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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Max Weber


Max Weber (1864-1920) foi um importante sociólogo e destacado economista alemão. Suas grandes obras são, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” e "Economia e Sociedade". Dedicou sua vida ao trabalho acadêmico, escrevendo sobres assuntos variados como o espírito do capitalismo e as religiões chinesas.
Max Weber nasceu em Erfurt, Turíngia, Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Filho de um jurista e político do Partido Liberal Nacional na época de Bismarck. Estudou nas universidades de Heidelberg, Berlim e Gotinga. Formou-se em Direito e doutorou-se em Economia e acabou desenvolvendo obras sobre Sociologia.
A partir de 1893, lecionou em diversas universidades da Alemanha, principalmente em Heidelberg. Entre 1898 e 1906, ficou afastado do magistério em consequência de crises depressivas. Nesse período, realizou diversas viagens e dedicou-se ao trabalho acadêmico.
Teoria
Max Weber tornou-se conhecido pela “Teoria dos Tipos Ideais”. Foi um grande renovador das Ciências Sociais em vários aspectos, inclusive na metodologia:
·         diferente dos precursores da sociologia, Weber compreendia que o método dessas disciplinas não poderia ser uma mera imitação dos empregados para as ciências físicas e naturais, uma vez que nos estudos sociais estão presentes indivíduos com consciência, vontade e intenções que precisam ser compreendidos.
Max Weber criou então o método dos “Tipos Ideais”, que descrevem a intencionalidade dos agentes sociais mediante casos extremos, puros e isentos de ambiguidades, uma vez que tais casos não estariam condizentes com a realidade.
Desse modo, estabeleceu os fundamentos do método de trabalho da “Sociologia Moderna”, uma base para se construir modelos teóricos centrados na análise e na discussão sobre conceitos rigorosos.
O primeiro fruto da aplicação desse método foi sua obra: “A Ética e o Espírito do Capitalismo” (1905). Trabalhando sobre os tipos ideais da burguesia, a ética protestante e o capitalismo industrial, Weber estudou a moral estabelecida por algumas seitas calvinistas dos séculos XVI e XVII.
Por fim, mostrou que a Reforma Protestante havia criado, em alguns países ocidentais, uma cultura social mais favorável ao desenvolvimento econômico capitalista, do que a predominante nos países católicos. Em 1909, Weber fundou a Associação Sociológica Alemã.
Max Weber é provavelmente o autor mais influente e conhecido no âmbito das ciências sociais. Não apenas a sociologia e a ciência política modernas o têm como autor central e referência constante, mas também o direito, a economia, a administração de empresas e até a filosofia mobilizam várias de suas interpretações e idéias. É difícil imaginar um pensador contemporâneo que não tenha sido influenciado por suas idéias. Em Pierre Bourdieu e Jürgen Habermas, por exemplo, a influência é decisiva. Mas também no contexto brasileiro, Weber não só é um dos autores mais citados nas teses acadêmicas de ciências sociais entre nós, mas também foi inspiração para a produção do conceito mais influente, ainda hoje, da sociologia e da ciência política brasileiras: a noção – ambígua e equívoca, como teremos, mais adiante, ocasião de explicitar – de patrimonialismo. O que explica tamanha influência? 
Sua influência diz respeito à especificidade do que ele denominava de “racionalismo ocidental”. “Racionalismo” significa a forma, culturalmente singular, de como uma civilização específica e, por extensão, também os indivíduos, que constituem sua forma de pensar e agir a partir desses modelos culturais, interpreta o mundo. Isso implica, antes de tudo, que não existe definição “universal” possível acerca do que é “racional” ou do que seja “racionalidade”. A forma como a racionalidade vai ser definida em cada sociedade específica depende, desse modo, da matriz civilizacional a qual essa sociedade particular pertença. Em relação à civilização ocidental moderna, Weber irá definir seu racionalismo específico como sendo o do “racionalismo da dominação do mundo”. Esse racionalismo difere de modo profundo, por exemplo, dos racionalismos não-ocidentais como o da “fuga do mundo”, típico da sociedade de castas hindu, ou do racionalismo da “acomodação ao mundo” típico da sociedade tradicional chinesa. O racionalismo da dominação do mundo vai ser definido por uma “atitude instrumental” em relação a todas as três dimensões possíveis da ação humana: ação no mundo exterior, na natureza; no mundo social; e no próprio mundo subjetivo, como meros “meios” para a consecução de fins heterônomos como poder e dinheiro. 
Weber logra transformar a percepção de uma “racionalidade objetiva” que se impõe aos sujeitos de modo independente de sua vontade, no fundamento mesmo de uma “sociologia compreensiva”, toda voltada a captar o “sentido subjetivo” das ações humanas. É que, no “racionalismo moderno”, são os pressupostos da “ação eficaz”, no sentido de efetivamente transformadora da realidade externa, que a tornam “compreensível” para todos, permitindo a “evidência intersubjetiva” que garante a cientificidade de proposições e descrições da realidade. 
Mas Weber não formula apenas a possibilidade de junção científica dos aspectos subjetivos e objetivos no contexto do “racionalismo da dominação do mundo”. Ele inspirou também, precisamente por ter captado a “ambiguidade constitutiva” do racionalismo singular ao ocidente, os dois diagnósticos mais importantes para a autocompreensão do ocidente até nossos dias: uma concepção liberal, afirmativa e triunfalista do racionalismo ocidental; e uma concepção crítica desse mesmo racionalismo, que procura mostrar sua unidimensionalidade e superficialidade. 


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