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Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ESBOÇO: LIÇÕES DA CAVERNA DE ADULÃO


(I Sm 22. 1-5).


Com toda a certeza esse texto tem muito a nos ensinar.

Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para Ter com ele.

Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.

Dali passou Davi a Mizpa de Moabe (atual Jordânia) e disse ao seu rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim.

Trouxe-os perante o rei de Moabe, e com este moraram por todo o tempo que Davi esteve nesse lugar seguro.

Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques nesse lugar seguro; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi saiu e foi para o bosque de herete.

• Veja um breve histórico de Davi até chegar à Caverna.

Ela se divide em duas fases:

(1) Subindo ao palácio;

(2) Descendo à Caverna.

Na fase “subindo ao palácio” Davi é ungido por Samuel;

Vence Golias;

Toca harpa no palácio;

Torna-se amigo de Jônatas e comandante das tropas militares; torna-se genro do rei.

Na fase descendo à Caverna, Davi é vítima de ciúmes, medo e tentativa de homicídio por parte do Rei.

Além disso, Davi foge para Rabá, depois Nobe e Gate, onde é obrigado a se fingir de morto para sobreviver.

Saindo da cidade de Gate, fugindo de Saul, Davi se refugiou (1 Sm 22:1) em uma caverna com o nome de Adulão (Hb.: “Refúgio”). É possível que ficasse localizada no ermo montanhoso a oeste de Judá, na direção do mar morto.

É nessa caverna que Davi tem algumas lições que vão perdurar por toda a sua vida e reinado.

Adulão: Significa Justiça do povo, refugio, esconderijo; é um complexo de cavernas que fica no vale de Elá, e segundo os arqueólogos e exploradores, existem partes desse complexo de cavernas que ainda não foram exploradas, e certamente caberiam ali todo aquele exército que se ajuntou a Davi.

Mas poderíamos estar nos perguntando: O que Davi, um valente, o homem que derrotou o gigante Golias, o valente cantado pelas mulheres de Israel em suas músicas (Saul matou a mil e Davi aos Dez milhares), o que esse homem estava fazendo ali naquela caverna.

A caverna de Adulão foi um lugar de tratamento na vida de Davi.

Davi havia vivido um momento de glória, estava bem com o povo, e esse estar de bem com povo, por Ter caído nas graças do povo, por Ter sua unção reconhecida e valorizada pelo povo, Davi despertou ciúmes em Saul , despertou a inveja de Saul, que passou então a persegui-lo.

Saul perseguiu a Davi porque ele sabia que o reino seria tirado dele, porque o profeta havia dito a ele que seu reino seria rasgado e tirado de suas mão, e ele então começou a perceber que ele era o rei, mas o ungido não era ele.

Israel passou a viver uma situação interessante, o rei que estava no trono, tinha perdido a sua unção.

O Ungido de Deus não estava no trono, Israel passou a viver uma situação de Ter um Ungido e um ex-ungido.

Saul não aceitava essa situação, mas a unção de Deus havia sido tirada de sobre ele, aquele Saul que antes profetizava junto aos profetas e que a Bíblia nos fala que o Senhor havia tirado uma porção do seu Espírito de sobre os 70 profetas e colocado sobre ele era coisa do passado.

• A unção pode ser retirado de nós se não obedecermos a Vontade do Senhor, se não fizermos aquilo para o qual nos capacitou, se não nos dermos com amor e responsabilidade para o seu Reino, a unção pode ser retirada de sobre nós.

É isso mesmo que você esta ouvindo: A UNÇÃO SE PERDE.

Foi o que aconteceu com Saul, ele perdeu a unção do Espírito de Deus em sua vida.
O que é unção? Unção é uma capacitação especial que o Senhor nos dá para realizarmos a sua obra.

Perde-se a unção e fica somente o azeite sobre os cabelos. Tem muita gente vivendo somente de sua força e do azeite que ainda pensa estar sobre sua cabeça, mas a unção de Deus se foi a muito tempo.

Davi estava ali naquela caverna por causa da perseguição do ex-ungido Saul, e ali foi um lugar de tratamento de Deus na vida de Davi.

Vejamos agora as dez lições que podemos extrair da caverna de Adulão:

1. Caverna é um lugar de reorganização de valores.


É interessante notar que as primeiras pessoas a serem mencionadas imediatamente em seguida à chegada de Davi na caverna são seus pais.
Em um momento de extrema dificuldade, as primeiras pessoas a sentirem foram seus familiares.
Vivemos em tempos em que é muito fácil esquecer o que realmente importa, o que nos torna gente.
Agora a dominação se da através do convencimento. Não basta mais você apenas apertar parafusos, mas estar de tal forma envolvido com a produção, a ponto de ser “proativo”!
As vezes, Deus nos coloca em cavernas para que lembremos do que realmente importa; de valores que são caros; que nos humanizam; que não podemos perder de vista, como a família.

2 . Adulão é um lugar de significado profético:

(I Sm 22.1) “ Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para Ter com ele.”

A Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, nos conta que os irmãos de Davi não criam nele, não o valorizavam, tanto é que por ocasião da guerra com os filisteus, quando Golias desafiava ao povo de Israel, Davi chegando ao campo de batalha foi destratado por seus irmãos que o chamaram de mexiriqueiro, curioso, intrometido, metido a besta, e agora estavam ali buscando refugio junto a Davi em Adulão.

Davi aqui é como uma figura de Jesus, seus irmãos não criam nele, escarneciam dele no começo de seu ministério, conforme vemos em Jo 7.3-5 “Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos e lhe disseram: Deixa esse lugar e vai para a Judéia, para que também os seus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém há que procure ser conhecido em publico e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes essas coisas, manifesta-te ao mundo. Pois nem mesmo seus irmão criam Nele.”

A Palavra de Deus nos relata que depois de um tempo os irmão de Jesus, os filhos de Maria, creram nEle e buscaram nele refúgio, tanto que Tiago, irmão de Jesus, se tornou Pastor da Igreja de Jerusalém e nos deixou como legado a Epístola de Tiago.

Os irmãos de Jesus são os filhos de Israel, e isso é profético, pois Israel nos tempos da tribulação buscará refúgio no Senhor.

3. Adulão é lugar de sair da superficialidade e buscar profundidade insondável.

Na caverna de Adulão, existem lugares profundos ainda não sondados, lugares onde não se conseguia medir a profundidade.

Mas Davi conhecia em profundidade ao Senhor, ele conhecia o Bom Pastor (Salmo 23) aquele que o havia livrado do Urso e do Leão, aquele que havia entregue o gigante e todos os filisteus em suas mãos. Davi conhecia aos Senhor, e seu conhecimento não era superficial.
Precisamos entrar em Adulão para conhecermos ao Senhor com intimidade

4. Adulão é lugar de transformar a humilhação em honra.

Quem foram os homens que procuraram a Davi: (V. 2) “Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espirito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.”

Ali estava um Rei ungido, refugiado numa caverna, e só veio ao seu encontro, só veio estar com ele aqueles que realmente precisavam dele.

Os filhos de Coré ouviram muitas vezes, conforme nos relatam no salmo 42:

(V.“1) Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus! (V.2 ) A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?

(V.3 ) As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?

(V.4) Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava.

(V.5) Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.

(V.6) Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizpa.

(V.7) Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.

(V.8) Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.

(V.9) A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?

(V.10) Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu Deus?

(V.11) Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.”

Hoje você pode estar na mesma situação de Davi, quando as pessoas que o rodeiam te perguntam: “Onde está o teu Deus?”

O Senhor livrou Davi das mãos de Saul e muitos daqueles endividados, daqueles apertados, amargurados de espírito se tornaram em heróis em Israel, porque o Nosso Deus é um Deus que exalta ao humilde e abate ao soberbo. Adulão é o lugar que aceita os perseguidos e injustiçados e os redime, os transforma, e os torna gente.

5. Adulão é lugar de troca de liderança e governo.

Aqueles 400 homens, antes serviam a Saul, mas não encontraram nele unção, não encontraram nele refrigério, não encontraram nele um sacerdote que os apascentasse diante do Pai, foram rejeitados por todos, mas encontraram refrigério e abrigo em Adulão. Davi recebeu a todos.

O senhor Jesus, assim como Davi em Adulão diz para você nessa noite : “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Eu vos receberei.

Aqueles homens que antes serviam a Saul, agora serviam a Davi, Trocaram o governo de suas Vidas.

Hoje também, é o tempo de você mudar o Governo e a orientação de sua vida. A religião não salva e nem justifica ninguém, mas Jesus sim.
Ele, Jesus é a nossa Adulão, Ele é o nosso refugio seguro, Ele é a rocha de nossa salvação.

6. A Caverna de Adulão se mostrou ser para Davi como um lugar de empatia.

É interessante notar a descrição bíblica das pessoas que se juntaram a Davi (1 Sm 22:2): todo homem em aperto, endividado e de espírito desgostoso!

Em que circunstâncias você teria essas pessoas na sua equipe de trabalho?
Empatia é identificar-se com o outro. É a capacidade de colocar-se no lugar do outro, sentindo seu sofrimento.

A competição é o produto natural de uma sociedade voltada para o lucro. Se você tem uma padaria, não basta tê-la, tem que ter uma rede de padarias, ser competitivo; caso contrário, logo mais virá alguém maior que você e provocará sua falência.

Dessa forma, somos educados desde cedo a ser competitivos. Em casa, sempre existe a comparação com os irmãos. Na escola, não basta tirar 10, é preciso que os outros tirem nota inferior.

Assim, existe sempre a desconfiança com o outro. Sempre a temeridade de que este poderá a qualquer momento puxar o tapete.

O texto de Atos ( At 4: 32-37) em que as pessoas dividiam seus pertences nunca esteve tão desatualizado, fora de contexto. Até falamos a respeito dele, dizendo que os discípulos só fizeram isso porque achavam que a volta de Jesus era iminente. Realmente, para a sociedade atual, a empatia é um escândalo.

Quando expressamos solidariedade, sempre é de forma assistencialista, sempre de forma que as pessoas tenham a sua pobreza amenizada, mas nunca sejam como nós.

Em contrapartida, a empatia transforma as pessoas. Aqueles homens que foram estar com Davi na Caverna, mais na frente são chamados de “valentes de Davi” (2 Sm 23:8).

7. A Caverna de Adulão era para Davi apenas um lugar de Transição.

A caverna é só um tempo. Só um momento da existência. Só o tempo necessário para aprendermos algumas coisas. Não sei quanto tempo leva, mas tem inicio, meio e fim. Com isso é preciso levar em consideração algumas coisas:

A- Cavernas não podem ser casas. Pessoas em situação de depressão é que tendem a se render emocionalmente ao sofrimento, ou situação que lhes incomoda.

B- A saída da caverna pode se dá de muitas formas, mas sempre passa pela iniciativa própria.

C- Nem sempre quando saímos da caverna, vamos para o palácio.

D- A vida é mais dialética do que gostaríamos que fosse; é feita de muitos momentos de palácios e cavernas.

8. A ORAR COM MAIS INTENSIDADE

A oração deixa de ser somente “silenciosa” e “discreta”. Davi ergue a voz (v.1).

Ele “clama”. O clamor é a oração de quem não tem outra saída diante da circunstância. É diferente de pedir ou buscar. Ele diz: Atende ao meu clamor(v.7)

Paulo nos ensina a prática da súplica como antídoto contra a ansiedade (Fl 4:6).

Ele se humilha, se derrama (v.2) diante de Deus. Dá uma idéia de humildade extrema, de rendição intensa.

Oramos melhor quando sofremos mais. O sofrimento nos convoca à oração mais intensa, mais pura, mais verdadeira, mais veemente.

O próprio Senhor Jesus orou com mais intensidade quando sofria no Getsêmani. O texto de Lucas 22:44 diz assim: E, estando em agonia, orava mais intensamente.

Em tempos de “caverna” devemos orar mais, orar muito e suplicar as misericórdias de Deus.

9. A VER A DEUS COM MAIS CONFIANÇA

Davi se sente muito sozinho(v.4).

Em 1 Samuel 22 lemos que algumas pessoas se agregaram a ele posteriormente mas quando o salmo é escrito ele está só. Ele não tem o amparo humano (v.4).

Parece que é neste momento que Deus mais age, quando o recurso humano é falho, quando o conforto humano não nos é suficiente.

Davi ora e confia pois a oração é posse por antecipação (v.5). Às vezes podemos a confiar em pessoas, em médicos, em bancos, em amigos, m nossos pais, mas existem circunstancias em que os mais achegados, os mais íntimos, não nos podem ajudar

Aqui Davi está sozinho e é aqui, na caverna que ele entende que o seu único bem, o seu bem verdadeiro, o seu quinhão na terra dos viventes é Deus (v.5).

Aqui ele entende que Deus é o maior tesouro que uma pessoa pode achar. Ele confia no Senhor e isto o consola. Nos seus salmos ele demonstra como esta confiança era real (Sl 56:4; 71:4).

A comunhão mais deliciosa com Deus acontece quando nos abstraímos do conforto e socorro humano. O tempo do refúgio secreto fez bem a Davi e faz bem a nós também. Ele se sentia muito confortável se ouvisse o Senhor Jesus convidando os cansados para irem a Ele:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma; Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mt. 11:28-30).

10. A LOUVAR COM MAIS GRATIDÃO (V. 7)

O salmista quer sair da caverna, quer se livrar do “cárcere”, mas ele não busca apenas o seu bem estar. Ele quer que o bem que Deus fará a ele atraia os justos para Deus. Ele quer louvar a Deus com os justos. Ele quer compartilhar os feitos do Senhor.

Aliás, Davi sempre se preocupou em testemunhar após a intervenção de Deus. No salmo 51 ele entende que o perdão de seus pecados e sua restauração, atrairão os pecadores a Deus (Sl. 51:13).

No salmo 40, verso 3, ele diz que quando o Senhor o livrasse do lamaçal, muitos veriam temeriam e confiariam no Senhor, o que resultou em um hino de louvor ao Senhor.

Paulo nos orienta a louvar ao Senhor mesmo em período de ansiedade, quando diz que no meio da súplica deveria haver ações de graças (Fp 4.6).

Talvez a lição mais preciosa deste salmo seja a de que devemos permitir que o Senhor interviesse em nossa vida, nos visite na caverna existencial, para que os que estão ao nosso redor vejam, temam, confiem e louvem ao Senhor. Quando o Senhor nos faz bem os que estão conosco o louvam. Os que nos conhecem vêem a ação de Deus em nós e aprendem a confiar mais no Senhor.

No Salmo 126 o salmista fala das grandes coisas que o Senhor fez pelo seu povo e isto era uma testemunho para as nações (v.2).

Em nossos momentos difíceis somos tentados a pecar contra Deus, a lastimar, a reclamar, a murmurar, mas não nos esqueçamos que nestes tempos podemos, além de suplicar, agradecer ao Senhor por tudo (1 Ts 5.18), e testemunhar aos outros o seu cuidado.

Que Deus nos ajude a passar pelas provas do cotidiano e superar a todos os obstáculos que são colocados tentando impedir a nossa caminhada.

Se você está no vale, na cova ou na caverna, não faça como Elias, mas, saia de lá para se encontrar com o Senhor na sua casa que é a Igreja local aonde você congrega.

Mas, se você ainda não participa de nenhuma Igreja procure uma hoje mesmo e entregue a sua vida a Jesus e Ele te receberá de braços abertos para a glória de Deus. Amém!

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