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Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

sábado, 30 de junho de 2018

SÉRIE PROFETAS: QUEM FOI JONAS?

QUEM FOI JONAS?

Seguindo o texto massorético hebraico, o título do livro é derivado do nome do personagem principal, Jonas (que significa “pombo”), filho de Amitai (1:1). Tanto a Septuaginta como a Vulgata lhe dão o mesmo nome.

AUTOR E DATA

A autoria não é declarada de modo direto. Ao longo de todo o livro, o autor se refere a Jonas na terceira pessoa do singular, o que leva alguns  estudioso crereque o livro não foi escrito pelo profeta. O uso da terceira pessoa pelo autor não é, contudo, uma ocorrência incomum no AT (por exemplo, Êx 11:3;1Sm 12:11). Ademais, as informações autobiográficas encontradas em suas páginas apontam claramente para Jonas como seu autor. É provável que o relato em primeira mão de acontecimentos e experiências tão extraordinários tenha sido registrado pelo próprio Jonas. O versículo introdutório não precisa ser entendido como indicação contrária, pois livros de outros profetas, como Oseias, Joel, Miqueias, Sofonias, Ageu e Zacarias têm introduções semelhantes.
De acordo com 2Reis 14:25, Jonas era de Gate-efer, nas proximidades de Nazaré. O contexto situa o relato no período correspondente ao longo e próspero reinado de Jeroboão II (por volta de 793-758 a.C.). Jonas é, portanto,um profeta das tribos do norte que exerceu o ministério pouco antes de Amós, durante a primeira metade do século VIII a.C., por volta de 760 a.C. Os fariseus se equivocaram quando disseram que “da Galileia não surge profeta” (Jo 7:52), pois Jonas era Galileu. De acordo com uma tradição judaica inaveriguável, Jonas era o filho da viúva de Sarepta ressuscitado dentre os mortos por Elias (1Rs 17:8-24).
   
 CENÁRIO E CONTEXTO

Como profeta de Israel, o reino constituído pelas dez tribos do norte, Jonas viveu no mesmo contexto que Amós. A nação desfrutava um período de relativa paz e prosperidade. Uma vez que a Síria e a Assíria estavam enfraquecidas, Jeroboão II pôde restabelecer as fronteiras de Israel ao norte, até onde chegavam nos dias de Davi e Salomão (2Rs 14:23-27). Em termos espirituais, porém, foi um tempo de pobreza; a religião era ritualista e estava
se tornando cada vez mais idólatra, e a justiça havia sido pervertida. A paz e a riqueza haviam tornado Israel espiritual, moral e eticamente corrompida (cf.
2Rs 14:24; Am 4:1ss.; 5:10-13). Como consequência, Deus castigaria o Reino do Norte permitindo que os assírios o destruíssem e levassem seu povo para o cativeiro em 722 a.C. Duas pragas (765 e 759 a.C.) e um eclipse solar (763
a.C.) podem ter contribuído para o arrependimento de Nínive e preparado a cidade para receber a mensagem de castigo proclamada por Jonas.

PRINCIPAIS PERSONAGENS
Jonas — relutante missionário aos habitantes de Nínive; precisou ser engolido por um peixe enorme para obeceder ao mandamento de Deus (1:1—2:10).
O comandante e a tripulação do navio de fuga de Jonas — tentaram evitar a morte de Jonas; jogaram-no ao mar para fazer cessar a tempestade (1:5-16).

TEMAS HISTÓRICOS E TEOLÓGICOS
Apesar de ser um profeta de Israel, Jonas não é lembrado pelo seu ministério em Israel, o que pode explicar o equívoco dos fariseus no tempo de Jesus ao afirmar que nenhum profeta surgira da Galileia (cf. Jo 7:52)
Antes, o livro relata o seu chamado para pregar o arrependimento em Nínive e sua recusa a obedecer. Nínive, a capital da Assíria, era infame por sua crueldade e uma inimiga histórica de Israel e Judá. O livro focaliza a cidade gentia fundada por Ninrode, bisneto de Noé (Gn 10:6-12). Apesar de talvez ter sido a maior cidade do mundo antigo (1:2; 3:2-3; 4:11), foi destruída cerca de 150 anos depois da geração que se arrependeu por ocasião da vinda de Jonas (612 a.C.), cumprindo, desse modo, a profecia de Naum (Na 1.1ss.). A aversão política dos israelitas à Assíria, juntamente com sua ideia de superioridade espiritual como beneficiários da bênção de Deus na aliança, criou em Jonas uma postura de resistência com relação ao chamado de Deus para o trabalho missionário.
Jonas foi enviado a Nínive em parte para envergonhar Israel pelo fato de uma cidade pagã se arrepender mediante a pregação de um estrangeiro, enquanto Israel não havia se arrependido mesmo tendo ouvido a pregação de muitos profetas. O profeta não tardou em descobrir, porém, que o amor e a misericórdia de Deus são estendidos a todas as suas criaturas (4:2,10-11), e não apenas ao povo da aliança (cf. Gn 9:27; 12:3; Lv 19:33-34; 1Sm 2:10; Is 2:2; Jl 2:28-32).
O livro de Jonas revela o governo soberano de Deus sobre toda a humanidade e a criação, que veio a existir por meio dele (1:9) e atende a todas
as suas ordens (1:4,17; 2:10; 4:6-7; cf. Mc 4:41). Jesus usou o arrependimento dos ninivitas para repreender os fariseus e, desse modo, ilustrar a dureza do coração desses homens e sua recusa em se arrepender (Mt 12:38-41; Lc 11:29-32).
A cidade pagã de Nínive se arrependeu depois de ouvir a pregação de um profeta relutante, ao passo que os fariseus se recusaram a se arrepender depois
de ouvir a pregação do maior de todos os profetas, apesar das esmagadoras evidências de que ele era, de fato, seu Senhor e Messias. Jonas retrata Israel, o
povo escolhido e incumbido por Deus de servir como sua testemunha (Is 43:10-12; 44:8), que se rebelou contra a vontade de Deus (Êx 32:1-4; Jz 2:11- 19; Ez 6:1-5; Mc 7:6-9), mas que tem sido preservado miraculosamente pelo Senhor ao longo dos séculos de exílio e dispersão para, um dia, proclamar sua verdade (Jr 30:11; 31:35-37; Os 3:3-5; Ap 7:1-8; 14:1-3).
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