Plotino (Πλωτῖνος, 205
Licopólis, Egito - 270 D.C.), foi um discípulo de Amônio Sacas por 11 anos e
mestre de Porfírio. Plotino nos legou ensinamentos em seis livros, de nove
capítulos cada, chamados de As Enéadas. Nasceu em Licópolis,
no Egito.
Biografia
Acompanhou uma expedição à Pérsia, liderada pelo imperador
Gordiano, onde tomou contato com a filosofia persa e indiana. Regressou à
Alexandria e, aos 40 anos, estabeleceu-se em Roma. Desenvolveu as doutrinas
aprendidas de Amônio Saccas numa escola de filosofia junto a seleto grupo de
alunos. Pretendia fundar uma cidade chamada Platonópolis, baseada nos
ensinamentos de A República de Platão.
Porfírio, seu
discípulo,[1] trinta anos após a morte de Plotino, publicou os
tratados, em uma edição completa. No trabalho editorial, Porfírio subdividiu
alguns escritos de forma a atingir o número de 54 tratados. Seguindo a
tradição pitagórica, tem-se que 54 = 6 (número da perfeição) x 9 (número da
totalidade). Assim, ele obteve 6 grupos temáticos, contendo 9 tratados cada
qual (donde Enéadas; “enea” = “nove”).
Conta Eunápio que
Porfírio, após haver estudado com Plotino, tomou horror ao próprio corpo e
velejou para a Sicília, seguindo a rota de Odisseu, e ficou em um promontório
da ilha, sem se alimentar e evitando o caminho do homem; Plotino, que ou o
estava seguindo ou recebeu informações sobre o jovem discípulo, foi até ele e o
convenceu com suas palavras, de modo que Porfírio voltou a reforçar seu corpo
para sustentar sua alma.[1]
Os critérios
editoriais de Porfírio, possivelmente, tinham por objetivo formar uma série que
mostrasse o caminho para a sabedoria. Nas palavras de O'Meara: "Com isso
Porfírio quis oferecer ao leitor uma passagem pelos escritos de Plotino que
lhe traria uma formação filosófica, uma condução até o bem absoluto. O alvo
geral da leitura e interpretação dos textos nas escolas do Império era, em
primeira linha, a transformação da vida, a cura da alma, a condução para uma
vida boa resultante disso”.
A influência de
Plotino e dos neoplatônicos sobre o pensamento cristão, islâmico e judaico, bem
como sobre os pensadores do Renascimento, foi enorme. Foram direta ou
indiretamente influenciados por ele, Gregório de Nazianzo, Gregório de Nissa,
Santo Agostinho, Pseudo-Dionísio, o Areopagita, Boécio, João Escoto Erígena,
Alberto Magno, Santo Tomás de Aquino, Dante Alighieri, Mestre Eckhart, Johannes
Tauler, Nicolau de Cusa, São João da Cruz, Marsílio Ficino, Pico de la
Mirandola, Giordano Bruno, Avicena, Ibn Gabirol,Espinosa, Leibniz, Coleridge, Henri
Bergson e Máximo, o Confessor.
Teoria
Plotino dividia o
universo em três hipóstases: O Uno, o Nous (ou
mente) e a Alma.
Uno
Segundo Plotino, o
Uno refere-se a Deus, dado que sua principal característica é a
indivisibilidade. "É em virtude do Uno [unidade] que todas as coisas são
coisas." (Plotino, Enéada VI, 9º tratado)
Nous
Nous, termo
filosófico grego que não possui uma transcrição direta para a língua
portuguesa, e que significa atividade do intelecto ou da razão em oposição aos
sentidos materiais. Muitos autores atribuem como sinônimo a Nous os termos
"Inteligência" ou "Pensamento".
O significado
ambíguo do termo é resultado de sua constante apropriação por diversos
filósofos, para denominar diferentes conceitos e idéias. Nous refere-se,
dependendo do filósofo e do contexto, vezes a uma faculdade mental ou
característica, outras vezes a uma correspondente qualidade do universo ou de
Deus.
§ Homero usou o
termo nous significando atividade mental em termos gerais, mas no período
pré-Socrático o termo foi gradualmente atribuído ao saber e a razão, em
contraste aos sentidos sensoriais.
§ Anaxágoras
descreveu nous como a força motriz que formou o mundo a partir do caos
original, iniciando o desenvolvimento do cosmo.
§ Platão definiu
nous como a parte racional e imortal da alma. É o divino e atemporal pensamento
no qual as grandes verdades e conclusões emergem imediatamente, sem necessidade
de linguagem ou premissas preliminares.
§ Aristóteles
associou nous ao intelecto, distinto de nossa percepção sensorial. Ele ainda
dividiu-o entre nous ativo e passivo. O passivo é afetado pelo conhecimento. O
ativo é a eterna primeira causa de todas as subsequentes causas no mundo.
§ Plotino descreveu
nous como sendo umas das emanações do ser divino.
Alma
Na Teosofia, a alma
é associada ao 5º princípio do Homem, Manas, a Alma Humana ou Mente Divina.
Manas é o elo entre o espírito (a díade Atman-Budhi) e a matéria (os princípios
inferiores do Homem).
Assim, a
constituição sétupla do Homem, aceita na Teosofia, adapta-se facilmente a um
sistema com três elementos: Espírito, alma e corpo. Sendo a alma o elo entre o
Espírito e o corpo do homem.
Lista dos Filósofos dos Filósofos do período Helenístico:
Helênicos
Romanos
0 comentários:
Postar um comentário