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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Euclides de Alexandria





Euclides de Alexandria, mestre, escritor de origem provavelmente grega, matemático da escola platônica, e conhecido como o Pai da Geometria, nasceu em Mégara, onde fundou a Escola que recebeu o nome da cidade. Realizou seus estudos em Atenas. Ele é até hoje, na história da Matemática, considerado como um dos mais significativos estudiosos deste campo na antiga Grécia.
Os estudiosos consideram que sua vida transcorreu entre 435 a 365 a.C. Sua ligação a Sócrates foi muito grande. Com efeito, conta-se que, quando se deterioraram as relações entre Mégara e Atenas, os atenienses decretaram a pena de morte para os megarenses que entrassem na cidade; apesar disso, Euclides continuou a frequentar regularmente Atenas, entrando durante a noite na cidade disfarçado com roupas femininas.
Não se sabe muito sobre sua trajetória existencial, pois nunca se falou demais acerca de sua vida pessoal. Ele foi convidado a lecionar Matemática na escola instituída em Alexandria por Ptolomeu Sóter ou Ptolomeu I, que governou o Egito de 323 a.C. a 283 a.C. Nesta instituição, também conhecida como ‘Museu’, ele conheceu a influência ao se destacar entre os demais professores pelo método utilizado em suas aulas de Geometria e Álgebra. Sua fama indicava que ele tinha um grande potencial para explanar as disciplinas que ministrava.
O que se sabe sobre Euclides foi extraído de textos elaborados muitos séculos após sua passagem pelo Planeta, principalmente os escritos por Proclo e Pappus de Alexandria. O primeiro se refere ao matemático como o criador da clássica obra Os Elementos, anteriormente citada por Arquimedes.
A teoria aí desenvolvida é uma das mais importantes na trajetória da Matemática, o que levou este livro a ser adotado como prioridade nas aulas desta disciplina, particularmente as de geometria, desde o momento em que foi lançado até fins do século XIX ou princípio do século XX. Esta doutrina se tornou conhecida como Geometria Euclidiana; seus conceitos foram inferidos de um pequeno grupo de axiomas – proposições consideradas consensuais, sem necessidade de provas; eles são essenciais para a elaboração de um corpo teórico.
Os Elementos foram compostos como uma obra textual, dividida em treze volumes – cinco abordam a geometria plana; três enfocam os números; um destaca a teoria das proporções; um tem como núcleo central os incomensuráveis; e os três finais discorrem sobre a geometria no espaço.
A Geometria de Euclides se distingue por apresentar um espaço que não se modifica em momento algum, revela estrita simetria – se uma relação for verdadeira para a e b tomados nesta ordem, também o será para b e a tomados nesta ordem – e configuração geométrica. Esta teoria é uma representação simbólica do conhecimento clássico, o qual atravessou a Idade Média e o Renascimento bem conservado, e apenas na era moderna o modelo euclidiano foi substituído por outras geometrias.
Euclides elaborou também obras que abordam temas como perspectivas, seções cônicas, geometria esférica, teoria dos números e rigor. Sua esfera de criação é tão ampla que alguns pesquisadores chegaram a acreditar que os trabalhos a ele atribuídos não pertencessem a um único ser.
As elaborações matemáticas que foram preservadas até nossos dias foram primeiramente traduzidas para a língua árabe, posteriormente para o latim e, a partir desta base linguística, foram vertidas para outros idiomas do continente europeu. Assim como seu nascimento, sua morte também foi envolta em mistério, e suas datas só podem ser obtidas através de cálculos aproximados.


Euclides movia-se entre o Socratismo e o Eleatismo, como revelam claramente nossas escassas fontes. Para ele o Bem é Inteligência, Sabedoria e Deus, como Sócrates afirmava, mas sustenta também que o Bem é o Uno, concebendo-o com as características eleáticas da absoluta identidade e igualdade de si consigo mesmo.
Euclides e os megarenses posteriores deram amplo espaço à erística e à dialética, a ponto de chegarem a ser chamados de Erísticos e Dialéticos. Como já vimos, eles se embebiam nos Eleáticos; mas, a bem da verdade, deve-se dizer que o próprio Sócrates prestava-se amplamente a ser utilizado nesse sentido. Provavelmente Euclides atribuiu caráter de purificação ética à dialética, como Sócrates. A medida que a dialética destrói as falsas opiniões dos adversários, ela purifica do erro e da infelicidade que se segue ao erro.
Os sucessores de Euclides, particularmente Eubúlides, Alexino, Diodoro Cronos e Estilpão, adquiriram fama sobre tudo por suas afiadíssimas armas dialéticas, que frequentemente usavam em jogos fúteis de virtuosismo erístico.
Principais Obras
O termo “Geometria Euclidiana” é utilizado em distinção a toda geometria não euclidiana. A maior parte do conhecimento de Euclides é produzido a partir de um pequeno conjunto de axiomas simples.
Assim, ele definiu o espaço como geométrico, simétrico e imutável. Além disso, contribui para formação dos conhecimentos em geometria plana e espacial, teoria das proporções, aritmética e álgebra.
Atribui-se a este pensador:
·         O método para avaliar o máximo divisor comum entre dois ou mais números;
·         O teorema da infinitude dos números primos;
·         A regra para descobrir números perfeitos;
·         O método para adicionar números em progressão geométrica.
Por fim, devemos destacar sua obra prima, "Stoichia" (Os elementos), escrita em 13 volumes.
Distribuídos entre esses treze volumes estão 465 proposições. Os seis primeiros volumes abordam a geometria plana; os quatro primeiros trazem conhecimento vindo certamente do período jônico, em especial da escola Pitagórica:
  • Livro 1 - triângulos, retas paralelas e o teorema de Pitágoras.
  • Livro 2 - álgebra geométrica.
  • Livro 3 – trata do círculo e circunferência.
  • Livro 4 - polígonos regulares inscritos e circunscritos.
  • Livro 5 - é um estudo geométrico das proporções, derivado dos ensinamentos de Eudoxo de Cnido (390 a.C. - 338 a.C.), astrônomo, matemático e filósofo.
  • Livro 6 - lida com proporções, similaridades entre polígonos. A origem deste conteúdo é ignorada.
Os três livros seguintes tratam da teoria dos números, e vieram provavelmente da escola Pitagórica
  • Livro 7 – traz divisibilidade, números primos, algoritmo de Euclides para encontrar o máximo divisor comum, mínimo múltiplo comum.
  • Livro 8 - proporções da teoria dos números e sequencias geométricas.
  • Livro 9 - aplica os resultados dos dois livros anteriores; traz também a soma de uma série geométrica, e a construção de números pares perfeitos.
  • Livro 10 – dedicado aos comprimentos de segmentos de reta incomensuráveis (irracionais) com um segmento de reta dado.  São conhecimentos atribuídos a Teeteto de Atenas (c. 417 a.C. – 369 a.C.).
Finalmente, os três últimos capítulos tratam da geometria espacial ou tridimensional.

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