Os filósofos da Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento,
Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
As principais características da cosmologia são:
É uma explicação racional e
sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza, da qual os seres
humanos fazem parte, de modo que, ao explicar a Natureza, a Filosofia também
explica a origem e as mudanças dos seres humanos.
Afirma que não existe
criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada (como é o
caso, por exemplo, na religião judaico-cristã, na qual Deus cria o mundo do
nada). Por isso diz: “Nada vem do nada e nada volta ao nada”. Isto significa:
a) que o mundo, ou a Natureza, é eterno; b) que no mundo, ou na Natureza, tudo
se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer,
embora a forma particular que uma coisa possua desapareça com ela,
mas não sua matéria.
O fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde
tudo volta é invisível para os olhos do corpo e visível somente para o
olho do espírito, isto é, para o pensamento.
O fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e
para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se physis
(em grego, physis vem de um verbo que significa fazer surgir, fazer
brotar, fazer nascer,
produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene
transformação.
Afirma que, embora a physis (o elemento primordial eterno)
seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e
diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são
perecíveis ou mortais.
Afirma que todos os seres, além de serem gerados e de serem
mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade (por
exemplo, o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta,
embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica
úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera
cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o
saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e
produz sementes, etc.) e mudando de quantidade (o pequeno cresce e fica grande;
o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele, ou se as
coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui
na seca, etc.). Portanto o mundo está em mudança contínua, sem por isso perder
sua forma, sua ordem e sua estabilidade.
A mudança - nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade -
chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente.
O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis
rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda
mudança é passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro,
quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande, bom-mau, cheio-vazio,
um-muitos, etc., e também no sentido inverso, noite-dia, escuro-claro,
frio-quente, muitos um, etc. O devir é, portanto, a passagem contínua de
uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a
leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo.
Os diferentes filósofos escolheram diferentes physis, isto
é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio
eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações.
Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro
considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o
ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram
que eram os átomos. E assim por diante.
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