Max Weber (1864-1920) foi um
importante sociólogo e destacado economista alemão. Suas grandes obras são, “A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” e "Economia e
Sociedade". Dedicou sua vida ao trabalho acadêmico, escrevendo sobres
assuntos variados como o espírito do capitalismo e as religiões chinesas.
Max Weber nasceu em
Erfurt, Turíngia, Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Filho de um jurista e
político do Partido Liberal Nacional na época de Bismarck. Estudou nas
universidades de Heidelberg, Berlim e Gotinga. Formou-se em Direito e
doutorou-se em Economia e acabou desenvolvendo obras sobre Sociologia.
A partir de 1893,
lecionou em diversas universidades da Alemanha, principalmente em Heidelberg.
Entre 1898 e 1906, ficou afastado do magistério em consequência de crises
depressivas. Nesse período, realizou diversas viagens e dedicou-se ao trabalho
acadêmico.
Teoria
Max Weber tornou-se
conhecido pela “Teoria dos Tipos Ideais”. Foi um grande renovador das Ciências
Sociais em vários aspectos, inclusive na metodologia:
·
diferente dos precursores da sociologia, Weber compreendia que o método
dessas disciplinas não poderia ser uma mera imitação dos empregados para as
ciências físicas e naturais, uma vez que nos estudos sociais estão presentes
indivíduos com consciência, vontade e intenções que precisam ser compreendidos.
Max Weber criou
então o método dos “Tipos Ideais”, que descrevem a intencionalidade dos agentes
sociais mediante casos extremos, puros e isentos de ambiguidades, uma vez que
tais casos não estariam condizentes com a realidade.
Desse modo,
estabeleceu os fundamentos do método de trabalho da “Sociologia Moderna”, uma
base para se construir modelos teóricos centrados na análise e na discussão
sobre conceitos rigorosos.
O primeiro fruto da
aplicação desse método foi sua obra: “A Ética e o Espírito do Capitalismo”
(1905). Trabalhando sobre os tipos ideais da burguesia, a ética protestante e o
capitalismo industrial, Weber estudou a moral estabelecida por algumas seitas
calvinistas dos séculos XVI e XVII.
Por
fim, mostrou que a Reforma Protestante havia criado, em alguns países
ocidentais, uma cultura social mais favorável ao desenvolvimento econômico
capitalista, do que a predominante nos países católicos. Em 1909, Weber fundou
a Associação Sociológica Alemã.
Max Weber é provavelmente o autor mais influente e
conhecido no âmbito das ciências sociais. Não apenas a sociologia e a ciência
política modernas o têm como autor central e referência constante, mas também o
direito, a economia, a administração de empresas e até a filosofia mobilizam
várias de suas interpretações e idéias. É difícil imaginar um pensador
contemporâneo que não tenha sido influenciado por suas idéias. Em Pierre
Bourdieu e Jürgen Habermas, por exemplo, a influência é decisiva. Mas também no
contexto brasileiro, Weber não só é um dos autores mais citados nas teses
acadêmicas de ciências sociais entre nós, mas também foi inspiração para a
produção do conceito mais influente, ainda hoje, da sociologia e da ciência
política brasileiras: a noção – ambígua e equívoca, como teremos, mais adiante,
ocasião de explicitar – de patrimonialismo. O que explica tamanha
influência?
Sua influência diz respeito à especificidade do que ele
denominava de “racionalismo ocidental”. “Racionalismo” significa a forma,
culturalmente singular, de como uma civilização específica e, por extensão,
também os indivíduos, que constituem sua forma de pensar e agir a partir desses
modelos culturais, interpreta o mundo. Isso implica, antes de tudo, que não
existe definição “universal” possível acerca do que é “racional” ou do que seja
“racionalidade”. A forma como a racionalidade vai ser definida em cada
sociedade específica depende, desse modo, da matriz civilizacional a qual essa
sociedade particular pertença. Em relação à civilização ocidental moderna, Weber
irá definir seu racionalismo específico como sendo o do “racionalismo da
dominação do mundo”. Esse racionalismo difere de modo profundo, por exemplo,
dos racionalismos não-ocidentais como o da “fuga do mundo”, típico da sociedade
de castas hindu, ou do racionalismo da “acomodação ao mundo” típico da
sociedade tradicional chinesa. O racionalismo da dominação do mundo vai ser
definido por uma “atitude instrumental” em relação a todas as três dimensões
possíveis da ação humana: ação no mundo exterior, na natureza; no mundo social;
e no próprio mundo subjetivo, como meros “meios” para a consecução de fins
heterônomos como poder e dinheiro.
Weber logra transformar a percepção de uma “racionalidade
objetiva” que se impõe aos sujeitos de modo independente de sua vontade, no
fundamento mesmo de uma “sociologia compreensiva”, toda voltada a captar o
“sentido subjetivo” das ações humanas. É que, no “racionalismo moderno”, são os
pressupostos da “ação eficaz”, no sentido de efetivamente transformadora da
realidade externa, que a tornam “compreensível” para todos, permitindo a
“evidência intersubjetiva” que garante a cientificidade de proposições e
descrições da realidade.
Mas Weber não formula apenas a possibilidade de junção
científica dos aspectos subjetivos e objetivos no contexto do “racionalismo da
dominação do mundo”. Ele inspirou também, precisamente por ter captado a
“ambiguidade constitutiva” do racionalismo singular ao ocidente, os dois
diagnósticos mais importantes para a autocompreensão do ocidente até nossos
dias: uma concepção liberal, afirmativa e triunfalista do racionalismo
ocidental; e uma concepção crítica desse mesmo racionalismo, que procura
mostrar sua unidimensionalidade e superficialidade.
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