Aristipo (435 - 366 a.C.)
Segundo a filosofia de Aristipo o bem estar do homem é físico. O prazer
é o que movimenta o homem, o prazer é sempre algo positivo, não importando de
onde venha esse prazer. Ele era hedonista,
o prazer é o que dá sentido à vida.
Aristipo fundou a Escola Cirenaica onde
eram rejeitados os estudos da física e da matemática que foram consideradas
desnecessárias para que as pessoas encontrassem o bem e a felicidade. Mesmo a
lógica e as suas investigações tiveram sua importância diminuída. Os cirenaicos
eram *fenomenistas e limitaram a forma de conhecimento do mundo às sensações
subjetivas. As investigações teóricas são colocadas em segundo plano e servem
apenas para contribuir para delinear a conduta moral e no auxílio na busca da
felicidade
Como
o conhecimento é subjetivo a denominação das coisas do mundo é somente uma
convenção, na realidade elas exprimem somente uma percepção individual de cada
ser humano e essas percepções não podem ser comparadas com as percepções dos
outros indivíduos. Elas são únicas, sensorialmente únicas. A referência para
descobrir a verdade das coisas é a sensação, mas elas não dizem nada sobre a
essência dos objetos que produzem as sensações nas pessoas.
A
felicidade está no homem que aprecia o momento que está vivendo. O prazer é o
momento em que o homem está vivendo um impulso ou um movimento delicado e
ameno, já a dor é comparada a um movimento feito com força e ímpeto. Quando a pessoa não está vivendo nem um
movimento delicado nem um movimento impetuoso, ela não está sentindo nem prazer
nem dor, ela está em êxtase. O êxtase é para os cirenaicos parecido com o sono,
com o dormir. O êxtase não é nem aprazível nem doloroso. A felicidade é o
conjunto dos prazeres que o indivíduo viveu, vive e vai viver, mas o prazer
vive-se sempre no presente.
O
homem deve viver o prazer do instante, esse momento muito breve e que é o único
que ele realmente tem, sem com isso lamentar-se com o passado vivido nem se
infligir com o futuro que poderá viver. Aceitar o prazer momentâneo que a vida
oferece é viver conforme a virtude. A virtude é a moderação dos prazeres, mas
uma moderação interesseira, moderação para que não se esgote a fonte dos
prazeres.
O
prazer físico é o bem supremo, maior do que os prazeres da alma, da mesma forma
a dor física é maior que a dor da alma. Mesmo assim para eles o homem deve
saber dominar os prazeres e não ser dominado por eles. O prazer não é algo
ruim, ruim é ser subjugado por ele. O homem deve satisfazer os seus desejos sem
se deixar envolver por eles. O prazer é sempre algo bom, mas a falta de
moderação no relacionamento com os prazeres pode fazer do homem escravo e
dependente deles, e isso é algo condenável.
Aristipo
e seus seguidores querem que o homem seja sempre superior aos seus instintos,
se ele conseguir isso o seu prazer vai estar em harmonia com a sua liberdade de
espírito. E essa superioridade que vai conduzir o homem à liberdade de espírito
é conseguida através da cultura e da inteligência.
Os
cirenaicos fundam ainda a visão do homem cosmopolita, cidadão do mundo, que
foge da organização social da polis da época, onde havia quem ordenava e quem
obedecia. O homem assim não está circunscrito a uma cidade e a obedecer as suas
leis, ele é cidadão do mundo e segue as suas próprias leis. Dessa forma ele
pode viver livremente a busca dos seus prazeres.
Sentenças
- Possuo, não sou
possuído.
- É melhor que o dinheiro seja perdido por
Aristipo do que Aristipo pelo dinheiro.
- É melhor ser pobre que sem cultura, ao pobre
falta dinheiro, ao inculto falta humanidade.
Hedonismo é uma doutrina filosófica moral que enfoca na busca do
prazer, em consequência da qualidade de vida do ser-humano.
Hedonismo na Grécia Antiga
O termo “Hedonismo” é fruto de pesquisas de filósofos gregos importantes
tal qual, Epicuro de Samos (341 a.C.-271 a.C.) e Aristipo de Cirene (435 a.C. -
356 a.C.), considerado o “Pai do Hedonismo”.
Ambos contribuíram para o surgimento da corrente hedonista, entretanto,
para Epicuro o prazer deveria de ser aproveitado de maneira mais moderada e
menos radical, em detrimento do modo intenso e físico sugerido por Aristipo. No
entanto, os dois filósofos acreditavam que a busca da felicidade estava na
supressão da dor e do sofrimento do corpo e da alma, os quais levariam ao
prazer.
Diante disso, as duas vertentes que surgiram se distinguiam em respeito
a avaliação moral do prazer:
“Escola Cirenaica” ou “Cirenaísmo” (séculos
IV e III a.C.), fundada por Aristipo que acreditava na importância do prazer do
corpo em detrimento do prazer mental;
"Epicurismo", fundado por Epicuro, que associava o prazer à paz e à
tranquilidade, rebatendo, muitas vezes, o prazer imediato e mais individualista
como propunha a Escola Cirenaica.
Para saber mais: Grécia Antiga, Epicuro e Epicurismo
Hedonismo na Pós-Modernidade
Embora a teoria hedonista tenha surgido na Grécia, essa corrente
filosófica está sendo muito discutido na atualidade, uma vez que a
Pós-modernidade, período que se inicia após o Modernismo e que vigora até os
dias atuais, intensificado pela era da informática e da comunicação, aponta
para um ser humano confuso, ao mesmo tempo eclético, entretanto, que busca sem
limites o prazer individual e imediato, como o principal propósito da vida.
Myer Pearlman - Teólogo Americano sobre o pensamento
Hedonismo
uma variação moderna
da mentira antiga: "Certamente não morrerás." E muitos descendentes de Adão têm engolido a amarga
pílula do pecado, adoçada com a suposta suavizante segurança: "Isto não te
fará dano algum." O bem é simbolizado pela alvura, e o pecado pela
negrura, porém alguns querem misturá-los, dando-lhes uma cor cinzenta neutra. A
admoestação divina àqueles que procuram confundir as distinções morais, é:
"Ai daqueles que chamam o mal bem, e o bem mal"
O hedonismo (da
palavra grega que significa "prazer") é a teoria que sustenta que o
melhor ou o mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga
à dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: "Isto e
correto?", mas: "Traz prazer?" Nem todos os hedonistas têm uma
vida de vícios, mas a tendência geral do hedonista é desculpar o pecado e
disfarçá-lo, qual pílula açucarada, com designações tais como estas: "é
uma fraqueza inofensiva"; "é pequeno desvio"; "é mania do
prazer"; "é fogo da juventude". Eles desculpam o pecado com
expressões como estas: "Errar é humano"; "o que é natural é belo
e o que é belo é direito." é sobre essa teoria que se baseia o ensino
moderno de "auto-expressão". Em linguagem técnica, o homem deve
"libertar suas inibições"; em linguagem simples, "ceder à
tentação porque reprimi-la é prejudicial à saúde". Naturalmente, isso
muitas vezes representa um intento para justificar a imoralidade. Mas esses
mesmos teóricos não concordariam em que a pessoa desse liberdade às suas
inibições de ira, ódio criminoso, inveja, embriaguez ou alguma outra tendência
similar. No fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado,
e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado. Representa
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