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Livro: Uma Síntese a Filosofia Medieval

  Olá pessoal! Depois de um tempo, estou retomando as atividades por aqui. Uma das razões que contribui para esse hiato foi a falta de tempo...

sexta-feira, 15 de março de 2019

Empédocles de Agrigento - Escola da Pluralidade


Empédocles de Agrigento (484 - 421 a.C.)
Para a filosofia de Empédocles o nascer e o morrer não existem se entendermos o nascer e o morrer como um vir do nada e um ir para o nada. Ele pensa dessa forma porque acredita que o ser é e o não ser não é. Assim não existe o nascimento e a morte de algo. Para ele o que chamamos de nascimento e morte é simplesmente a aproximação e a separação de algumas substâncias. Essas substâncias são indestrutíveis e eternamente iguais. Para Empédocles a água, o ar a terra e o fogo são as substâncias que estão no princípio de todas as outras coisas. Elas são as substâncias mais simples das quais derivam todas as outras, são os elementos básicos que não mudam nunca sua qualidade. As quatro substâncias básicas se unem e se separam umas das outras formando todas as substâncias existentes. Elas são a origem das restantes.

Os quatro elementos da filosofia de Empédocles criam as coisas quando se unem e quando se separam destroem o que existia quando estavam unidos. A amizade ou o amor é a força cósmica que une os elementos e o ódio ou a discórdia causam a desunião e a consequente separação dos elementos. O destino é que alterna a predominância das duas forças que atuam sobre os quatro elementos em um tempo constante. Quando o amor ou a amizade é mais forte os elementos se juntam em uma unidade.  E ao contrário, quando o mais forte é o ódio ou a discórdia os elementos se separam e voltam a ser unicamente
água, terá, fogo ou ar. 

Tanto os elementos como as forças que atuam sobre eles são divinos. Deus é o Esfero, a união de todos os elementos através do amor ou da amizade. Na fase em que o amor domina todos os elementos eles vão estar ligados em perfeita harmonia. Nessa fase não existe o sol a terra ou o mar, mas uma unidade de tudo que Empédocles denomina como sendo o Esfero. As almas também são constituídas pelos elementos e sofrem a ação das forças do amor ou da amizade e do ódio ou da discórdia. Ao contrário do domínio do amor no domínio do ódio existe a dissolução dos elementos e forma-se assim o caos. Quando o caos está instalado os elementos começam novamente a se unificar começando um novo ciclo.

Para que o mundo exista devem existir tanto o elemento positivos quanto o negativo, pois se existir somente o amor ou a amizade todos os elementos vão se reunir e formar uma unidade compacta, vão formar uma única coisa. E ao contrário se toda a força for do ódio ou da discórdia os elementos ficarão completamente separados, fazendo também com que o cosmos não exista.

Portanto as coisas do mundo passam a existir no período de transição que vai do predomínio do amor ao predomínio do ódio. Assim o cosmos nasce e se destrói continuamente dependente e através da ação das duas forças sobre os elementos. Não existe um momento em que a constituição do cosmos possa ser considerada perfeita.

Empédocles pensava que dos poros das coisas saíam emanações que atingem os nossos órgãos de sentido. Assim as partes que são semelhantes nos nossos órgãos  e nas coisas vão se reconhecer. O que for fogo em nossos sentidos vai reconhecer as emanações que vem do fogo, o que for regido pela água vai reconhecer as emanações que vem da água. Somente com nossa visão acontece o contrário, nela as emanações partem dos olhos mas da mesma forma essas emanações vão reconhecer nas coisas o que lhe for semelhante.

Para Empédocles nosso conhecimento está no coração e o veículo que transporta esse conhecimento é o sangue. O conhecimento assim não acontece somente no homem. Os conhecimentos que o homem pode ter são também limitados. Ele somente consegue perceber uma pequena parte de sua vida, as coisas que por acaso ele tem a possibilidade de se relacionar. Por isso ele não pode desperdiçar nenhuma dessas possibilidades. Deve aproveitar e utilizar todos os seus sentidos e através do intelecto perceber as evidências nas coisas que conhece.

Empédocles sustenta ainda uma teoria sobre a evolução dos seres vivos. Para ele no princípio havia numerosas partes de homens e animais - pernas, olhos, orelhas - que estavam distribuídas desordenadamente. Através do amor essas partes se juntavam  aleatoriamente formando criaturas disformes que eram inviáveis para sobreviver e pereciam. As espécies que formavam uma boa combinação sobreviviam.

Os filósofos da Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
As principais características da cosmologia são:

 É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza, da qual os seres humanos fazem parte, de modo que, ao explicar a Natureza, a Filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos.
 Afirma que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada (como é o caso, por exemplo, na religião judaico-cristã, na qual Deus cria o mundo do nada). Por isso diz: “Nada vem do nada e nada volta ao nada”. Isto significa: a) que o mundo, ou a Natureza, é eterno; b) que no mundo, ou na Natureza, tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer,
embora a forma particular que uma coisa possua desapareça com ela, mas não sua matéria.
O fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é invisível para os olhos do corpo e visível somente para o olho do espírito, isto é, para o pensamento.
O fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se physis (em grego, physis vem de um verbo que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer,
produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene transformação.
Afirma que, embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.
Afirma que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade (por exemplo, o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta, embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc.) e mudando de quantidade (o pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele, ou se as coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc.). Portanto o mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.
A mudança - nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade - chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente.
O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande, bom-mau, cheio-vazio, um-muitos, etc., e também no sentido inverso, noite-dia, escuro-claro, frio-quente, muitos um, etc. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo.
Os diferentes filósofos escolheram diferentes physis, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.
  
Sentenças:
- O sol, uma seta aguda. A lua do olho claro. O mar, suor da terra. A noite solitária e cega.
- Os iguais se reconhecem.
- Sobrevive o que for mais capacitado.
- O mundo evoluiu da água por meios naturais.

Pensamentos e Teoria

A partir de seus estudos, Empédocles se destacou na filosofia, retórica e oratória com diversas ideias ecléticas sobre o mundo e a realidade.
Seus pensamentos influenciaram importantes filósofos gregos como Aristóteles e Platão.
Ainda que não tenha feito parte de nenhuma escola filosófica, Empédocles se aproximou da Escola Jônica, a primeira escola filosófica grega.
No entanto, ele difere dos primeiros filósofos os quais tentavam compreender a natureza elegendo somente um elemento primordial.

Frases
As frases abaixo revelam alguns dos pensamentos de Empédocles:
·         Quatro raízes de todas as coisas: fogo, ar, água e terra.”

·         Deus é um círculo em que o centro está em toda parte e o acesso é por nenhuma parte.”

·         Se você exige só obediência, então você juntará em volta de si mesmo somente bobos.”
·         O que não se aplica de acordo com a lei está ligando não somente para algumas pessoas e para outras não. A lei estica-se para todos, por todo o ar penetrante e a luz sem limite do céu.”

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