HISTÓRIA DA
FILOSOFIA PARTE X
Pensamento
Filosófico de Platão: Teoria das Formas
Tudo que nossos
sentidos apreendem no mundo material não passa de simples sombras da realidade.
Essa crença platônica é
base de sua Teoria das Formas: para cada coisa na terra que temos o
poder de apreender com nossos sentidos
há uma correspondente “forma”
ou “ideia”, isto é, uma eterna e perfeita realidade daquela coisa
no mundo das ideias.
Como o que
apreendemos pelos sentidos é baseado em
uma experiência de “sombras” imperfeitas ou incompletas da realidade,
não podemos ter um conhecimento real das coisas. No máximo, podemos ter opiniões, mas conhecimento
genuíno só pode vir do estudo das ideias, e isso só pode
ser alcançado pela razão.
Essa separação em
dois mundos distintos – um, da aparência,
e o outro, realidade de fato –
solucionou o problema da busca de constantes em um mundo aparentemente
em transformação. O mundo material pode estar sujeito a
mudança, mas o mundo das ideias é eterno e imutável.
Platão aplica sua
teoria não apenas às coisas
concretas, mas também a conceitos abstratos. No mundo das ideias
de Platão, há uma ideia de Justiça, que é a verdadeira,
enquanto todos os exemplos de Justiça do mundo material ao nosso redor são
apenas variantes menores.
Persiste o problema
de como podemos nos familiarizar com essas ideias, para que tenhamos a
capacidade de reconhecer os exemplos imperfeitos no mundo que vivemos.
Platão argumentou que nossa concepção das formas ideais deve
ser inata, ainda que não estejamos conscientes disso.
Os seres humanos são
divididos em duas partes: corpo e mente. Nossos corpos possuem
sentidos, por meio dos quais somos
capazes de apreender o mundo material, enquanto a mente possui a
razão, com a qual podemos apreender
o reino das ideias.
Platão concluiu
que “a alma” (ou “a mente”), imortal e eterna, habitou o mundo
das ideias antes de nosso nascimento e ainda se mantém naquele reino após nossa
morte. Por isso, as variantes das ideias que o mundo dos sentidos
apresenta nos soam como uma reminiscência. Rememorar as lembranças
inatas dessas ideias exige razão, um atributo da mente.
Para Platão, a
tarefa do filósofo é usar a razão para descobrir as formas ideais ou ideias.
Aqueles que são fiéis à vocação da Filosofia deveriam ser a classe
dominante, pois somente o verdadeiro filósofo poderia entender a natureza
do mundo e a verdade dos valores morais.
0 comentários:
Postar um comentário