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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

SÉRIE EVANGELHO: QUEM FOI MARCOS?

QUEM FOI MARCOS


O nome desse Evangelho vem de uma pessoa muito próxima do apóstolo Pedro, bem como um personagem recorrente no livro de Atos, onde Marcos é citado como “João, também chamado Marcos” (At 12:12,25; 15:37,39).
Depois de ter sido liberto da prisão (At 12:12), Pedro foi à casa da mãe de João Marcos em Jerusalém.
João Marcos era primo de Barnabé (Cl 4:10) e, juntamente com ele, seguiu na primeira viagem missionária de Paulo (At 12:25; 13:5). Contudo,
Marcos os abandonou no caminho para Perge, voltando para Jerusalém (At 13:13). 
Quando Barnabé quis que João Marcos participasse da segunda viagem missionária, Paulo recusou. 
O atrito resultante entre Paulo e Barnabé fez com que os dois se separassem (At 15:38-40).
Porém, a indecisão anterior de João Marcos evidentemente deu lugar a uma grande força e maturidade, e, com o passar do tempo, ele mostrou o seu valor até mesmo ao apóstolo Paulo. Quando escreveu a carta aos Colossenses, Paulo os instruiu que, se João Marcos fosse até eles, deveria ser bem recebido (Cl 4:10). 
Paulo até citou Marcos como “cooperador” (Fm 24). Mais tarde, Paulo disse a Timóteo:
 “Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério” (2Tm 4:11).

O relacionamento próximo de Pedro com Marcos fica evidente a partir da referência que faz a ele, chamando-o de “Marcos, meu filho” (1Pe 5:13). Como se sabe, Pedro também havia fracassado, e sua influência sobre esse homem mais jovem sem
dúvida foi fundamental para ajudá-lo a sair da instabilidade da sua juventude e entrar na força da maturidade, da qual ele precisaria para a obra à qual Deus o havia chamado.

AUTOR E DATA

Diferentemente das epístolas, os Evangelhos não indicam o nome de seus autores. Contudo, os pais da igreja primitiva afirmam com unanimidade que
Marcos escreveu esse segundo Evangelho. Papias, bispo de Hierápolis, escrevendo por volta do ano 140 d.C., faz a seguinte observação:
E o presbítero [o apóstolo João] disse isto: Marcos, tendo se tornado intérprete de Pedro, escreveu com precisão tudo de que se lembrou. Não foi, porém, na ordem exata que ele relatou os ditos ou os feitos de
Cristo, pois ele nem ouviu nem acompanhou o Senhor. Contudo, posteriormente, como eu disse, ele acompanhou Pedro, que acomodou suas instruções às necessidades [de seus ouvintes], mas sem a intenção de fornecer uma narrativa regular dos ditos do Senhor. Essa é a razão de Marcos não ter cometido nenhum erro ao escrever algumas coisas de
memória. Pois em uma coisa ele teve cuidado especial: não omitir qualquer coisa que tivesse ouvido, e não inserir qualquer coisa fictícia nas declarações. [Da Exposição dos Oráculos do Senhor (6)]. Escrevendo por volta do ano 150 d.C., Justino Mártir refere-se ao Evangelho de Marcos como “as memórias de Pedro” e sugere que Marcos escreveu esse Evangelho quando esteve na Itália. Isso está de acordo com a voz uniforme da tradição primitiva, que também considerava esse Evangelho como tendo sido escrito em Roma, para benefício dos cristãos romanos.
Irineu, escrevendo por volta do ano 185 d.C. chama Marcos de “discípulo e intérprete de Pedro”, e registra que o segundo Evangelho consiste do que
Pedro havia pregado sobre Cristo. O testemunho dos pais da Igreja difere quanto a esse Evangelho ter sido escrito antes ou depois da morte de Pedro
(por volta de 67-68 d.C.).
Estudiosos dos Evangelhos já sugeriram datas para a composição do Evangelho de Marcos que variam de 50 a 70 d.C. Uma data anterior à destruição de Jerusalém e do templo no ano 70 d.C. é obrigatória em função do comentário de Jesus em 13:2. O Evangelho de Lucas foi claramente escrito antes de Atos (At 1:1-3), e a data de composição deste último pode com muita probabilidade ser fixada por volta do ano 63 d.C., pois esse é um período imediatamente posterior ao término da narrativa (veja “Atos: Autor e data”).

Portanto, é provável, ainda que não seja certo, que Marcos tenha sido escrito numa data anterior, provavelmente em algum momento dos anos 50 d.C.

A VIDA DE JESUS
CENÁRIO E CONTEXTO

Enquanto o Evangelho de Mateus foi orientado para um público judaico, Marcos parece ter sido escrito para os cristãos romanos, particularmente os gentios. Quando emprega termos aramaicos, Marcos os traduz para os seus leitores (3:17; 5:41; 7:11,34; 10:46; 14:36; 15:22,34). Em contrapartida, às vezes ele emprega expressões latinas em vez de seus equivalentes gregos (5:9; 6:27; 12:15,42; 15:16,39). Ele também conta o tempo de acordo com o sistema romano (6:48; 13:35) e explica cuidadosamente os costumes judaicos (7:3-4; 14:12; 15:42). Marcos omite elementos judaicos, como as genealogias encontradas em Mateus e Lucas. Esse Evangelho também faz menos referências ao AT, além de incluir menos materiais que seriam de particular interesse para os leitores judaicos — como aqueles que criticam os fariseus e os saduceus (esses últimos são mencionados apenas uma vez, em 12:18).
Quando menciona Simão de Cirene (15:21), Marcos o identifica como pai de Rufo, um proeminente membro da igreja de Roma (Rm 16:13). Tudo isso
apoia a visão tradicional de que o Evangelho de Marcos foi escrito para um público gentio, inicialmente em Roma.

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