Postagem em destaque

Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

terça-feira, 25 de junho de 2019

Maquiavel - Filósofo do Período Renascentista

Maquiavel (1469 - 1527)

Foi um filosofo do período renascentista, desde pequeno, Maquiavel se dedicou aos estudos. Aos sete anos de idade, começou a aprender matemática e latim. Logo depois, estudou a língua grega antiga.
Em 1494, aos 24 anos, Nicolau Maquiavel foi secretário da República de Florença (cidade onde nasceu) e copista do professor de literatura Marcelo Virgílio Adriani. Com 29 anos, foi estabelecido como chanceler na Segunda Chancelaria e depois nomeado secretário dos Dez Magistrados da liberdade e da paz. Nicolau permaneceu nesse cargo por mais de quatorze anos. Durante esse período, cuidou de vinte e três missões no exterior.
Tem um acontecimento importante em 1501: seu casamento com Marietta di Luigi Corsim. Essa relação matrimonial concede seis filhos a Nicolau. Porém, Nicolau parece ter dedicado pouca atenção a sua família (foi amante, por muitos anos, da cantora Barbara Salutari).
Maquiavel recebeu, em 1502, a função de representar o governo de Florença para tratar com o Duque Valentino a respeito das ações para mudar o curso dos acontecimentos políticos. Essa função foi concedida por César Bórgia, filho de Rodrigo Bórgia, que viria a se tornar Papa (Alexandre VI) e Capitão Geral da Igreja Católica em Roma. O contato com o Duque Valentino foi importante para o desenvolvimento das ideias de Nicolau de seu destino como escritor político.
Em 1505, Nicolau Maquiavel estabeleceu o projeto da milícia nacional para substituir as tropas mercenárias. Após seu trabalho para o governo, Maquiavel perdeu o cargo (com o fim da república em 1512). No ano seguinte, foi preso e torturado por conspirar para a eliminação do cardeal Giovanni de Médici.
     Nicolau Maquiavel se dedicou ao estudo da filosofia política, mas de forma diferente dos filósofos anteriores a ele, buscou investigar a política pela política, ou seja, sem utilizar em sua análise conceitos morais, éticos e religiosos que pudessem direcionar seus estudos. A política em sua filosofia tem a capacidade de se auto-governar, de buscar suas próprias decisões de forma livre, sem que outras áreas do conhecimento interfiram em suas conclusões. Com Maquiavel nasce uma nova forma de estudar filosofia política.

“Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. “Maquiavélico e maquiavelismo” são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções, porém, o maquiavelismo está associado a ideia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano.”
Assim, hoje em dia, na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um “manual da política”, que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Mas para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. É exatamente isso que vamos fazer.

O panorama político:

Maquiavel viveu durante a Renascença Italiana, o que explica boa parte das suas ideias.
Na Itália do Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.
Até 1494, graças aos esforços de Lourenço, o Magnífico, a península experimentou uma certa tranquilidade.
Entretanto, desse ano em diante, as coisas mudaram muito. A desordem e a instabilidade ficaram incontroláveis. Para piorar a situação, que já estava grave devido aos conflitos internos entre os principados, somaram-se as constantes e desestruturadoras invasões dos países próximos como a França e a Espanha. E foi nesse cenário conturbado, onde nenhum governante conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses, que Maquiavel passou a sua infância e adolescência.

 

Vida e obra

Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália “esplendorosa mas infeliz”, segundo o historiador Garin. Sua família não mera aristocrática nem rica. Seu pai, advogado como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos, já escrevia no melhor estilo e, em latim.
Mas apesar do brilhantismo precoce, só em 1498, com 29 anos Maquiavel exerce seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional.
Com a queda de soverine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. É permitido que se mude para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito-Lívio, mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra prima: O Príncipe, segundo alguns, destinado a que se reabilitasse com os aristocratas, já que a obra era nada mais que um manual da política.
Maquiavel viveu uma vida tranquila em S. Cassiano. Pela manhã, ocupava-se com a administração da pequena propriedade onde está confinado. À tarde, jogava cartas numa hospedaria com pessoas simples do povoado. E à noite vestia roupas de cerimônia para conviver, através da leitura com pessoas ilustres do passado, fato que levou algumas pessoas a considerá-lo louco.
A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.
Enfim, em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então viu-se vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoece e morre em junho.
Mas nem depois de morto, Maquiavel terá descanso. Foi posto no Index pelo concílio de Trento, o que levou-o, desde então a ser objeto de excreção dos moralistas.

A nova ciência política

Maquiavel faleceu sem ter visto realizados os ideais pelos quais se lutou durante toda a vida. A carreira pessoal nos negócios públicos tinha sido cortada pelo meio com o retorno dos Médicis e, quando estes deixaram o poder, os cidadãos esqueceram-se dele, “um homem que a fortuna tinha feito capaz de discorrer apenas sobre assuntos de Estado”. Também não chegou a ver a Itália forte e unificada.
Deixou porém um valioso legado: o conjunto de ideias elaborado em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. Talvez nem ele mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais amplo da história, pois “especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam”. Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato das teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica.
O universo mental de Nicolau Maquiavel é completamente diverso. Em São Casciano, tem plena consciência de sua originalidade e trilha um novo caminho. Deliberadamente distancia-se dos “tratados sistemáticos da escolástica medieval” e, à semelhança dos renascentistas preocupados em fundar uma nova ciência física, rompe com o pensamento anterior, através da defesa do método da investigação empírica.

O pensamento de Maquiavel

Maquiavel nunca chegou a escrever a sua frase mais famosa: “os fins justificam os meios”. Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira de pensar. Seria praticamente impossível analisar num só trabalho, todo o pensamento de Nicolau Maquiavel, portanto, vamos analisá-lo baseados nessa máxima tão conhecida e tão diferentemente interpretada.
Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade (não só dele mas de todo o povo Italiano) de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços.
Em O Príncipe, Maquiavel faz uma referência elogiosa a César Bórgia, que após ter encontrado na recém conquistada Romanha, um lugar assolado por pilhagens, furtos e maldades de todo tipo, confia o poder a Dom Ramiro de Orco. Este, por meio de uma tirania impiedosa e inflexível põe fim à anarquia e se faz detestado por toda parte. Para recuperar sua popularidade, só restava a Bórgia suprimir seu ministro. E um dia em plena praça, no meio de Cesena, mandou que o partissem ao meio. O povo por sua vez ficou, ao mesmo tempo, satisfeito e chocado.
Para Maquiavel, um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo.

“Sou de parecer de que é melhor ser ousado do que prudente, pois a fortuna( oportunidade) é mulher e, para conservá-la submissa, é necessário (...) contrariá-la. Vê-se, que prefere, não raramente, deixar-se vender pelos ousados do que pelos que agem friamente. Por isso é sempre amiga dos jovens, visto terem eles menos respeito e mais ferocidade e subjugarem-na com mais audácia”.

Para Maquiavel, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Esse tudo deve incluir os pensamentos e as ideias de Aristóteles. Ao contrário deste, Maquiavel não acredita que a prudência seja o melhor caminho. Para ele, a coerência está contida na arte de governar.
Maquiavel procura a prática. A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado, a sociedade. Maquiavel segue o espírito renascentista, inovador. Ele quer superar o medieval. Quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.
Maquiavel não era o vilão que as pessoas pensam. Ele não era nem malvado. O termo maquiavélico tem sido constantemente mal interpretado.
“Os fins justificam os meios”.
Maquiavel, ao dizer essa frase, provavelmente não fazia ideia de quanta polêmica ela causaria. Ao dizer isso, Maquiavel não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo.  Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los.

Conclusão

Assim, a contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo é imensa e fantástica. Maquiavel ensinou, através da sua obra, a vários políticos e governantes. Aliás, a obra de Maquiavel entrou para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos.

É possível perceber que “Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo”. E é por isso que até hoje, e provavelmente para sempre, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.
Sentenças:
- Faça de uma vez só todo o mal, mas o bem faça aos poucos.
- Quem for eleito pelo povo deve manter-se amigo dele.
- O que depende de muitos costuma não ter sucesso.
- Quem for desarmado torna-se desprezível
- Boas leis não servem pra nada se não existirem boas armas.
- Toda guerra que é necessária é justa.
- A guerra faz o ladrão e a paz prende-os.
- É mais seguro ser temido do que amado.
- Os homens esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio.
- Governar é fazer acreditar.
- É fácil persuadir o povo de algo, difícil é manter essa persuasão.
- Nunca faltará ao príncipe razões legítimas para burlar a lei.
- Grande dificuldade pede grande disposição.
- Todos veem aquilo que você parece, poucos percebem o que você é.
- Quem engana sempre vai encontrar alguém que se deixará enganar.
- Um governante eficaz não deve ter piedade.
- Em tempos de paz devemos pensar na guerra.
- As pessoas ofendem mais a quem amam do que a quem temem.
- A liberdade consome a si mesma, pois sua força acaba logo.


Maquiavel em 90 minutos





NICOLAU MAQUIAVEL Vida, contexto histórico, obras, ideias
 O PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL
O PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL



Compartilhar:
←  Anterior Proxima  → Inicio

0 comentários:

Postar um comentário

Seguidores

website translator

Postagens mais visitadas do Site

Postagens mais visitadas da semana

VISITAS AO SITE

visitantes on line

Total de visualizações