Se durante a Idade
Média, as disputas entre os defensores do poder temporal e do poder divino
despertaram o interesse dos pensadores da época em analisar a realidade
política e os resultados decorrentes dela, foi com o humanismo cívico que a
política passou a ser refletida com maior ênfase, a partir do resgate do
pensamento antigo e da concepção de que o homem pode organizar-se em sociedade,
criando as leis de acordo com as próprias necessidades. A política, não é obra
do acaso, é uma manifestação natural do homem, que a utiliza para a organização
da vida coletiva e preservação do corpo social. É desta perspectiva que
Maquiavel dedicou-se a tratar da política, tomando em conta a experiência advinda
do exercício de Chanceler da República de Florença; posteriormente explicitada
em teoria política, tendo como pano de fundo a Itália, que encontrava-se
cindida em principados e em repúblicas e, de outro lado, a Igreja constituía-se
na grande força política e religiosa das cidades-estado italianas, cujo
objetivo era fortalecer-se institucionalmente e não a unidade política na
Itália. Dada esta realidade, Maquiavel refletiu e formulou ideias sobre a
política de modo geral, e, em particular, de como a Itália poderia superar tal
situação por meio de um ator político capaz de vencer as adversidades e
conduzi-la a uma potência.
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