionalismo.
Empirismo
e Inatismo
O Inatismo é uma corrente de
pensamento filosófico totalmente oposta ao do Empirismo.
O
Inatismo acredita que o conhecimento é inato ao ser humano, ou
seja, os indivíduos já nascem com determinados conhecimentos.
Ao longo da vida, no entanto, os
inatistas acreditam que os indivíduos devem receber estímulos para que todos os
conhecimentos existentes possam se desenvolver.
Os conhecimentos seriam transmitidos
de geração em geração através da hereditariedade.
Saiba
mais sobre o significado do Inatismo.
Empirismo
e Iluminismo
O Iluminismo, também conhecido como "Época
das Luzes", foi um período de transformações na estrutura social,
principalmente na Europa, onde os temas giravam em torno da Liberdade, do
Progresso e do Homem.
Ao contrário do empirismo, o
iluminismo dava grande importância à razão, procurando sempre mobilizar o seu
poder.
Descubra
mais sobre o significado do Iluminismo.
Empirismo
e Criticismo
O Criticismo é uma corrente filosófica que indica a razão como imprescindível para se alcançar o
conhecimento, não havendo a necessidade do recurso aos sentidos.
Immanuel Kant, criador do Criticismo,
usou essa filosofia para trazer um ponto comum entre o empirismo e
racionalismo.
Kant afirma que a sensibilidade e o
entendimento são duas faculdades importantes na obtenção do conhecimento, sendo
que a informação captada pelos sentidos vai ser modelada pela razão.
Basicamente à diferença entre o racionalismo e o empirismo é que para o Racionalismo todo o conhecimento verdadeiro deriva da pura razão. Assim essa corrente privilegia o "método dedutivo", pelo qual, com base em enunciados gerais, chega-se a conclusões de caráter particular sem auxílio de experiências. Para o Empirismo, ao contrário, tudo o que há de verdadeiro na mente humana deve ter passado primeiramente pela experiência. Desse modo, essa perspectiva filosófica privilegia o "método indutivo", pelo qual, por meio de experiência, alcança-se um conhecimento mais amplo.