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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

HISTÓRIA DA FILOSOFIA PARTE VI


Pensamento socrático
Sócrates é uma figura particularmente importante, pois tradicionalmente se divide a filosofia antiga em antes e depois dele. É dessa divisão que surgiu o termo Pré-socráticos, para se referir a grandes pensadores da Antiguidade, como Tales, Anaximandro, Heráclito, Parmênides, entre outros, que são considerados os pioneiros em articular uma forma de pensar – e expressar esse pensamento –, que não poderia se confundir com as narrativas mitológicas nem literárias.
Afinal, nessa época essa divisão não era nítida, pois não existia ainda a constituição da filosofia como um gênero discursivo capaz de se diferenciar da poesia ou dos gêneros líricos ou épicos, comuns na Antiguidade.
Sócrates nada deixou de escrito, certo? Essa conclusão vem do fato de que a sua filosofia era praticada na praça pública (a ágora) de Atenas, e isso nos remete ao tempo em que tanto a filosofia quanto a literatura eram ainda discursos apenas falados, ou seja, que se realizavam por meio da oralidade.
A palavra se torna, então, “o instrumento político por excelência, a chave de toda autoridade no Estado, o meio de comando e de domínio sobre outrem” (Vernant, 2002, p. 54). E isso aconteceu de maneira diferenciada em Atenas, pela sua própria estrutura política. Lá, diferente de outras cidades-estados, como Esparta ou Tebas, passou-se a adotar um sistema em que todos os cidadãos decidiriam as questões importantes para a cidade, em uma reunião na qual todos teriam o direito de falar, e ganhariam as ideias que fossem defendidas com os melhores argumentos.
É por isso que nesse sistema o domínio da palavra foi essencial para o sucesso ou não de uma ideia política e da necessidade de preparar os jovens para o exercício da palavra durante as audiências públicas, momento no qual surgiram as figuras dos professores de retórica, conhecidos como sofistas,  se pode dizer que foram os primeiros professores da história.
A atuação desses professores de gramática e retórica foi decisiva para a elevação do nível intelectual dos atenienses. No entanto, devido à querela com Platão, a denominação de sofista ganhou um sentido pejorativo. Porém, não podemos nos esquecer de que os sofistas foram fundamentais para a estruturação da democracia na Atenas da Grécia antiga e que foi a partir da sua atuação, como os primeiros professores de oratória e retórica e outras técnicas de persuasão, que se pôde afirmar que “a arte política, em certo momento do auge de Atenas, era essencialmente exercício da linguagem” (Vernant, 2002, p. 55).

Neste contexto Sócrates via os sofistas como aqueles que se valiam somente da oratória do que Sócrates chamava de (doxa), ou seja, opinião. Para Sócrates o mais importante era o conhecimento que por sua vez levaria a verdade (aleteia), por esta razão ele sabia diferenciar muito bem opinião de conhecimento.
Sócrates partia do princípio da busca pela verdade daquilo que ele entendia como a essência do homem que tem a consciência de si mesmo. O foco da filosofia socrática é o ser humano, é a busca pela verdade (aleteia), ainda que não haja uma verdade absoluta.
Para Sócrates é necessário termos autoconhecimento. Conhece-te a ti mesmo.
Para Sócrates, a maneira de buscar o conhecimento é através do diálogo (dialética). O método Socrático é dividido em quatro partes:
Exortação: convite ou chamado para o debate de ideias.
Indagação: após a aceitação ao diálogo deve-se questionar o convidado para saber as suas opiniões e ideias.
Opinião todos tem, mas será que a pessoa tem conhecimento para embasar esta opinião.
Ironia: após os questionamentos, Sócrates passa a buscar os pontos mais contraditórios nas falas do convidado objetivando uma crescente busca por conhecimento.
Maiêutica (dar a luz): Sócrates passa a indicar caminhos para que o convidado descubra o conhecimento por si só.






HISTÓRIA DA FILOSOFIA V
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