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  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

quarta-feira, 13 de março de 2019

Anaximandro de Mileto - Escola Jônica - Filosofia Physis

Anaximandro de Mileto foi um dos grandes filósofos pré-socráticos da Grécia Antiga.

Discípulo do “Pai da Filosofia”, Tales de Mileto,Anaximandro procurou resolver os problemas filosóficos levantados por seu mestre.
Assim, desenvolveu diversos estudos sobre a natureza, filosofia, política, matemática, astronomia e geografia.
Biografia
Nascido na cidade de Mileto (atual Turquia) em 610 a.C., Anaximandro desenvolveu seus estudos na Escola de Mileto (ou Escola Jônica), fundada por seu mestre Tales de Mileto.
Essa fase da filosofia grega é chamada de pré-socrática, posto que engloba os filósofos que viveram antes de Sócrates.
A Escola de Mileto desenvolveu temas centrados na natureza e seus principais filósofos foram Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.
A grande questão filosófica levantada por eles girava em torno da origem e formação do universo.
Além de filósofo, Anaximandro foi político e professor. Faleceu em sua cidade natal por volta de 547 a. C.
Saiba mais sobre os Filósofos Pré-Socráticos.
Obras
·         Sobre a Natureza
·         Perímetro da Terra
·         Esfera Celeste
·         Sobre as Estrelas Filhas
Principais Ideias: Pensamentos
Seguindo os passos de Tales de Mileto, Anaximandro tentou desvendar o mistério sobre o princípio único e primordial da vida, que para seu mestre, era a água.
Foi assim que ele criou o conceito de “ápeiron”, que difere da “arché” desenvolvida por Tales. Assim, a “arché” inclui um dos quatro elementos como gerador de tudo (água).
Arché é um(ou vários) elemento primordial que serviria de ponto de partida para todo o processo de criação dos seres naturais. Além de estar presente em todas coisas, a arché seria uma atividade, uma força dinâmica que, em conformidade com sua forma de ação, originaria a variedade dos fenômenos naturais.
 Hipótese de Anaximandro: o ápeiron
     A questão é: O que levou ou o que deu condições para Anaximandro propor o ápeiron como sendo *o princípio, num momento em que os filósofos estavam buscando na natureza um elemento físico como o *Princípio de tudo? Por meio da linguagem aprendemos expressar nossa capacidade intelectual, assim, o homem descobriu que é possível, através do raciocínio lógico criar infinitas possibilidades para propor problemas, para, deduzir destes alguma coisa. Assim, como naqueles dias o que mais lhes preocupavam era entender como tudo veio à existência, resolveram propor algumas hipóteses para nortear suas pesquisas. Assim, alicerçada nessas possibilidades, a filosofia continua, a priori, avançando em buscas de respostas sobre tudo o que há e como veio a ser no universo, seja, propondo problemas e as devidas soluções, bem entendido que, paralelo à filosofia estão às investigações empíricas; assim, filosofia e tecnologia científica têm demonstrado que é possível continuar avançando em busca de respostas sobre as origens sem o afã de destruir os mitos e a fé; nesta busca a ética é fundamental para a tolerância das diferenças.
Objetivo:      Propor uma reflexão filosófica, científica e religiosa sobre as hipóteses postas nesses quase três mil anos de questionamentos à teologia bíblica e aos mitos Pré-Socráticos. É impossível não reconhecer que tais questionamentos não provocaram uma revolução epistemológica e tecnológica que têm possibilitado à humanidade grandes conquistas nos mais diversos campos do saber. Porém, as hipóteses com relação ao princípio de todas as coisas continuam precisando ser confirmadas ou negadas cientificamente. 
Justificativa: Segundo os relatos *doxográficos, ele escreveu um livro intitulado Sobre a Natureza, tido pelos gregos como a primeira obra filosófica no seu idioma, restando deste apenas um fragmento e noticias de filósofos e escritores posteriores. “Ampliando a visão de Tales de Mileto, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico total”. Por aproximadamente dois séculos os filósofos da natureza *(Physis) ou Pré-Socráticos, propuseram várias hipóteses em busca de um elemento natural que fosse a causa das origens de tudo o que há. 
Alguns desses elementos foram: a água, o ar, o fogo e a possibilidade de ser uma mistura de água com a terra e outros elementos. Anaximandro, embora esteja entre os naturalistas, sua hipótese está além da física, logo, metafísica; aquilo que é privado de limites. Além dos elementos que compõe as quatro raízes elementares, outros filósofos do período apresentaram outras hipóteses: para os pitagóricos o número é o princípio; para Anaximandro o ápeiron; para Empédocles a água, a terra, o ar e o fogo são as quatro raízes de todas as coisas, ou, o suporte que sustenta tudo o que há; para Anaxágoras “tudo está em tudo” ou ainda “em cada coisa há parte de cada coisa”; (Spinoza, Baruch (1632-1677) bebeu em Anaxágoras para filosofar sobre o panteísmo) (grifo do autor) com Lêucipio e Demócrito deu-se a última tentativa de responder aos problemas propostos no âmbito da filosofia da physis ao descobrirem o conceito de átomo; o átomo não é perceptível pelos sentidos, mas somente pela inteligência.
Além disso, Anaximandro desenvolveu teorias astronômicas. Ele conseguiu medir a distância entre as estrelas e afirmou que a Terra era cilíndrica e estava no centro do universo (obliquidade da eclíptica e o quadrante solar).
Na área da geografia e astronomia foi o primeiro da história a desenhar um mapa celeste e um terrestre.
Há ainda uma teoria de que ele tenha sido o inventor do relógio solar (Gnômon).
O gnômon ou gnómon é a parte do relógio solar que possibilita a projeção da sombra. Considerado, provavelmente, o primeiro instrumento utilizado para indicar a hora do dia, data aproximadamente de 3500 a.C. Favorino relata que Anaximandro de Mileto foi o inventor do gnômon
*O que é Physis?- Physis significa, no contexto dos primeiros filósofos, o conjunto de todas as coisas naturais que existem . A palavra também significa origem. ... Cosmos significa ordem, organização, e é utilizado no contexto dos primeiros filósofos para designar a ordem que existe na physis.
*Doxografia deriva da palavra grega "δόξα", que significa aparecer; opinião + "γραφία"; escrita; descrição. Doxografia é o relato das ideias de um autor quando interpretadas por outro autor, ao contrário do fragmento, que é a citação literal das palavras de um autor por outro.
Em resumo, Anaximandro foi um visionário e suas ideias são atualmente utilizadas na ciência, tendo relação com a Física Moderna.
Frases
Veja abaixo frases que traduzem o pensamento de Anaximandro.
·                     O ilimitado é eterno, imortal e indissolúvel.”
·                     O ilimitado não tem princípio, pois, nesse caso, seria limitado.”
·                     Nosso mundo é um dos muitos mundos que surgem de alguma coisa e se dissolvem no infinito.”
·                     Todos os seres derivam de outros seres mais antigos por transformações sucessivas.”
·                     As estrelas são porções comprimidas de ar, com a forma de rodas cheias de fogo, e emitem chamas a partir de pequenas aberturas.”
Artigo sobre os conceitos de Anaximandro sobre o Ápeiron e Arché



Os diferentes filósofos escolheram diferentes physis, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.

physis vem de um verbo que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene transformação.
? Afirma que, embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.
? Afirma que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade (por exemplo, o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta, embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc.) e mudando de quantidade (o pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele, ou se as coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc.). Portanto o mundo está
em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.
A mudança - nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade - chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente.
O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande, bom-mau, cheio-vazio, um-muitos, etc., e também no sentido inverso, noite-dia, escuro-claro, frio-quente, muitos um, etc. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo.


Artigo sobre os Pré-Socráticos

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