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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Nicolau de Cusa (1401-1464) - Filósofo Renascentista


Nicolau de Cusa (1401-1464)


Nicolau de Cusa ou Nicolau Krebs ou Chrypffs (Cusa, Tréveris,
 
Alemanha 1401 - Todi, Úmbria, Itália 11 de agosto de 1464) foi umcardeal da Igreja Católica Romana e filósofo do Renascimento. Também autor de inúmeras obras sendo a principal delas Da Douta Ignorância publicada em 1440.


Biografia
Filho de um barqueiro João Cryfts e de Catarina Roemer. Teólogo e filosofo humanista, é considerado o pai da filosofia alemã e, como personagem chave na transição do pensamento medieval ao do Renascimento, um dos primeiro filósofos da Idade Moderna
Entre seus pensamentos está a divisão do saber humano em dois graus, o intelectual e o racional. O primeiro nos conferiria a noção mística de Deus, e o segundo tinha origem na sensibilidade. Este dualismo é muito peculiar ao pensamento místico.
Em 1425 matricula-se em Teologia em Colônia, ali recebe as doutrinas de Santo Alberto Magno, do platonismo e de Ramón Llull. A partir de 1426 o legado papal (Orsini) pede-lhe que seja seu secretário, isto lhe permite ascender ao mundo dos Humanistas, o introduz no mundo da política eclesiástica e do estudo. Dedica-se ao estudo dos códices e descobre até 800 textos de Cícero, 16 comédias de Plauto, etc.
É ordenado presbítero em 1430, e entre 1432 e 1436 defendeu de maneira ativa o conciliarismo, mas a partir do Concílio de Basiléia se desconcerta e se reconcilia com as teses do Papa, convertendo-se no personagem mais relevante.
Doutor em Direito canônico, participou no Concílio de Basiléia em 1431. Identificado como anti-aristotélico ou antiescolástico, introduziu a noção de coincidentia oppositorum(coincidência de opostos), que é Deus, para superar todas as contradições da realidade. Foi um dos primeiros filósofos a questionar o modelo geocêntrico do mundo. Conseguiu um breve período de conciliação entre as igrejas Católica e Ortodoxa, se empenhou em aproximar a Igreja dos hussistas, predicou a cruzada contra os turcos e mediou na pacificação das relações entre França e Inglaterra.
Em 1450 foi nomeado Cardeal e Bispo de Bressanone. O duque Segismundo não aceitou sua nomeação.
Para alcançarmos a verdade de alguma coisa o caminho mais utilizado é relacionarmos algo que temos por verdadeiro com algo que temos incerto de ser verdadeiro. Esse método funciona para as coisas finitas que podem ser de fácil ou difícil entendimento. Mesmo se alguma coisa finita é de difícil compreensão, é possível conhecê-la, ainda que não no presente, mas no futuro. O mesmo não acontece com algo que for infinito, pois do infinito não temos com fazermos relações, não temos como conhecer a sua dimensão. Não pode haver simetria entre o finito e o infinito. A mente humana é finita e ignora o conhecimento do infinito. Reconhecer essa incapacidade é a Douta Ignorância, uma das principais teorias filosóficas de Nicolau de Cusa.
            Mesmo que a mente finita não possa conhecer o infinito, ela deseja ardentemente alcançar a compreensão do sem fim, do eterno. Nicolau compara o finito com um polígono e o infinito com um círculo perfeito, por mais lados que tenha o polígono ele será sempre um polígono e nunca um círculo. Nós podemos nos aproximar das verdades infinitas e eternas, mas nunca vamos alcançá-las.
            Saber que não podemos conhecer Deus é por onde começamos a conhecê-lo. A douta ignorância não fundamenta somente o conhecimento de Deus eterno e do infinito, fundamenta também todo o restante que o homem pode conhecer. Reconhecer os limites do nosso conhecimento é o ponto de partida para o nosso conhecimento da verdade.
            A mente humana é semelhante à mente divina. A mente humana através do se reconhecer limitada pode descobrir a verdadeira face de Deus. Se olharmos Deus com amor veremos que ele nos olha amorosamente, se olharmos Deus com ira veremos que ele também nos olha irado, se olharmos alegremente para Deus ele também nos mostrará seu rosto alegre. A nossa mente é uma lente que dá cor para as coisas que observamos.


Códice Cusano 220
Nicolau de Cusa fundou um asilo para idosos em Kues, hoje conhecida como Bernkastel-Kues, cidade localizada a cerca de 130 quilómetros ao sul de Bona, capital da Alemanha. Este edifício abriga hoje a biblioteca de Cusa, com mais de 310 manuscritos.
Entre os manuscritos ali preservados encontra-se o Códice Cusano 220 que inclui um sermão proferido por Nicolau de Cusa em 1430, intitulado In principio erat verbum (No princípio era o Verbo). Nesse sermão em defesa da Trindade, Nicolau de Cusa utiliza a grafia latina Iehoua para se referir ao nome de Deus, hoje conhecido pelas grafias Jeová ou Javé, em português. Na folha 56, em referência ao nome divino, há a seguinte declaração:
"Ele [o nome] é dado por Deus. É o Tetagrama, isto é, nome composto por quatro letras. [...] Esse é, sem dúvida, o santíssimo e grande nome de Deus."
Este códice, do início do Século XV, é um dos mais antigos documentos existentes onde o Tetragrama é traduzido pela forma latinizada Iehoua, indicando que formas do nome do Deus mencionado na Bíblia, similares a Jehovah ou Jeová, têm sido por séculos a transcrição literária mais comum do nome divino.[1]
Obras mais importantes
§ In principio erat verbum, incluído no Códice Cusano 220 (1430)
§ De concordantia catholica (1434)
§ De docta ignorantia (1440)
§ De coniecturis (1441)
§ Idiota de mente, Idiota de sapientia, Idiota de staticis experimentis (1450)
§ De visione Dei (1453)
§ De Possest (1460)
§ Compendium sive compendiossisima directio (1463)
§ De apice theoriae (1464)



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