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  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

quarta-feira, 13 de março de 2019

Anaxímenes - Escola Jônica - Filosofia Physis

Anaxímenes (585 - 524 a.C.)

Terceiro representante dos Filósofos de Mileto. Foi amigo e seguidor de Anaximandro e conhecia bem as teorias deste filósofo bem como as teorias de Tales, que acreditava que é a água o princípio de todas as coisas. Mas de onde vem à água? Anaxímenes pensava que a água é ar condensado e que o fogo é ar rarefeito e que o principal elemento que constitui as coisas é o ar ou o vapor e a eles as coisas voltam através de um movimento duplo onde o ar se  condensa e depois se rarefaz. 


O ar é infinito e se identifica também com a alma. Ele anima o corpo do homem e também todo o mundo. O Ar está em movimento eterno e possui vida. O mundo todo pode ser visto como um enorme animal que respira e a respiração é que lhe dá vida. E como a respiração é que lhe dá a vida, ela é a sua alma. É do ar que nasce todas as coisas presentes, todas as coisas do passado e as do futuro. Incluindo os deuses. É no ar que começa o movimento de todas as coisas.
Um dos exemplos que o filósofo encontra para sustentar suas teorias de rarefação e condensação é o de como o ar sai da nossa boca: se assoprarmos com os lábios mais apertados e com força o ar sai frio e se soltamos o ar com a boca bem aberta ele sai quente. O que muda portanto é a quantidade e a pressão que se imprime sobre o ar. Da mudança destas situações é que vão se originar todas as coisas. 
Desta forma tudo o que existe são diferentes formas de ar que é o que forma tudo. O ar sob a influência do calor se expande aumentando seu volume e sob a influência do frio se contrai diminuindo seu volume. Tudo vai depender se é o calor ou o frio que vai predominar.
Essa teoria Anaxímenes provavelmente formulou após identificar o ar em movimento  incessante. Percebeu também que a vida geralmente precisa do ar para se manter. Respirar é o que dá vida aos seres e dependemos da respiração por toda nossa vida. Ele percebeu ainda que no céu existem nuvens e que a matéria possui vários graus de solidez. O ar para ele é algo divino, ou mais, o ar é o próprio Deus.
Poucas notícias sobre a cosmologia de Anaxímenes chegaram até nós. Para ele a Terra a Lua e o Sol bem como todos os demais astros conhecidos na época, são planos e flutuam como se estivessem cavalgando sobre o ar. Todos os astros se movem ao redor da terra como se fosse um chapéu girando ao redor da nossa cabeça. A terra é feita de ar comprimido e o sol a lua e os outros astros também se originam da terra.
Para ele o sol também é terra que se movimenta mais rápido e por isso gera o calor próprio daquele astro. Foi o primeiro pensador a chegar à conclusão de que a luz da Lua vem do Sol. A Terra foi a primeira a se formar e dela ergueram-se as estrelas. As estrelas são fogo rarefeito. A Terra é plana e flutua no Ar assim como o Sol que é largo como uma folha e se desloca também através do ar.
Anaxímenes acreditava ainda que as estrelas não produziam calor porque estavam bem mais distantes da terra do que o sol.
Consta que ele escreveu uma obra intitulada Sobre a Natureza que foi escrita em prosa. Estudou também meteorologia. 
Sentenças:
- Da mesma forma como a nossa alma o ar nos mantém juntos, de forma que o sopro, bem como o ar, abraçam o mundo inteiro.

 foi um integrante da Escola Jônica. Além dele, na escola pré-socrática destacam-se Tales de Mileto e Anaximandro.

Escola Jônica: Teorias

A Escola Jônica foi à primeira escola filosófica grega a qual reuniu filósofos pré-socráticos (que viveram antes de Sócrates).
Os temas desenvolvidos por eles estavam centrados na natureza. O intuito era desvendar os mistérios da existência, classificando um elemento como gerador do cosmo e da vida. Essa postura foi chamada de materialismo monista.
Para Tales de Mileto, o elemento essencial era a água (arché). Já para Anaximandro, mestre de Anaxímenes, a massa geradora de todos os seres era representada pela união dos quatro elementos (terra, fogo, ar e água) denominado de *ápeiron”.
Já para Anaxímenes, o elemento primordial era o ar, o princípio de todas as coisas.
Anaxímenes foi discípulo de Anaximandro, no entanto, não concordava com seu mestre sobre o conceito do *ápeiron, e nem com Tales e seu conceito de *arché”.
Sua opinião era que o primeiro era muito abstrato (ápeiron), e o segundo muito palpável (água, o arché).
Para Anaxímenes, a substância primordial não poderia ser algo fora da observação e da realidade sensível.
Segundo ele, todas as coisas existentes são resultado da condensação ou da rarefação do ar. Nas palavras do filósofo:
“Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém.”

A maior parte de suas obras se perderam com o tempo, sendo a mais destacada “Sobre a Natureza”, a qual é possível encontrar alguns fragmentos.
Em sua teoria cosmológica, defendeu que a Terra é plana e estaria flutuando no ar. Já a lua, para ele, refletia a luz do sol e os eclipses representavam uma obstrução planetária por outro corpo celeste.
Saiba mais sobre os Filósofos Pré-Socráticos.

Frases
Veja abaixo algumas frases que ilustram o pensamento do filósofo grego:
·         “Todas as coisas se originam devido ao grau de descondensação ou rarefação do ar, a mesma causa também do frio e do calor.”
·         “A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas.”
·         “A razão precisa da experiência; mas esta nada vale sem a razão.

 *ápeiron - a realidade infinita, ilimitada, invisível e indeterminada que é a essência de todas as formas do universo, sendo concebida como o elemento primordial a partir do qual todos os seres foram gerados e para o qual retornam após a sua dissolução”.
Os diferentes filósofos escolheram diferentes physis, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.
   physis vem de um verbo que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene transformação.
? Afirma que, embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.
? Afirma que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade (por exemplo, o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta, embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc.) e mudando de quantidade (o pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele, ou se as coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc.). Portanto o mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.
  A  mudança - nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade - chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente.

  O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande, bom-mau, cheio-vazio, um-muitos, etc., e também no sentido inverso, noite-dia, escuro-claro, frio-quente, muitos um, etc. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo. 
   *ápeiron” - 





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