Jesus subiu o monte da transfiguração
para orar. "Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras, tomando
consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar. E aconteceu
que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes
resplandeciam de brancura" (Lucas 9.28, 29).
A motivação de Jesus era estar
com o Pai. Ele sempre fez da oração a mola propulsora do seu ministério.
Lucas,
mais do que qualquer outro evangelista, registra o intenso ministério de oração
de Jesus.
O médico gentio escreveu para os gregos e apresentou Jesus como o Homem
perfeito.
Sua grande tese é que o poder com que Jesus realizou seu ministério e
operou os grandes prodígios veio da oração.
No rio Jordão, Jesus orou e o céu se
abriu. Ali o Pai confirmou o seu ministério e o Filho foi revestido com o poder
do Espírito Santo (Lucas 3.21, 22). Cheio do Espírito Santo, Jesus foi ao deserto
e ali orou e jejuou durante quarenta dias. O diabo usou todo o seu arsenal para
tentar Jesus, mas ele o venceu com a espada do Espírito, a Palavra (Lucas 4.1-13).
Mesmo quando as multidões o procuravam, Jesus se retirava para orar. Para ele a
oração era mais importante que 0 sucesso no ministério. Todavia, depois que Jesus
deixava o recesso da oração, o poder de curar estava sobre ele (Lucas 5.15-17).
Antes de escolher os doze discípulos, Jesus passou uma noite inteira orando, buscando
a clara e específica vontade do Pai. Ele escolheu os apóstolos debaixo da direção
do Pai. Ele não apenas orou a Deus, ele fez a oração de Deus. Esta é a única ocorrência
no Novo Testamento em que aparece a expressão "oração de Deus". Jesus
buscou com toda a determinação fazer a vontade do Pai ao escolher a liderança da
igreja (Lucas 6.12-16). Quando foi para Cesaréia de Filipe, ele também orou, pedindo
a Deus pleno entendimento para os seus discípulos, a fim de que entendessem a
sua missão (Lucas 9.18-22). Agora, Jesus está orando no cume do monte, sendo preparado
e consolado para enfrentar a cruz (Lucas 9.28-31). A oração é uma fonte de consolo.
Ela nos prepara para os momentos de vale. Jesus orou no Getsêmani com tamanha intensidade
que chegou a suar sangue. E o que buscava Jesus? Fazer a vontade do Pai (Lucas 22.39-46).
Jesus orou pregado na cruz, e sua oração quebrou a dureza do coração do ladrão
crucificado à sua direita (Lucas 23.34-43).
A vida de Jesus é o supremo modelo
de oração que encontramos na Bíblia.
A passagem que estamos examinando diz que Jesus
sobe ao monte com o propósito de orar, mas em momento algum o texto diz que Pedro,
João e Tiago estão orando com ele. Os discípulos não sentem necessidade de oração
nem prazer nisso. Eles vêem coisas espetaculares, ouvem vozes celestiais, deixar-se
envolver por uma aura celeste, mas não conseguem orar. A intimidade com o Pai não
é a sede da alma deles. Eles estão no monte a reboque, mas não estão alimentados
pela mesma motivação de Jesus.
Resumo
Semelhantemente, é possível estar no cume do monte,
vivendo experiências arrebatadoras, sem desfrutar da intimidade com Deus. É possível
pisar em terra santa e viver em um clima celestial, sem contudo derramar o coração
no altar da oração.
0 comentários:
Postar um comentário