O existencialismo, uma corrente filosófica difusa, que abrange de pensadores ateus a
religiosos, resume-se ao reconhecimento de que a existência precede a essência.
Foi uma
doutrina filosófica e um movimento intelectual surgido na Europa em meados do
século XX, mais precisamente na França.
Está pautada na existência
metafísica, donde a liberdade é seu maior mote, refletida nas condições de
existência do ser.
Surgindo num contexto em que refletiam os esforços filosóficos e
sociológicos para compreender e reordenar a sociedade decorrente da expansão do
capitalismo, da formação dos estados republicanos, da revolução tecnológica e
industrial.
Características
O existencialismo sofreu influência
da fenomenologia (fenômenos do mundo e da
mente), cuja existência precede a essência, sendo dividido em duas vertentes:
·
existencialismo ateu:negam a natureza humana.
·
existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.
Para os filósofos adeptos dessa corrente,
a essência humana é construída durante sua vivência, a partir de suas escolhas,
uma vez que possui liberdade incondicional.
Em outras palavras, a corrente
existencialista prega que o homem é um ser que possui toda a responsabilidade
por meio de suas ações. Assim, ele granjeia durante sua vida um significado
para sua existência.
Para os existencialistas, a
existência humana é baseada nas angústias e no desespero. A partir da autonomia
moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos.
Nesse caso, toda escolha implicará numa perda ou em várias, dentre muitas
possibilidades que nos são postas.
Assim,
para os existencialistas, a liberdade de escolha é
o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada pode ser responsável pelo seu
fracasso, a não ser, você mesmo.
Principais Filósofos Existencialistas
Considerado
o “Pai do Existencialismo”, Sören Kierkegaard (1813-1855)
foi um filósofo dinamarquês. Fez parte da linha do existencialismo cristão, no
qual defende, sobretudo, o livre-arbítrio e a irredutibilidade da existência
humana.
Da mesma maneira que outros
existencialistas, Kierkegaard focou na preocupação pelo indivíduo e pela
responsabilidade pessoal. Segundo ele: “Ousar é perder o equilíbrio
momentaneamente. Não ousar é perder-se.”
A partir da obra de Kierkegaard e da
crítica à história da filosofia, Heidegger (1889-1976) vai desenvolver a ideia
de que o ser humano pode experimentar uma existência autêntica ou inautêntica.
O que determinará esta existência
será sua atitude face à morte e as escolhas que tomará diante a finitude de sua
vida.
Um dos maiores representantes do
existencialismo, Sartre (1905-1980) foi filósofo, escritor e crítico francês.
Para ele, estamos condenados a ser livres: “Condenado porque não se criou a
si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável
por tudo quanto fizer.”
Simone de Beauvoir
Companheira de Sartre, Simone de
Beauvoir (1908-1986) foi filósofa, escritora, professora e feminista francesa
nascida em Paris.
Personalidade ousada e libertária
para sua época, Simone cursou filosofia e enveredou pelos caminhos do
existencialismo e da defesa da liberdade feminina. Segundo ela: “Não se
nasce mulher: torna-se”.
Essa frase corrobora sua tendência
existencialista, cuja existência precede a essência, essa última sendo algo que
se constrói durante a vida.
Albert Camus
Filósofo e romancista argelino, Camus
(1913-1960) foi um dos principais pensadores do “absurdismo”, uma das
ramificações teóricas do existencialismo. Foi amigo de Sartre com quem discutiu
muito sobre os aspectos e a essência do ser.
Em seu ensaio filosófico “Mito de
Sísifo” (1941) aborda sobre os diversos absurdos da vida, segundo ele:
“Como deve viver o homem absurdo?
Claramente, não se aplicam regras éticas, como todas elas são baseadas em
poderes sobre justificação. “Integridade não tem necessidade de regras”. “Tudo
é permitido” não é uma explosão de alívio ou de alegria, mas sim, um amargo
reconhecimento de um fato.”
Albert Camus ganhou o Prêmio Nobel de
Literatura, em 1957.
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi
filósofo e professor francês. Fenomenólogo existencialista, junto a Sartre,
fundou a revista filosófica e política “Os Tempos Modernos”.
Centrou sua filosofia na existência
humana e no conhecimento. Para ele, “A Filosofia é um despertar para ver e
mudar o nosso mundo.”
Karl Jaspers
Filósofo existencialista, professor e
psiquiatra alemão, Karl Theodor Jaspers (1883-1969), acreditava na fusão entre
a fé filosófica e a crença religiosa.
De acordo com ele, a fé é a expressão
máxima da liberdade humana, sendo o único caminho que leva à certeza
existencial e à transcendência do ser.
Suas principais obras são: A Fé
Filosófica, Razão e Existência, Orientação Filosófica do Mundo, Filosofia, Explicação
da Existência e Metafísica.
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