Estoicismo é um movimento filosófico que
surgiu na Grécia Antiga e que preza a fidelidade ao conhecimento,
desprezando todos os tipos de sentimentos externos, como a paixão, a
luxúria e demais emoções.
Este pensamento filosófico foi criado por Zenão de Cício, na cidade de
Atenas, e defendia que todo o universo seria governado por uma lei natural
divina e racional.
Para o ser humano alcançar a verdadeira felicidade, deveria depender
apenas de suas “virtudes” (ou seja, o conhecimento, de acordo com os
ensinamentos de Sócrates), abdicando totalmente o “vício”, que é considerado
pelos estoicos um mal absoluto.
Para a filosofia estoica, a paixão é considerada
sempre má, e as emoções um vício da alma, seja o ódio, o amor ou a piedade. Os sentimentos
externos tornariam o homem um ser irracional e não imparcial.
Um verdadeiro sábio, segundo o estoicismo, não
deveria sofrer de emoções externas, pois estas influenciariam em suas decisões
e em seus raciocínios.
Fases do estoicismo
Etimologicamente, o
termo estoicismo surgiu a partir da expressão grega stoà poikile, que significa “Pórtico das Pinturas”, o local
onde o fundador desta doutrina filosófica ensinava os seus discípulos em
Atenas.
O
estoicismo é dividido em três principais períodos: ético (antigo), eclético (médio) e religioso (recente).
O chamado estoicismo antigo ou ético foi vivido
pelo fundador da doutrina, Zenão de Cício (333 a 262 a.C.), e
foi concluído por Crisipo de Solunte (280 a 206 a.C.), que teria desenvolvido a
doutrina estoica e a transformado no modelo que é conhecido na atualidade.
Já no estoicismo médio ou eclético, o movimento começa a se disseminar
entre os romanos, sendo o principal motivador da introdução do estoicismo na
sociedade romana Panécio de Rodes (185 a 110 a.C.).
A característica mais marcante deste período, no entanto, foi o
ecletismo que a doutrina sofreu a partir da absorção de pensamentos de Platão e
Aristóteles. Posidônio de Apaméia (135 a.C. a 50 d.C.) foi o responsável por
esta mistura.
Por fim, a terceira fase do estoicismo é conhecida como religiosa ou
recente. Os membros deste período enxergavam a doutrina filosófica não como
parte de uma ciência, mas como uma prática religiosa e sacerdotal. O imperador
romano Marco Aurélio foi um dos principais representantes do estoicismo
religioso.
Objetivos da filosofia estoica
Veja abaixo alguns dos principais objetivos da filosofia estoica:
Ataraxia
O cerne da filosofia estoica era a conquista da felicidade por meio da
ataraxia, que é um ideal de tranquilidade no qual é possível viver de forma
serena e com paz de espírito.
Para os estoicos, o homem apenas poderia conseguir essa felicidade
através de suas próprias virtudes, ou seja, de seus conhecimentos.
Autossuficiência
A autossuficiência é um dos principais objetivos dos estoicos.
O estoicismo prega que cada ser deve viver de acordo com a sua natureza,
ou seja, deve agir como um ser autárquico; como senhor de si mesmo.
Assim sendo, como ser racional que é, o homem deve se valer das suas
próprias virtudes em prol da conquista do seu maior propósito: a felicidade.
Negação de sentimentos externos
Os estoicistas consideravam que os sentimentos externos (paixão,
luxúria, etc.) eram nocivos ao homem, pois faziam com que ele deixasse de ser
imparcial e passasse a ser irracional.
Todos esses sentimentos eram tidos como vícios e como causadores de
males absolutos que comprometiam as tomadas de decisões e a organização dos
pensamentos de forma lógica e inteligente.
Indiferença aos problemas
Na busca pela vida tranquila e feliz, a filosofia estoica defendia que
todos os fatores externos que comprometessem a perfeição moral e intelectual
deveriam ser ignorados, ou seja, tratados com apatia.
Essa linha de pensamento defendia que, mesmo na adversidade, em
situações problemáticas ou difíceis, o homem deve optar por reagir sempre com
calma e tranquilidade e com a cabeça no lugar, sem deixar que os fatores
externos comprometam sua capacidade de julgamento e ação.
Saiba mais sobre apatia.
Características do estoicismo
·
Virtude é o único bem e caminho para a felicidade;
·
Indivíduo deve negar os sentimentos externos e priorizar o conhecimento;
·
O prazer é um inimigo do homem sábio;
·
Universo governado por uma razão universal natural;
·
Valorização da apatia (indiferença);
·
As atitudes tinham mais valor que as palavras, ou seja, o que era feito
tinha mais importância do que o que era dito;
·
As emoções eram consideradas como vícios da alma;
·
Considerava-se que os sentimentos externos tornavam o homem irracional;
·
Acreditava-se que a alma deveria ser cultivada.
Ver também o significado de Sofismo.
Como o estoico concebe a realidade
A concepção da realidade por parte dos estoicos considera que existe um
destino e que ele não é controlável pelo homem.
No entanto, a filosofia estoica defende que o homem deve se posicionar
perante esse destino sempre de forma positiva, sempre praticando o bem, mesmo
diante de situações problemáticas ou desagradáveis.
Para os estoicos, não se deve perder a cabeça com nada que seja externo
(como sentimentos, etc.), visto não serem questões que o homem possa controlar.
O objetivo é agir sempre com bondade e sabedoria,
pois para os estoicos um ser sábio é um ser feliz.
0 comentários:
Postar um comentário