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Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...


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terça-feira, 25 de junho de 2019

Francis Bacon - Filósofo Período Renascentista


Francis Bacon (1561-1626)
Francis Bacon, também referido como Bacon de Verulâmio (Londres, 22 de Janeiro de 1561 — Londres, 9 de Abril de 1626) foi um político, filósofo e ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio), visconde de Saint Alban. É considerado como o fundador da ciência moderna.
Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições elevadas. Em 1584 foi eleito para a câmara dos comuns.
Sucessivamente, durante o reinado de Jaime I, desempenhou as funções de procurador-geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618). Neste mesmo ano, foi nomeado barão de Verulam e em 1621, barão de Saint Alban. Também em 1621, Bacon foi acusado de corrupção. Condenado ao pagamento de pesada multa, foi também proibido de exercer cargos públicos.
Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência moderna". Sua principal obra filosófica é o Novum Organum.
Francis Bacon foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes e também um alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator. Estudiosos apontam como sendo o real autor dos famosos manifestos rosacruzes, Fama Fraternitatis (1614), Confessio Fraternitatis (1615) e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (1616).

Filosofia
O pensamento filosófico de Bacon representa a tentativa de realizar aquilo que ele mesmo chamou de Instauratio magna (Grande restauração). A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, acabaria por apresentar um novo método que deveria superar e substituir o de Aristóteles. Esses tratados deveriam apresentar um modo específico de investigação dos fatos, passando, a seguir, para a investigação das leis e retornavam para o mundo dos fatos para nele promover as ações que se revelassem possíveis. Bacon desejava uma reforma completa do conhecimento. A tarefa era, obviamente, gigantesca e o filósofo produziu apenas certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da Instauratio foi concluída.
A reforma do conhecimento é justificada em uma crítica à filosofia anterior (especialmente a Escolástica), considerada estéril por não apresentar nenhum resultado prático para a vida do homem. O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, também é criticada. Demócrito, contudo, era tido em alta conta por Bacon, que o considerava mais importante que Platão e Aristóteles.
A ciência deve restabelecer o imperium hominis (império do homem) sobre as coisas. A filosofia verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas. É também algo prático. Saber é poder. A mentalidade científica somente será alcançada através do expurgo de uma série de preconceitos por Bacon chamados ídolos. O conhecimento, o saber, é apenas um meio vigoroso e seguro de conquistar poder sobre a natureza.
Classificação das ciências
Preliminarmente, Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos:
§ Poesia ou ciência da imaginação;
§ História ou ciência da memória;
§ Filosofia ou ciência da razão.
A história é subdividida em natural e civil e a filosofia é subdividida em filosofia da natureza e em antropologia.
Ídolos
No que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas noções (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon. Esses ídolos foram classificados em quatro grupos:

Os ídolos da tribo estão fundados na natureza humana, na própria tribo ou espécie humana. É falsa a asserção de que os sentidos do homem são a medida das coisas. Muito ao contrário, todas as percepções, tanto dos sentidos como da mente, guardam analogia com a natureza humana e não com o universo. O intelecto humano é semelhante a um espelho que reflete desigualmente os raios das coisas e, dessa forma, as distorce e corrompe.

Os ídolos da caverna são os homens enquanto indivíduos. Pois cada um – além das aberrações próprias da natureza humana em geral – tem uma caverna ou uma cova que intercepta e corrompe a luz da natureza: seja devido à natureza própria e singular de cada um; seja devido à educação ou conversação com os outros: seja pela leitura dos livros ou pela autoridade aqueles que se respeitam e admiram; seja pela diferença de impressões, segundo ocorram em ânimo preocupado e predisposto ou em ânimo equânime e tranquilo; de tal forma que o espírito humano – tal como se acha disposto em cada um – é coisa séria, sujeita a múltiplas perturbações, e até certo ponto sujeita ao acaso. Por isso, bem proclamou Heráclito que os homens buscam em seus pequenos mundos e não no grande e universal. Há também os ídolos provenientes, de certa forma, do intercurso e da associação recíproca dos indivíduos do gênero humano entre si, a que chamamos de ídolos do foro devido ao comércio e consórcio entre os homens. Com efeito, os homens se associam graças ao discurso, e as palavras são cunhadas pelo vulgo. E as palavras, impostas de maneira imprópria e inepta, bloqueiam espantosamente o intelecto. Nem as definições, nem as explicações com que os homens doutos se munem e se defendem, em certos domínios, restituem as coisas ao seu lugar. Ao contrário, as palavras forçam o intelecto e o perturbam por completo. E os homens são, assim, arrastados a inúmeras e inúteis controvérsias e fantasias.
 Há, por fim, ídolos que imigram para o espírito dos homens por meio das diversas doutrinas filosóficas e também pelas regras viciosas da demonstração. São os ídolos do teatro: por parecer que as filosofias adotadas ou inventadas são outras tantas fábulas, produzidas e representadas, que figuram mundos fictícios e teatrais. Não nos referimos apenas às que ora existem ou às filosofias e seitas dos antigos. Inúmeras fábulas do mesmo teor se podem reunir e compor, porque as causas dos erros mais diversos são quase sempre as mesmas. Ademais, não pensamos apenas nos sistemas filosóficos, na sua universalidade, mas também nos numerosos princípios e axiomas das ciências que entraram em vigor, mercê da tradição, da credulidade e da negligência…


O método
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.
Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presença(responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de ausência(responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparação (responsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia.
O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso, talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática ao uso que dela fizera Platão.

Obras
A produção intelectual de Bacon foi vasta e variada. De modo geral, pode ser dividida em três partes: jurídica, literária e filosófica.
Obras jurídicas
Figuram entre seus principais trabalhos jurídicos os seguintes títulos: The Elements of the common lawes of England (Elementos das leis comuns da Inglaterra), Cases of treason(Casos de traição),The Learned reading of Sir Francis Bacon upon the statute os uses (Douta leitura do código de costumes por Sir Francis Bacon).
Obras literárias
Sua obra literária fundamental são os Essays (Ensaios), publicados em 1597, 1612 e 1625 e cujo tema é familiar e prático. Alguns de seus ditos tornaram-se proverbiais e os Essaystornaram-se tão famosos quanto os de Montaigne. Outros opúsculos, no âmbito literário: Colours of good and evil(Estandartes do bem e do mal), De sapientia veterum (Da sabedoria dos antigos). No âmbito histórico destaca-se History of Henry VII (História de Henrique VII) .
Obras filosóficas
As obras filosóficas mais importantes de Bacon são Instauratio magna (Grande restauração) e Novum organum. Nesta última, Bacon apresenta e descreve seu método para as ciências. Este novo método deverá substituir o Organon aristotélico.
Seus escritos no âmbito filosófico podem ser agrupados do seguinte modo:
1) Escritos que faziam parte da Instauratio magna e que foram ou superados ou postos de lado, como: De interpretatione naturae (Da interpretação da natureza), Inquisitio de motu(Pesquisas sobre o movimento), Historia naturalis (História natural), onde tenta aplicar seu método pela primeira vez;
2) Escritos relacionados com a Instauratio magna, mas não incluídos em seu plano original. O escrito mais importante é New Atlantis (Nova Atlântida), onde Bacon apresenta uma concepção do Estado ideal regulado por idéias de caráter científico. Além deste, destacam-se Cogitationes de natura rerum (Reflexões sobre a natureza das coisas) e De fluxu et refluxu (Das marés);
3) Instauratio magna, onde Bacon procura desenvolver o seu pensamento filosófico-científico e que consta de seis partes:
(a) Partitiones scientiarum (Classificação das ciências), sistematização do conjunto do saber humano, de acordo com as faculdades que o produzem;
(b) Novum organum sive Indicia de interpretatione naturae (Novo método ou Manifestações sobre a interpretação da natureza), exposição do método indutivo, trabalho esse que reformula e repete o Novum organum;
(c) Phaenomena universi sive História naturalis et experimentalis ad condendam philosophiam(Fenômenos do universo ou História natural e experimental para a fundamentação da filosofia), versa sobre a coleta de dados empíricos;
(d) Scala intellectus, sive Filum labyrinthi (Escala do entendimento ou O Fio do labirinto), contém exemplos de investigação conduzida de acordo com o novo método;
(e)Prodromi sive Antecipationes philosophiae secundae (Introdução ou Antecipações à filosofia segunda), onde faz considerações à margem do novo método, visando mostrar o avanço por ele permitido;
(f) Philosophia secunda, sive Scientia activa (Filosofia segunda ou Ciência ativa), seria o resultado final, oragnizado em um sistema de axiomas.

Morte e legado de Bacon
Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626 estava envolvido com experiências sobre o frio e a conservação. Desejava saber por quanto tempo o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano. Morreu em 9 de abril, vítima de uma bronquite. Encontra-se sepultado em St Michael Churchyard, St Albans, Hertfordshire na Inglaterra.
Efetivamente, Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Mas foi ele quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua teoria dos ídolos antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna Sociologia do Conhecimento. Foi um pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da Idade Média e o homem moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus Essays são os primeiros modelos da prosa inglesa moderna. Há muitos que acreditam que tenha sido ele o verdadeiro autor das peças de Shakespeare, teoria surgida há séculos, na chamada Questão da autoria de Shakespeare.
Novum Organum 




A sabedoria dos antigos




Da proficiência e o avanço do conhecimento




Lógica da sensação




O progresso do conhecimento




Sobre jardins


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Erasmo de Roterdã - Filósofo do Período Renascentista


Erasmo de Roterdã (1466 - 1536)
        
  Erasmo posiciona-se contra a construção da filosofia com base no aristotelismo escolástico. Ele acredita que o objetivo da filosofia é conhecer-se a si mesmo, seguindo os passos de Sócrates. Conhecer-se a si mesmo é atingir a sabedoria que está ligada a uma vida religiosa cristã, para ter sabedoria as pessoas não precisam de grandes aprofundamentos filosóficos, basta a leitura e o entendimento de poucos livros que para ele são os Evangelhos e as Epístolas de Paulo apóstolo. Através do entendimento desses livros pode-se retornar à verdadeira natureza do cristianismo, pode-se renascer.
            Para que esse renascimento e o retorno aconteçam é necessário rejeitar tudo que foi criado pelo poder eclesiástico, é preciso uma reforma religiosa, o cristianismo tem que voltar ás suas origens, ao entendimento das verdades simples que os evangelhos mostram. O caminho da sabedoria e da salvação é simples e passa pela esperança, pela caridade e pela fé sincera. Esses pontos dão liberdade ao espírito e essa liberdade é o verdadeiro ensinamento do evangelho. O espírito cristão não está nas roupas eclesiásticas ou em uma alimentação, mas na sensibilidade na emoção e na compreensão. O cristão pode encontrar tudo isso lendo e interpretando a Bíblia e é da leitura das Sagradas Escrituras que vai renascer o verdadeiro cristão, vai renascer a verdadeira natureza humana. A bíblia é a fonte do cristianismo e nela deve-se beber a água do renascimento.
            Em seu livro Elogio da Loucura ele utiliza do sarcasmo e da sátira para demonstrar o declínio da moral religiosa da sua época. Para ele a loucura é o que movimenta a vida, é a mentira que dá sentido à existência. Nossa sociedade e nós mesmos temos por base a mentira e a ilusão e são elas que encobrem a dura realidade em que vivemos, elas tornam a vida mais atraente.
            Nas ideias de Erasmo estão as bases do protestantismo de Lutero, mas sobre um ponto Erasmo discorda de Lutero, no livre arbítrio. Para Erasmo na liberdade está a força da vontade humana e através dela o homem pode buscar a salvação por seu próprio mérito.

Sentenças:
- A vida é uma comédia onde cada um usa sua máscara.
- Representamos nosso papel até que o diretor nos tire do palco.
- A fé é a principal loucura humana.
- O hábito torna aceitável o pior dos absurdos.
- Os mais perigosos males são os que não são percebidos.
- Aquilo que os olhos são para o corpo a razão é para a alma.
- Teremos tempo para tudo se o organizarmos com parcimônia.
- A guerra é bela para aqueles que não a viram.
- Algumas pessoas confundem propriedade com administração.
- O cúmulo da estupidez é aprender o que logo depois vamos esquecer.
- A filosofia é uma meditação sobre a morte.
- A mente humana entende melhor o falso do que a verdadeiro.
- A paz mais injusta é melhor que a guerra mais justa.
- É melhor prevenir do que curar.
- Saber falar bem é também saber mentir com graça.

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