George Berkeley (1685 - 1753)
Filósofo, teólogo e bispo anglicano, o
irlandês George Berkeley, nascido em 12 de março de 1685, ficou conhecido,
sobretudo, por defender o imaterialismo baseado no princípio de que “ser é ser
percebido”.
Embora seu pensamento tenha fortes
vínculos com a religião (sendo, por isso, severamente criticado por teóricos da
época), Berkeley não se restringe a essa esfera de conhecimento, uma vez que
construiu uma corrente de ideias abrangente. O filósofo perpassa tanto questões
referentes à epistemologia e à metafísica quanto aquelas que englobam ciências
como matemática, economia, política e medicina
Ficou conhecido pela sua filosofia
empirista. Defendeu a ideia de que nada existe isoladamente da percepção e que,
por isso, Deus torna possível a existência palpável das coisas. Segundo
Berkeley, os objetos não são mais do que coleções de ideias ou de sensações.
Berkeley nega a existência da matéria,
contesta os argumentos do ateísmo, critica os livres-pensadores da sua época,
especialmente Descartes, Malebranche, Locke, Newton e Hobbes que, em sua
opinião, incentivavam o ceticismo, o ateísmo e a irreligião, Berkeley defendeu
o idealismo, doutrina segundo a qual a realidade consiste apenas de mentes e
suas ideias. O Tratado sobre os princípios do conhecimento humano, presente na
obra, é uma de suas obras mais estudadas e apresenta uma brilhante defesa do
imaterialismo.
Por essa razão a sua filosofia é
considerada espiritualista e imaterialista.
Acreditava ainda que os fundamentos da
matemática não podem ser compreendidos, assim como não podemos compreender os
fundamentos da fé e se acreditamos na matemática maior crença devemos ter nas
verdades religiosas.
No entendimento do filósofo, fora da
nossa mente não existe uma matéria extensa, pois se a matéria existisse ela teria
que ser eterna, imutável e infinita e esses caracteres somente podem pertencer
a Deus. As sensações táteis que temos de objetos, cores e sons são simplesmente
sistemas de sinais que a natureza emite e que nos são enviadas por Deus, o
objetivo desse sistema de sinais é orientar os homens ao que é realmente
necessário para que posam viver bem.
Berkeley nega a existência da realidade
externa e as sensações são a forma de Deus, através da natureza, se comunicar
com os homens.
Ele ligou o ateísmo diretamente com o
materialismo e considerava que o principal argumento do ateísmo era a
existência de matéria fora da mente, se não existir a matéria como extensão, o
principal argumento do ateísmo perde sua validade. Para sustentar sua teoria
Berkeley afirma que somente existem as coisas que podem ser percebidas, como um
odor que não existe sem que exista uma mente para sentir e interpretar esse
odor.
As nossas ideias são sensações ou são
pensamentos que temos sobre essas sensações. Desse pensamento decorre, por exemplo,
que o tempo é uma sensação e que existe somente em nossa mente, o mesmo
acontece com a matéria e o movimento. O que diferencia o modo de ser das coisas
é o modo de ser de cada pessoa que percebe. Nós não percebemos as coisas, o
tempo ou o movimento, percebemos a ideia que temos das coisas, do tempo e do
movimento. Existem somente mentes, nas quais estão as ideias e que são somente
sensações.
Geralmente acreditamos que os objetos
naturais, como os carros, árvores e computadores tem uma existência real separada
da mente das pessoas, mas Berkeley acredita que para que as coisas existam elas
tem que ser percebidas por uma mente que faça algum tipo de ideia sobre elas.
Os objetos e as percepções que temos deles são a mesma coisa e não podemos
separar os dois. Os objetos só existem se forem percebidos e a única substância
real é a mente que percebe.
Obras filosóficas
Tratado sobre os Princípios do
Conhecimento Humano
Três diálogos entre Hylas e Philonous
Sobre o movimento
Correspondência com Johnson
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