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Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

quinta-feira, 28 de março de 2019

Aristipo


Aristipo (435 - 366 a.C.)
Segundo a filosofia de Aristipo o bem estar do homem é físico. O prazer é o que movimenta o homem, o prazer é sempre algo positivo, não importando de onde venha esse prazer. Ele era hedonista, o prazer é o que dá sentido à vida.
            Aristipo fundou a Escola Cirenaica onde eram rejeitados os estudos da física e da matemática que foram consideradas desnecessárias para que as pessoas encontrassem o bem e a felicidade. Mesmo a lógica e as suas investigações tiveram sua importância diminuída. Os cirenaicos eram *fenomenistas e limitaram a forma de conhecimento do mundo às sensações subjetivas. As investigações teóricas são colocadas em segundo plano e servem apenas para contribuir para delinear a conduta moral e no auxílio na busca da felicidade
            Como o conhecimento é subjetivo a denominação das coisas do mundo é somente uma convenção, na realidade elas exprimem somente uma percepção individual de cada ser humano e essas percepções não podem ser comparadas com as percepções dos outros indivíduos. Elas são únicas, sensorialmente únicas. A referência para descobrir a verdade das coisas é a sensação, mas elas não dizem nada sobre a essência dos objetos que produzem as sensações nas pessoas.
            A felicidade está no homem que aprecia o momento que está vivendo. O prazer é o momento em que o homem está vivendo um impulso ou um movimento delicado e ameno, já a dor é comparada a um movimento feito com força e ímpeto. Quando a pessoa não está vivendo nem um movimento delicado nem um movimento impetuoso, ela não está sentindo nem prazer nem dor, ela está em êxtase. O êxtase é para os cirenaicos parecido com o sono, com o dormir. O êxtase não é nem aprazível nem doloroso. A felicidade é o conjunto dos prazeres que o indivíduo viveu, vive e vai viver, mas o prazer vive-se sempre no presente.
            O homem deve viver o prazer do instante, esse momento muito breve e que é o único que ele realmente tem, sem com isso lamentar-se com o passado vivido nem se infligir com o futuro que poderá viver. Aceitar o prazer momentâneo que a vida oferece é viver conforme a virtude. A virtude é a moderação dos prazeres, mas uma moderação interesseira, moderação para que não se esgote a fonte dos prazeres.
            O prazer físico é o bem supremo, maior do que os prazeres da alma, da mesma forma a dor física é maior que a dor da alma. Mesmo assim para eles o homem deve saber dominar os prazeres e não ser dominado por eles. O prazer não é algo ruim, ruim é ser subjugado por ele. O homem deve satisfazer os seus desejos sem se deixar envolver por eles. O prazer é sempre algo bom, mas a falta de moderação no relacionamento com os prazeres pode fazer do homem escravo e dependente deles, e isso é algo condenável.
            Aristipo e seus seguidores querem que o homem seja sempre superior aos seus instintos, se ele conseguir isso o seu prazer vai estar em harmonia com a sua liberdade de espírito. E essa superioridade que vai conduzir o homem à liberdade de espírito é conseguida através da cultura e da inteligência.
            Os cirenaicos fundam ainda a visão do homem cosmopolita, cidadão do mundo, que foge da organização social da polis da época, onde havia quem ordenava e quem obedecia. O homem assim não está circunscrito a uma cidade e a obedecer as suas leis, ele é cidadão do mundo e segue as suas próprias leis. Dessa forma ele pode viver livremente a busca dos seus prazeres.

Sentenças
Possuo, não sou possuído.
- É melhor que o dinheiro seja perdido por Aristipo do que Aristipo pelo dinheiro.
- É melhor ser pobre que sem cultura, ao pobre falta dinheiro, ao inculto falta humanidade.

 Hedonismo é uma doutrina filosófica moral que enfoca na busca do prazer, em consequência da qualidade de vida do ser-humano.
Hedonismo na Grécia Antiga
O termo “Hedonismo” é fruto de pesquisas de filósofos gregos importantes tal qual, Epicuro de Samos (341 a.C.-271 a.C.) e Aristipo de Cirene (435 a.C. - 356 a.C.), considerado o “Pai do Hedonismo”.
Ambos contribuíram para o surgimento da corrente hedonista, entretanto, para Epicuro o prazer deveria de ser aproveitado de maneira mais moderada e menos radical, em detrimento do modo intenso e físico sugerido por Aristipo. No entanto, os dois filósofos acreditavam que a busca da felicidade estava na supressão da dor e do sofrimento do corpo e da alma, os quais levariam ao prazer.
Diante disso, as duas vertentes que surgiram se distinguiam em respeito a avaliação moral do prazer:
Escola Cirenaica” ou “Cirenaísmo” (séculos IV e III a.C.), fundada por Aristipo que acreditava na importância do prazer do corpo em detrimento do prazer mental;
"Epicurismo", fundado por Epicuro, que associava o prazer à paz e à tranquilidade, rebatendo, muitas vezes, o prazer imediato e mais individualista como propunha a Escola Cirenaica.
Para saber mais: Grécia AntigaEpicuro e Epicurismo
Hedonismo na Pós-Modernidade
Embora a teoria hedonista tenha surgido na Grécia, essa corrente filosófica está sendo muito discutido na atualidade, uma vez que a Pós-modernidade, período que se inicia após o Modernismo e que vigora até os dias atuais, intensificado pela era da informática e da comunicação, aponta para um ser humano confuso, ao mesmo tempo eclético, entretanto, que busca sem limites o prazer individual e imediato, como o principal propósito da vida.

Myer Pearlman - Teólogo Americano sobre o pensamento Hedonismo


O hedonismo (da palavra grega que significa "prazer") é a teoria que sustenta que o melhor ou o mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga à dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: "Isto e correto?", mas: "Traz prazer?" Nem todos os hedonistas têm uma vida de vícios, mas a tendência geral do hedonista é desculpar o pecado e disfarçá-lo, qual pílula açucarada, com designações tais como estas: "é uma fraqueza inofensiva"; "é pequeno desvio"; "é mania do prazer"; "é fogo da juventude". Eles desculpam o pecado com expressões como estas: "Errar é humano"; "o que é natural é belo e o que é belo é direito." é sobre essa teoria que se baseia o ensino moderno de "auto-expressão". Em linguagem técnica, o homem deve "libertar suas inibições"; em linguagem simples, "ceder à tentação porque reprimi-la é prejudicial à saúde". Naturalmente, isso muitas vezes representa um intento para justificar a imoralidade. Mas esses mesmos teóricos não concordariam em que a pessoa desse liberdade às suas inibições de ira, ódio criminoso, inveja, embriaguez ou alguma outra tendência similar. No fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado, e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado. Representa

 uma variação moderna da mentira antiga: "Certamente não morrerás." E muitos descendentes de Adão têm engolido a amarga pílula do pecado, adoçada com a suposta suavizante segurança: "Isto não te fará dano algum." O bem é simbolizado pela alvura, e o pecado pela negrura, porém alguns querem misturá-los, dando-lhes uma cor cinzenta neutra. A admoestação divina àqueles que procuram confundir as distinções morais, é: "Ai daqueles que chamam o mal bem, e o bem mal"

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