Aristarco de Samos
Aristarco nasceu em 310 a.C. em Samos, na Grécia. Tendo sido aluno
de Strato de Lampsacus, que encabeçava o Liceu Aristotélico.
Considerado por muitos o Copérnico da Época Clássica, este astrônomo
revolucionou de tal modo a astronomia que seu nome foi atribuído a uma cratera
lunar.
As conclusões de Aristarco sobre a organização do Sistema Solar, embora
simples, causam admiração até hoje por sua coerência. Até então, as concepções
mais avançadas eram as de Pitágoras e de Heráclides. Segundo eles, as
estrelas seriam imóveis; a Terra estaria localizada no centro do universo, mas
apresentaria rotação; quanto aos demais planetas, pelo menos Mercúrio e Vênus
girariam em torno do Sol.
Aristarco foi além, afirmando que os movimentos de todos esses
corpos poderiam ser mais facilmente descritos, caso se admitisse que todos os
planetas, incluindo a Terra, giravam em torno do Sol. Esse modelo heliocêntrico
do universo foi, no entanto, considerado ousado demais e seu autor chegou a ser
acusado de insulto religioso. Mesmo assim, a reação contra ele não chegou a ser
tão agressiva quanto a que atemorizaria, quase 2000 anos mais tarde, Copérnico,
Kepler e Galileu.
Os escritos de Aristarco sobre esse tema se perderam e só pudemos
conhecer suas idéias porque foram mencionadas por Arquimedes. Outros trabalhos
de sua autoria, porém, chegaram até nós. Em sua obra "Sobre os tamanhos
e as distâncias do Sol e da Lua" Aristarco procurou determinar a
distância Terra-Lua em relação à Distância Terra-Sol, considerando o triângulo
formado por esses três astros no início do quarto crescente.
Aristarco concluiu que o Sol estaria 20 vezes mais distante da Terra que
da lua. (A proporção verdadeira é de cerca de 400 vezes, mas o procedimento
estava correto. Os instrumentos de medição de ângulos então disponíveis é que
não permitiam obter valores mais precisos.)
Aristarco também
procurou calcular o diâmetro da Lua em relação ao da Terra, baseando-se na
sombra projetada pelo nosso planeta durante um eclipse lunar. Concluiu que a
Lua tinha um diâmetro três vezes menor que o da Terra (o valor correto é 3,7).
Com esse dado, deduziu que o diâmetro solar era 20 vezes maior que o da Lua e
cerca de 7 vezes maior que o da Terra.
Aperfeiçoando as medições ao longo dos últimos séculos, sabemos
hoje que o diâmetro terrestre não alcança um centésimo do solar. Embora os seus
resultados tivessem erros de uma ordem de grandeza, o problema residia mais na
falta de precisão dos seus instrumentos do que no seu método de trabalho, que
era adequado. Além disso Aristarco também calculou, com mais precisão do que a
dos antigos sábios, a duração de um ano solar.
As imprecisões de Aristarco assumem pouca importância frente a seu
bom senso: para ele, seria mais natural supor que o astro menor girasse em
torno do maior, e não o contrário.
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