O Apeiron origina os seres a
partir de um processo de separação. Visto que ele tem todas as coisas sem ser
nenhuma delas, alguma coisa se define à medida em que se separa dele.
Imaginemos um amontoado com todos os átomos existentes. Este amontoado não será
nenhum ser em particular, mas terá aquilo que forma todos os seres. Se
quisermos obter água, tudo o que devemos fazer é pegar dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio, e separá-los daquela sopa atômica, e, então, água
é o que teremos. O mesmo se dá com todas as demais coisas.
Anaximandro dirá ainda que o Ápeiron origina as coisas a partir de
duplas de contrários: quente, frio; alto, baixo; preto, branco; belo, feio;
direita, esquerda; bem, mal; forte, fraco, etc., conforme diz Simplício:
"Anaximandro não explica a gênese pela mudança do elemento
primordial, mas pela separação dos contrários em consequência do movimento
eterno".
Uma vez que as coisas definidas se destroem, elas retornam ao Ápeiron, conforme ele nos diz:
"Todas as coisas se dissipam onde tiveram a sua gênese, conforme a
necessidade; pois pagam umas às outras castigo e expiação pela injustiça,
conforme a determinação do tempo."
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