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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

George Berkeley - Filosofia Moderna


George Berkeley (1685 - 1753)
Filósofo, teólogo e bispo anglicano, o irlandês George Berkeley, nascido em 12 de março de 1685, ficou conhecido, sobretudo, por defender o imaterialismo baseado no princípio de que “ser é ser percebido”.
Embora seu pensamento tenha fortes vínculos com a religião (sendo, por isso, severamente criticado por teóricos da época), Berkeley não se restringe a essa esfera de conhecimento, uma vez que construiu uma corrente de ideias abrangente. O filósofo perpassa tanto questões referentes à epistemologia e à metafísica quanto aquelas que englobam ciências como matemática, economia, política e medicina
Ficou conhecido pela sua filosofia empirista. Defendeu a ideia de que nada existe isoladamente da percepção e que, por isso, Deus torna possível a existência palpável das coisas. Segundo Berkeley, os objetos não são mais do que coleções de ideias ou de sensações.
Berkeley nega a existência da matéria, contesta os argumentos do ateísmo, critica os livres-pensadores da sua época, especialmente Descartes, Malebranche, Locke, Newton e Hobbes que, em sua opinião, incentivavam o ceticismo, o ateísmo e a irreligião, Berkeley defendeu o idealismo, doutrina segundo a qual a realidade consiste apenas de mentes e suas ideias. O Tratado sobre os princípios do conhecimento humano, presente na obra, é uma de suas obras mais estudadas e apresenta uma brilhante defesa do imaterialismo.
Por essa razão a sua filosofia é considerada espiritualista e imaterialista.

Acreditava ainda que os fundamentos da matemática não podem ser compreendidos, assim como não podemos compreender os fundamentos da fé e se acreditamos na matemática maior crença devemos ter nas verdades religiosas.
No entendimento do filósofo, fora da nossa mente não existe uma matéria extensa, pois se a matéria existisse ela teria que ser eterna, imutável e infinita e esses caracteres somente podem pertencer a Deus. As sensações táteis que temos de objetos, cores e sons são simplesmente sistemas de sinais que a natureza emite e que nos são enviadas por Deus, o objetivo desse sistema de sinais é orientar os homens ao que é realmente necessário para que posam viver bem.
Berkeley nega a existência da realidade externa e as sensações são a forma de Deus, através da natureza, se comunicar com os homens.
Ele ligou o ateísmo diretamente com o materialismo e considerava que o principal argumento do ateísmo era a existência de matéria fora da mente, se não existir a matéria como extensão, o principal argumento do ateísmo perde sua validade. Para sustentar sua teoria Berkeley afirma que somente existem as coisas que podem ser percebidas, como um odor que não existe sem que exista uma mente para sentir e interpretar esse odor.
As nossas ideias são sensações ou são pensamentos que temos sobre essas sensações. Desse pensamento decorre, por exemplo, que o tempo é uma sensação e que existe somente em nossa mente, o mesmo acontece com a matéria e o movimento. O que diferencia o modo de ser das coisas é o modo de ser de cada pessoa que percebe. Nós não percebemos as coisas, o tempo ou o movimento, percebemos a ideia que temos das coisas, do tempo e do movimento. Existem somente mentes, nas quais estão as ideias e que são somente sensações.
Geralmente acreditamos que os objetos naturais, como os carros, árvores e computadores tem uma existência real separada da mente das pessoas, mas Berkeley acredita que para que as coisas existam elas tem que ser percebidas por uma mente que faça algum tipo de ideia sobre elas. Os objetos e as percepções que temos deles são a mesma coisa e não podemos separar os dois. Os objetos só existem se forem percebidos e a única substância real é a mente que percebe.
Obras filosóficas
Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano
Três diálogos entre Hylas e Philonous
Sobre o movimento
Correspondência com Johnson
Comentários filosóficos

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