Immanuel Kant, na
Crítica da Razão Pura, foi quem primeiro distinguiu explicitamente dois modos
distintos de aquisição de conhecimento: o conhecimento adquirido a priori e o conhecimento
adquirido a posteriori. Leibniz e Hume já haviam tocado no assunto ao distinguirem as
verdades da razão das verdades de fato e as relações de ideias das questões de
fato, respetivamente, mas a Kant se atribui a sistematização dessa diferença. O
conhecimento a posteriori é
aquele que somente pode ser adquirido através da experiência, por nossa
interação com o mundo através dos dados dos sentidos (ou pela introspecção). Eu só posso saber
que o meu vestido é estampado, por exemplo, se eu olhar para o que estou
vestindo e vir que efetivamente estou usando um vestido estampado. Também só
posso saber de forma direta que uma flor exala um bom perfume se através do meu
olfato eu sentir o perfume da flor. O conhecimento a priori, por sua vez, é
aquele conhecimento que pode ser adquirido independentemente da experiência e
pelo pensamento apenas. Um exemplo clássico daquilo que poder ser conhecido a
priori são as verdades matemáticas.
Segundo
Kant, são a priori os elementos do conhecimento (intuições, conceitos, juízos)
independentes da experiência. Assim, por exemplo, a proposição "todos os
corpos são extensos" é uma afirmação necessária e universalmente
verdadeira (os juízos a priori são universais e necessários), existam corpos ou
não; é uma verdade que não depende da experiência. O conhecimento é a posteriori quando só é possível
através da experiência.
0 comentários:
Postar um comentário