HISTÓRIA DA FILOSOFIA
PARTE IV
Filosofia
período clássico
Período socrático ou antropológico: do final do século
V e todo o século IV a.C. Corresponde aos filósofos: Sócrates, Platão e
Aristóteles.
Os
filósofos do período clássico conseguem romper com o pensamentos dos
pré-socráticos, pois todos eles se preocupavam de como se deu a origem das
coisas(cosmologia); já os clássicos se voltaram para a questão humana(antropológica),
isto é, a ética, a política e as técnicas.
Porém, como homem de seu tempo, Sócrates concordava com os sofistas em um ponto: por um lado, a
educação antiga do guerreiro belo e bom já não atendia às exigências da
sociedade grega; por outro lado, os filósofos cosmologistas defendiam ideias
tão contrárias entre si que também não era uma fonte segura para o conhecimento
verdadeiro.
Por discordar dos antigos poetas, dos antigos
filósofos e dos sofistas Sócrates propunha
que, antes de querer conhecer a natureza e antes de querer persuadir os outros, cada um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. A expressão “conhece-te
a ti mesmo”.
Esta frase estava gravada no pórtico do templo
de Apolo, patrono grego da sabedoria, tornou-se então o marco de Sócrates.
Logo, por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que os homens têm de si
mesmos a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros, é que se diz
que o período socrático é antropológico,
isto é, voltado para o conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e
de sua capacidade para conhecer a verdade.
Essa concepção de Sócrates foi fundamental para dá
origem a uma nova concepção de mundo, e transformá-lo novamente.
Historicamente, há dificuldade para se conhecer
o pensamento dos grandes sofistas, porque não possuímos
seus textos. Restaram fragmentos apenas. Por isso, nós os conhecemos
pelo que deles disseram seus adversários - Platão, Xenofonte, Aristóteles - e
não temos como saber se estes foram justos com aqueles. Os historiadores mais recentes
consideram os sofistas verdadeiros representantes do espírito democrático, isto
é, da pluralidade conflituosa de opiniões e interesses, enquanto seus
adversários seriam partidários de uma política aristocrática, na qual somente algumas
opiniões e interesses teriam o direito
de valer para o restante
da sociedade.
Ateniense procurava um fundamento último para as
interrogações humanas, enquanto os sofistas situavam as suas reflexões a partir
dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar com a investigação
de um essência da virtude, da justiça do bem etc., a partir da qual a própria
realidade empírica pudesse ser avaliada.
Sócrates nunca escreveu. O que sabemos de seus
pensamentos encontra-se nas obras de seus vários discípulos, e Platão foi o
mais importante deles. Se reunirmos o que esse filósofo escreveu sobre os
sofistas e sobre Sócrates, além da exposição de suas próprias ideias.
No período
socrático os conceitos filosóficos aborda os temas:
As virtudes
morais e as virtudes políticas,
tendo como objeto central de suas investigações a moral e a política, isto
é, as ideias e práticas que norteiam os comportamentos dos seres humanos, tanto
como indivíduos quanto como cidadãos;
O encontro da definição, do conceito ou da essência dessas virtudes, para além
da multiplicidade das opiniões contrárias e diferentes. As perguntas filosóficas referem-se, assim, a valores como a justiça, a
coragem, a amizade, a piedade, o amor, a beleza, a temperança, a prudência,
etc., que constituem os ideais do sábio
e do verdadeiro cidadão; a
confiança no pensamento ou no homem como
um ser racional, capaz de conhecer-se
a si mesmo e, portanto, capaz de reflexão. Isto é, o pensamento oferecendo,
a si mesmo, caminhos, critérios e meios próprios para saber o que é o verdadeiro e como alcançá-lo em tudo o
que investiguemos. A opinião, as percepções e imagens sensoriais são consideradas falsas,
mentirosas, mutáveis, inconsistentes, contraditórias, devendo ser abandonadas
para que o pensamento siga seu caminho próprio no conhecimento verdadeiro.
A diferença entre os sofistas, de um
lado, e Sócrates e Platão, de outro, é dada pelo fato de que os sofistas aceitam a validade das opiniões e das percepções sensoriais e trabalham com elas para produzir argumentos de persuasão. Isso enquanto Sócrates e Platão consideram as opiniões e as percepções sensoriais (ou imagens das coisas) como fonte de erro, mentira e
falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a verdade
plena da realidade.
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