HISTÓRIA DA FILOSOFIA PARTE V
PERÍODO PÓS-SOCRÁTICO
O filósofo Aristóteles de Estagira, discípulo de Platão, pode ser
considerado como o principal nome deste período. Aristóteles apresenta uma verdadeira
enciclopédia de todo o saber produzido e acumulado pelos gregos, nos quase
quatro séculos passados, em todos os ramos do pensamento e da prática,
considerando essa totalidade de saberes como sendo a filosofia.
O filósofo grego afirma que, antes de um conhecimento constituir seu
objeto e seu campo próprios, seus procedimentos próprios de aquisição e
exposição, de demonstração e de prova, devem primeiro, conhecer as leis gerais
que governam o pensamento, independentemente do conteúdo que possa vir a ter. O
estudo das formas gerais do pensamento, sem preocupação com seu conteúdo, chama-se
lógica, e Aristóteles foi o criador da lógica como instrumento do
conhecimento em qualquer campo do saber.
Aristóteles distingue e classifica todos os saberes científicos (cuja
totalidade é a filosofia) tendo como critério a distinção entre ação e
contemplação, isto é, diferencia as
ciências conforme seus objetos e finalidades: sejam atividades produtivas,
éticas e políticas; sejam puramente intelectuais, interessadas exclusivamente
no conhecimento e sem preocupação com qualquer prática. São elas:
·
Ciências
produtivas: estudam as práticas produtivas ou as técnicas, isto é, as
ações humanas cuja finalidade está para além da própria ação, pois a finalidade
é a produção de um objeto, de uma obra;
·
Ciências
práticas: estudam as práticas humanas enquanto ações que têm nelas
mesmas seu próprio fim, isto é, a finalidade da ação realiza-se nela mesma, é o
próprio ato realizado;
·
Ciências
teoréticas: contemplativas ou teóricas: estudam tudo o que existe,
independentemente dos homens e de suas ações.
A partir da
classificação aristotélica, definiu-se, no correr dos séculos, o grande campo
da investigação filosófica, campo que só seria desfeito no século XIX da nossa
era, quando as ciências particulares foram se separando do tronco geral da
filosofia. Assim, podemos dizer que os campos da investigação filosófica
são três:
1.
O do conhecimento
da realidade última de todos os seres, ou da essência de toda a realidade;
2.
O do conhecimento
das ações humanas ou dos valores e das finalidades da
ação humana;
3. O do conhecimento da capacidade humana de conhecer, isto é, o conhecimento do
próprio pensar
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