Postagem em destaque

Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

sábado, 6 de abril de 2019

Lucrécio


Lucrécio (94-50 a.C.) foi um poeta e filósofo latino, autor do poema didático em seis volumes, "De Rerum Natura" (Da Natureza das Coisas), uma rigorosa exposição dos princípios filosóficos que ele foi buscar na obra do grego Epicuro.
Lucrécio (Tito Lucrécio Caro) nasceu provavelmente em Roma, Itália, no ano 94 a.C.  É o autor do poema “De Rerum Natura” (Da Natureza das Coisas), uma das mais importantes obras da Antiguidade Clássica, onde demonstra ser igualmente filósofo observador da natureza e um excelente escritor da língua latina, comparável a Virgílio. Lucrécio defendia algumas teses, que foram reafirmadas na ciência moderna. Lucrécio se antecipou a Darwin e Lamarck com uma teoria da evolução biológica, e a Lavoisier com o conceito da indestrutibilidade da matéria.
Como discípulo do grego Epícuro (341-270), Lucrécio reteve do mestre a noção do valor da realidade objetiva.  Na poesia, Lucrécio faz uma detalhada exposição de princípios filosóficos que ele foi buscar na obra do mestre. Na visionária concepção epicurista, o mundo – coisas, plantas, animais e até o homem – era constituído por pequenas partículas indestrutíveis que ele chamou de átomos.
Segundo Lucrécio, longe de ser o centro do universo, o homem seria apenas mais uma entre várias configurações da matéria possibilitadas pela reunião desses átomos. A alma, tal como o corpo, é feita de átomos e logo, se desfaz como a morte.  Única vida que é dada ao homem é esta, e ele deve aproveitá-la retirando-se da vaidosa agitação da vida pública para se dedicar à serena busca do prazer.
Com seu pensamento epicurista, a obra de Lucrécio era um corpo estranho para o pensamento que a Igreja professava na época em que o poema foi encontrado. Poggio Bracciolini, humanista do Renascimento italiano, ao visitar mosteiros alemães, em 1417, encontrou pergaminhos com textos latinos esquecidos havia séculos. Foi lá que descobriu diligentemente copiado, mas ao que tudo indica negligenciado pelos pios monges, “De Rerum Natura” (Da Natureza das Coisas), um poema latino cujo conteúdo prefigurava um novo arranjo de ideias que mal começava a se desenhar na Renascença.
O principal objetivo do poema era o de livrar os homens da superstição, de acostumá-los à ideia de completa aniquilação com a morte, e de tirar-lhes a ideia de uma interferência divina nas coisas humanas. Para ele, no mundo todo, apenas os átomos são eternos. Suas posições são defendidas com eloquência e força de raciocínio, únicas na literatura latina. Lucrécio sempre se manteve crítico quanto às ideias e formas de viver de sua sociedade. Com suas ideias, embora preservado por copistas, o poema de Lucrécio foi virtualmente esquecido por milênios de hegemonia cristã.
Além de ser uma rigorosa exposição filosófica, com uma visão desencantada da forma de viver da sociedade, sua obra está muito mais próxima do materialismo pragmático e científico da modernidade. De Rerum Natura (Da Natureza das Coisas) é também uma obra-prima erótica, devotada em grande parte aos mitos sensuais da deusa Vênus, que segundo os especialistas da Renascença serviu de inspiração para o pintor Botticelli (1445-1510) na composição da obra “A Primavera”.
Lucrécio faleceu em Roma, na Itália, no ano 50 a.C.


Compartilhar:
←  Anterior Proxima  → Inicio

0 comentários:

Postar um comentário

Seguidores

website translator

Postagens mais visitadas do Site

Postagens mais visitadas da semana

VISITAS AO SITE

visitantes on line

Total de visualizações