FILOSOFIA ANTIGA E MEDIEVAL PDF
Sumário 5
Filosofia Antiga e Medieval
Adriane da Silva Machado Möbbs UFSM
Agostinho: natureza e vontade ...............................................................................................................
.9
Amanda Viana de Souza (GT Neoplatonismo)
Mística do cotidiano e vida fáctica: Mestre Eckhart e Heidegger ................................
..19
Anselmo Tadeu Ferreira (GT Filosofia na Idade Média)
Tomás de Aquino leitor de Agostinho: o caso "De Magistro"..............................................
.25
André Luiz Braga da Silva (GT Platão e o Platonismo)
Entrelaçamentos entre Divisão e Ontologia em Platão .....................................................
..33
André Luiz Cruz Sousa (UFRN)
A unidade de sentido da autarkeia e a inteligibilidade da eudaimonia
em Aristóteles.................................................................................................................................................
45
Ana Rosa Luz (UFF)
O Fedro de Platão e a escala terminológica dos termos Eros, Epithymia
e Philia (sugerida por Drew A. Hyland).........................................................................................
...61
Bernardo Veiga de Oliveira Alves (UFRJ)
A felicidade natural em Tomás de Aquino.....................................................................................
..69
Bianca Tossato Andrade (PUC-RIO)
Considerações acerca de Universais e Objetos Espácio-Temporais..................................
.81
Cesar Augusto Mathias de Alencar (PPGLM/UFRJ)
A philosophía na pólis - Sócrates pela Comédia?........................................................................
.89
Constança Barahona (USP)
Definição da definição - Analíticos Posteriores II ...................................................................
.99
Daniel Lourenço (GT Aristóteles)
Demonstração circular e demonstração de tudo: Algumas ponderações
sobre os capítulos 3 e 19 dos Segundos Analíticos de Aristóteles .............................
. 105
Daniel Simão Nacimento (GT Platão e o Platonismo)
Akrasia e hedonismo no Protágoras de Platão..........................................................................
117
6 Sumário
Edy Klévia Fraga de Souza (GT Filosofia na Idade Média)
As funções da linguagem na obra De Magistro de Santo Agostinho............................
. 125
Eleandro Zeni (UFSM)
A episteme como conhecimento proposicional no Teeteto de Platão..........................
133
Evaniel Brás dos Santos (GT História da Filosofia da Natureza)
Estrutura e devir dos seres em Tomás de Aquino ..................................................................
. 151
Fernando Gazoni (GT Aristóteles)
A eudaimonia na Ética nicomaqueia - o caráter falacioso de EN I.2..............................
175
Fernando Martins Mendonça (GT Aristóteles)
Sobre 'dizer de modo verdadeiro, mas não de modo claro' e a operação
dialética em Aristóteles........................................................................................................................
183
Fernando Rodrigues Montes D'Oca (GT Filosofia na Idade Média)
A demonstração da necessidade da Encarnação no tratado Cur Deus Homo
de Anselmo de Cantuária .....................................................................................................................
. 191
Gabriel Geller Xavier (GT Aristóteles)
Dois usos de ousia em Categorias de Aristóteles.....................................................................
205
Gilmário Guerreiro da Costa (GT Platão e o platonismo)
Um reexame da teoria platônica dos gêneros literários a partir dos
diálogos Parmênides e Sofista.............................................................................................................
213
Guilherme da Costa Assunção Cecílio (GT Platão e o platonismo)
Terceiro Homem: Uma Aporia Solucionável.................................................................................
229
Gustavo Barreto Vilhena de Paiva
(GT História da Filosofia Medieval e a Recepção da Filosofia Antiga)
A discussão acerca da possibilidade do conhecimento humano em
Henrique de Gand e João Duns Escoto.............................................................................................
241
Jeane Vanessa Santos Silva (UFPB)
Consequências de uma solução realista ao problema dos universais..........................
259
José Gabriel Trindade Santos (UFPB)
Existência em Parmênides ......................................................................................................................
269
Jovelina Maria Ramos de Souza (GT Filosofia Antiga)
Que mistérios tem Diotima ....................................................................................................................
277
Juliana Ortegosa Aggio (UFBA)
O desejo virtuoso segundo Aristóteles.........................................................................................
295
Sumário 7
Lisiane S. Blans (UFSM)
A eloquência do silêncio na análise agostiniana da mentira.........................................
.. 305
Louise Walmsley (GT Platão e o platonismo)
A democracia na 'República' de Platão ...........................................................................................
315
Lucas Angioni (GT Artistóteles)
Conhecimento e opinião em Aristóteles......................................................................................
. 329
Luiz Marcos da Silva Filho
(GT História da Filosofia Medieval e a Recepção da Filosofia Antiga)
Sobre a ambivalência da política n’A cidade de Deus de Agostinho...............................
343
Marcelo da Costa Maciel (GT História do Ceticismo)
Pirronismo e política...............................................................................................................................
. 349
M. Reus Engler (GT Platão e o platonismo)
O círculo retórico: Sócrates e o aspecto vertiginoso da filosofia ..............................
357
Marcio Soares (GT Dialética)
A dialética exercitada como exame de hipóteses no Parmênides de Platão ............
369
Marcos Roberto Nunes Costa (UFPE)
Livre-arbítrio e liberdade em Santo Agostinho.......................................................................
377
Maria Elizabeth Bueno de Godoy (GT Filosofia Antiga)
Pilos: Peripéteia Ateniense na narrativa tucidideana? Considerações acerca
da teoria trágica da natureza humana..........................................................................................
389
Maria Simone Marinho Nogueira (GT Filosofia na Idade Média)
Nicolau de Cusa e una religio in rituum varietate ................................................................
. 399
Matheus Barreto Pazos de Oliveira (GT História da Filosofia da Natureza)
A noção de participação em Tomás de Aquino e sua relação com a doutrina
dos transcendentais ..............................................................................................................................
.. 409
Meline Costa Sousa (GT História da Filosofia da Natureza)
Pensamento e intuição no De anima de Avicena ........................................................................
419
Nestor Reinoldo Mülller (UFSCAR)
O signo de Estesicoro: um estudo no Fedro de Platão.........................................................
.. 429
Paulo Ricardo Martines (GT Filosofia na Idade Média)
Proslogion, 5-12 e os nomes divinos.................................................................................................
439
8 Sumário
Pedro Rodolfo Fernandes da Silva (PUC-SP)
Reflexões sobre o humanismo medieval a partir da correspondência
de Abelardo e Heloísa..............................................................................................................................
449
Rafael Rodrigues Garcia (USP)
O Mito como Técnica...............................................................................................................................
.. 461
Raphael Zillig (GT Aristóteles)
Considerações metodológicas para a investigação do bem humano na
Ethica Eudemia de Aristóteles..........................................................................................................
. 469
Rafael Adolfo (UFSC)
O estatuto ontológico da emoção e sua relação com a
linguagem na Poética de Aristóteles...........................................................................................
... 481
Renata Augusta Thé Mota Carneiro (UFC)
O papel da dialética na paidéia esboçada na República de Platão.................................
491
Renato Matoso Ribeiro Gomes Brandão (GT Platão e o platonismo)
Participação, imitação e as críticas do diálogo Parmênides aos modelos
de interpretação da relação sensível-inteligível................................................................
.. 497
Renato dos Santos Barbosa (UFRN)
A relação entre as noções de autárkeia e par’hemás na filosofia de Epicuro .......
511
Ricardo da Costa (GT Filosofia na Idade Média)
"O sonho" (1399) de Bernat Metge e suas considerações filosófico-oníricas ........
519
Rodrigo Pinto de Brito (GT Filosofia Helenística)
A física da stoá ..........................................................................................................................................
... 533
Rogerio Gimenes de Campos (USP)
Platão e os astros - entre o mito e a física....................................................................
.... 565
Vivianne de Castilho Moreira (GT Lógica e ontologia)
Observações sobre mediania e contínuo na Ética Nicomaqueia ...................................
... 579
Weriquison Simer Curbani (GT Platão e o platonismo)
A Metafísica Platônica como Estética Inteligível: considerações sobre imagem
e visão nos Livros VI e VII da República.......................................................................................
... 593
Yolanda Gloria Gamboa Muñoz (GT Ética e Filosofia Política)
Cenários no Império greco-romano.................................................................................................
. 601
Agostinho: natureza e vontade 9
Agostinho: natureza e vontade
Adriane da Silva Machado Möbbs*
Resumo
De onde provém o mal? Agostinho encontrou em Plotino a chave para resolver
essa questão: o mal não é um ser, mas deficiência e privação de ser. E, foi
mais além, aprofundando a questão e examinando em três níveis o mal: i) metafísico-ontológico;
ii) moral; iii) físico. Neste sentido, a resposta agostiniana
a essa questão consiste em dois aspectos. E o primeiro tem em vista que, após
compreender a natureza puramente privativa das coisas más, Agostinho vai
explicar a existência do mal no mundo, pois, aquilo que não é nada não pode
ter sido criado. E, em segundo, também acresce que, se Deus tivesse criado o
mal, ele seria inevitável ao homem, porque criar é tirar do nada e, vindo do
nada é corruptível. No que tange a questão do mal moral, cabe considerar que
se as ações dos homens não são sempre o que deveriam ser, sua vontade é a
responsável. O homem escolhe livremente suas decisões e, é, por ser livre, capaz
de fazer mal. Assim, parece-nos que o problema reside em Adão, homem
primordial, arquétipo ou modelo de homem, pois frente à possibilidade de
escolha se deixou seduzir pela mulher, que por sua vez, havia sido seduzida
pela serpente. De acordo com Agostinho, foi herdada, a partir do pecado de
Adão, uma espécie de mancha ou pecado original. E, assim, só podemos nos
ver livres desse pecado através da manifestação da graça misericordiosa de
Deus. Portanto, Agostinho construiu a ideia de uma culpabilidade de natureza,
ou seja, herdada do primeiro homem, efetiva como um ato e punível como
um crime. Quiçá um esforço para conservar o pecado, não como natureza,
mas como vontade. A vontade, por sua vez, deveria tender, de acordo com a
sua natureza, ao Bem supremo, mas por vezes, ela pode vir a tender a bens
criados e finitos, invertendo a ordem hierárquica, preferindo a criatura em
detrimento a Deus, optando por bens inferiores ao invés de bens superiores.
Logo, o mal só pode ser a corrupção de uma das perfeições na natureza que as
possui. Então, possuímos uma natureza má? Não, a natureza má é aquela em
* Doutoranda em Filosofia
Universidade Federal de
Santa M
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