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Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

sábado, 13 de julho de 2019

Michel de Montaigne - Filósofo Renascentista


Michel de Montaigne (1533-1592) foi um escritor, ensaísta, jurista e filósofo francês, o inventor do gênero ensaio.
Michel de Montaigne nasceu no dia 13 de setembro de 1592, na Dordonha, no castelo de Montaigne, França, nome que adotou como sobrenome quando herdou a propriedade. Filho de mãe descendente de judeus portugueses, foi educado em latim e mostrou interesse por história e poesia.
Michel de Montaigne começou sua carreira profissional na área do Direito. Exerceu funções na magistratura em Perígoux e Bordeaux. Demonstrou fortes atrações pelos debates e questões que envolvia a tolerância religiosa e o etnocentrismo. Uma grande prova disso foi o debate que realizou no parlamento de Bordeaux, defendendo a discussão e as diferenças de religião através de ideias e não pela guerra. Atuou na política, sendo prefeito de Bordeaux entre 1580 e 1581.
Michel de Montaigne foi condecorado, em 1571, pelo rei Henrique III com a ordem de Saint-Michel e nomeado Cavalheiro ordinário da Câmara do rei, também foi honrado por Henrique IV em 1577 com o título de Cavaleiro de sua Câmara. Elegeu-se prefeito de Bordeaux e exerceu o cargo entre 1580 e 1581.
Em Montaigne o "conhece a ti mesmo" não pode nos dar uma resposta sobre a essência do homem. Quando alguém conhece a si mesmo está conhecendo a singularidade e não a totalidade do homem. Conhecer a nós mesmos não é a garantia de conhecer os outros. Para melhor nos conhecermos podemos refletir sobre a experiência dos outros e nos vermos refletidos nelas, mas isso não significa que conhecemos os outros, pois todos somos claramente diferentes.
            Como cada ser humano apresenta múltiplos aspectos e cada um tem suas características próprias, não é possível estabelecer regras para todos os homens. Não podemos indicar algo que seja comum a todos, cada indivíduo tem que elaborar seu próprio conhecimento, sua sabedoria particular, que vai ser a sua medida para conhecer a si mesmo. Conhecendo a si mesmo o homem também regressa a si, o que é um dos princípios do renascimento.
            Montaigne se preocupa também com a condição existencial do ser humano.  A existência é um problema, uma pergunta que nunca poderá ser respondida. A nossa existência é uma experiência constante e constantemente também deve explicar a si própria. Cada pessoa traz em si a condição existencial de toda humanidade. Ele busca descrever o homem descrevendo a si mesmo. Ele e o homem são um milagre em si mesmo.
            Em seus escritos ele diz utilizar a própria vida como filosofia. A sua filosofia é um relato autobiográfico, pois para ele cada indivíduo tem em si a capacidade máxima da situação humana. O homem deve buscar ser somente o que ele é, ou seja, um homem, e nada mais que isso. Não podemos fazer nada melhor do que sermos humanos. De nada adianta criarmos fantasias de que seremos algo mais elevado do que humanos que somos. Aspirarmos ser algo além de homens é inútil e pode nos causar danos morais.
            Ele afirma ainda que a morte faz parte da nossa condição de humanos. Nós somos uma mescla de vida e morte e ambas confundem-se em nós. Aprender a viver é aprender a morrer. Quando assumimos nossa condição mortal tendemos a estimar mais a vida que temos. A morte nos faz desejar viver mais e melhor.

Sentenças:
- É melhor uma cabeça bem feita do que uma cabeça cheia.
- Do medo é que eu tenho mais medo.
- Quem ensinar os homens morrer vai também ensinar a viver.
- O verdadeiro espelho dos nossos discursos é nossa vida.
- A mais sutil loucura é feita da mais sutil sabedoria.
- Cada homem tem em si a condição inteira da humanidade.
- As mais belas almas são as que têm mais variedade e flexibilidade.
- Quem tem medo do sofrimento já está sofrendo.
- A palavra é metade quem fala e metade quem ouve.
- A covardia é a mãe da crueldade.
- O lucro de um é o prejuízo de outro.
- Não estamos nunca junto de nós, mas sempre para além de nós mesmos.
- Não morremos porque estamos doentes, morremos porque estamos vivos.
- O casamento é uma gaiola em que os pássaros que estão fora querem entrar e os que estão dentro querem sair.
- O melhor casamento seria entre uma mulher cega e um marido surdo.
- Quem não tem boa memória não deve mentir.
- Mesmo no mais alto trono continuaremos sentados sobre nosso traseiro.

No fim da vida, preferiu vida reclusa a fim de escrever o que seria seu trabalho central, “Ensaios”, cuja obra tinha sido começada desde 1572. No livro, Montaigne discorria sobre praticamente todos os assuntos relevantes da época. A maneira que escrevia, como um simples observador e abordando pontos de vista bastante pessoais acabou por criar um novo gênero, o ensaio. A proposta de Montaigne era mais questionadora e crítica, pois não estava preocupado em estabelecer teses científicas.
Michel de Montaigne faleceu no Castelo de Montaigne, França, no dia 13 de setembro de 1592.

1. Da Incoerência das Nossas Ações

2. De Como Filosofar e Aprender a Morrer

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3. Ensaios – Livro II
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4. Ensaios – Livro III
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5. Montaigne – Coleção Os Pensadores


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