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sexta-feira, 15 de março de 2019

Leucipo - Escola da Pluralidade - atomista


Leucipo nasceu na segunda metade do século V a. C., porém não se conhece o ano de seu nascimento.

Possivelmente o primeiro filósofo atomista de que se tem notícia, Leucipo foi um filósofo grego do século V a.C., mestre de Demócrito, o filósofo grego que melhor desenvolveu a posição atomista. Tal posição trata da hipótese de que todos os objetos do mundo são constituídos por pequenas partículas indivisíveis.



Há controvérsia sobre a real existência de Leucipo, uma vez que, de acordo com Diógenes Laércio, Epicuro afirmou que Leucipo nunca existiu, e vários compiladores, como Trasilo de Alexandria, compilaram trabalhos acerca do atomismo sem incluir Leucipo. Este tipo de controvérsia foi tema de discussões por muitos anos no século XIX, especialmente no meio acadêmico alemão. Não obstante, o consenso atual é de que Leucipo é um personagem histórico real.
 Da vida de Leucipo se conhece muito pouco. Não se sabe o lugar de seu nascimento, pode ser Mileto, Abdera ou Eleia. Apesar de existir registros de dúvidas a respeito de sua existência e de tudo que pregou, alguns filósofos como Epicuro, negam que Leucipo tenha existido. Porém, Aristóteles e Teofrasto afirmam que Leucipo foi o verdadeiro criador da teoria atomista.
Durante a juventude, Leucipo teria vivido em Eleia, onde seguiu as tendências da *escola eleática e foi discípulo de Zenão que explicava a teoria da imobilidade ou imutabilidade do ser. Depois, Leucipo viveu em Abdera, onde fundou a escola atomista, fato que explica algumas semelhanças entre a doutrina atomista e a eleática.
A Escola eleática é uma escola filosófica pré-socrática. Recebeu esse nome em função da cidade Eleia, situada no sul da Itália e local de seu florescimento e beleza. Nessa escola encontramos quatro grandes filósofos: Xenófanes, Parmênides, Zenão e Melisso

A posição de Leucipo era de que os seres não admitiam a presença de vácuo e que, por outro lado, o movimento não era possível na ausência e vácuo. O vácuo, para Leucipo, seria o não-ser, a ausência de átomos, e os seres e outros objetos do mundo seriam coleções de átomos. Um vez que o movimento não é possível sem o vácuo, e sabemos que há movimento, deve haver vácuo. Uma vez que objetos são compostos de algo, e objetos existem, este algo que os compõe existe, e podemos investigar do que se trata. Esta distinção deixa claro que Leucipo não estava interessado na discussão conceitual entre "seres" e "não-seres", mas em apontar uma hipótese direta e material para explicar a existência, preferindo trabalhar a distinção "cheio" e "vazio", ou "vácuo".
Ainda, a presente distinção é importante para entendermos como Leucipo concebe a formação do mundo. De acordo com o filósofo, o todo seria composto de dois elementos, o cheio e vazio, e os mundos são formados quando os átomos se aglomeram e do movimentos destes átomos surgem as estrelas. Em uma região qualquer, muitos átomos, de diversas formas, saem do ilimitado para o vasto espaço vazio, este movimento forma um vórtex no qual os átomos empurram-se uns contra os outros, gerando mais movimento. E, os átomos são tão numerosos que o giro da aglomeração se desequilibra, assim, as luzes emitidas passam para o espaço vazio do lado de fora, como se estivessem a ser peneiradas; o restante continua em conjunto e tornando-se emaranhados seguem seu circuito para formar um sistema esférico primário. Mais e mais átomos se aglomeram e a camada externa da aglomeração vai se tornando mais fina e expandindo, pelo movimento dentro deste sistema, a Terra começa a se formar, devido a aglomeração de átomos no centro. Quando alguns destes componentes secam e giram em conjunto com o vórtex, eles entram em combustão, devido a velocidade de seu movimento, e transformam-se na substância das estrelas. Os corpos celestes, agora formados, iniciam seu movimento, suas órbitas, o Sol circula a lua e a Terra se desloca ao centro, com a forma semelhante a de um tambor. Embora o filósofo não explicite todas as razões, este mesmo modo de nascer termina por levar o mundo a decair e perecer em algum momento futuro.
O principal trabalho atribuído a Leucipo é a Megas Diakosmos, ou Grande Cosmologia, que foi por algum tempo atribuído a seu discípulo Demócrito, acompanhando a Micros Diakosmos, ou Pequena Cosmologia. Embora as afirmações de que Leucipo teria fundado a escola em Abdera, na qual Demócrito ingressou, ainda permanecem em disputa, fragmentos coletados por Hermann Diels permitiram a distinção e abriram caminho para supor-se um Leucipo histórico.

O Atomismo

Segundo Aristóteles (384-322 a. C.), Leucipo formulou as primeiras doutrinas atomistas, que teriam sido desenvolvidas por seu discípulo Demócrito e, posteriormente reelaboradas por Epicuro e os seguidores do epicurismo como Lucrécio. Segundo os testemunhos de Aristóteles, a filosofia de Leucipo contém todas as ideias fundamentais que configuram o atomismo.
O atomismo pregava a existência do mundo como um grande sistema cósmico. Como doutrina, o atomismo se desenvolveu no final do período cosmológico da filosofia grega, antes que a figura central de Sócrates abordasse o ser humano como o centro da reflexão, iniciando o período antropológico. De fato, o atomismo representa a última tentativa de se dar uma resposta ao problema do princípio (a arché) de todas as coisas.
Os primeiros filósofos, classificados de pré-socráticos, desde a escola jônica (Tales, Anaximandro, Anaximenes, Heráclito), a escola itálica (Pitágoras) a eleática (Xenófanes, Parmênides, Zenão) e a escola atomista (Leucipo e Demócrito), se preocupavam com a elaboração de uma cosmologia, na medida em que procuravam a racionalidade do universo, e não mais de uma explicação baseada em relatos míticos. Cada filósofo descobre um fundamento, uma unidade que possa explicar a multiplicidade, como a água, o ar, o fogo, a terra etc.
Os atomistas viram tal princípio no átomo, explicando que o universo estava constituído por um inacabável número de partículas, os átomos, não perceptíveis por sua diminuta proporção. A grande parte dos escritos desses filósofos desapareceu com o tempo, restando alguns fragmentos ou referências feitas por outros filósofos posteriores. Esses filósofos escreviam em prosa, abandonando a forma poética característica das epopeias dos relatos míticos. A tradição atribui a Leucipo a autoria de um único livro intitulado “A Grande Ordem do Mundo”.
Leucipo teria falecido em Abdera, no século IV, provavelmente em 370 a. C.
Filósofos pluralistas: defendiam que o universo foi originado pela composição de diversos princípios
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